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cheia

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19
Jun17

Vidas queimadas

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Vidas queimadas

 

 

Custa! Mas tem de ser

Temos, quanto antes, de descontinuar os campos de gás

Colocando toneiras de segurança, de tantos em tantos quilómetros

Não prevenir, é pura asneira

Continuaremos a ver, o monstro de boca infernal e enorme língua

A salivar, a saborear tudo o que encontrar

E, nós a vê-lo, mesmo ali à nossa frente, a tirar-nos, como se fossem nossos filhos

Todos os sonhos, trabalho de gerações, de sol a sol e serões

A casa, o carro, o pomar….

Nem sequer, para trás, podemos olhar!

Temos de tentar esquecer, correr e fugir

Porque ele quer-nos engolir

Não! Não há outra maneira

Não há mulheres, nem homens, nem máquinas, nem engenharias, nem helicópteros, nem aviões, nem água, que o consigam conter

Temos de o matar, à fome, retirando-lhe o comer.

De olhos rasos de água, quem é que consegue dormir?

A todos os que perderam familiares e amigos, os meus pêsames.

 

José Silva Costa

 

 

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