Verão
Noites escaldantes
Nestas noites escaldantes de verão
Vamos, de mãos dadas, esperar as estrelas
Peneiras, com os dedos, toda a sua beleza
Umas mais brilhantes, outras menos
Como os terrestres!
Adormecemos como as flores campestres
Olhando um para o outro
Tentando que o nosso brilho não esmoreça
No outro dia, quando acordamos, está tudo igual
Já não nos lembramos dos sonhos
Nem daquele tempo intemporal
Se não fosse aquele tempo irreal
Em que nos libertamos dos mortais
Como seria difícil aguentar tantos dias e horas iguais!
Nesses poucos minutos ou segundos
Viajamos a todos os locais
Sem nos cansarmos, tão juntinhos!
Tentamos segurar aquele tempo
Mas ele desaparece, por entre os dedos
Não dando tempo para contarmos
Um ao outro, os nossos segredos.
José Silva Costa