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cheia

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17
Fev22

Emigrantes!

cheia

No paraíso!

 

 

A pressa que deu em vagar

A tomada de posse, do Governo, a patinar

A tomada de posse dos novos deputados

à espera dos emigrantes que queiram, novamente, votar

Neste país, é esperar de tudo!

Acordos de cavalheiros para as leis violarem

Oitenta por cento dos votos do círculo da Europa para o lixo

Isto não é nenhum conflito

É o habitual, mesmo que haja quem ache esquisito

Foi um grito no infinito

De alguém muito aflito

Que julga que este país é um palito

Sem rei, nem roque

O que é preciso é sorte

Que nunca se perca o norte

Há sempre quem encontre o lote

E quem faça o porte

De defender o desnorte

Dizendo bem da má morte

De um perfume bem forte

Capaz de embebedar a consorte

Para que esteja, sempre, de acordo

Mesmo que o país marque passo

Porque os mandantes se portam como miúdos

Todos os disparates são normalidades

Nunca há responsabilidades

Mais mês, mais ano, tanto faz

Melhorar, para quê?

Se mostraram estarem felizes e contentes

Para quê, serem exigentes?

Se as promessas foram tão eficientes

Não precisamos de novas mentes!

 

 

 

José Silva Costa

 

 

 

 

07
Fev22

Pais (9)

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País (9)

Depois de ouvirem, com toda a atenção, os pais, tanto a Inês, como o Pedro perguntaram-lhes o que se podia fazer, para inverter a situação

Os pais disseram-lhes que pouco se podia fazer, porque os portugueses, para além de serem aventureiros, procuravam fazer fortuna fácil, viver de expedientes, não se importando de entregarem as suas poupanças a quem lhes prometesse melhor taxa de juro, sem quererem saber como o dinheiro era aplicado, para render o dobro do que era normal, convivem bem com as desigualdades, a corrupção, a cunha, não tendo brio no cumprimento das suas obrigações, vangloriando-se de não pagarem os impostos

Mas, se queriam fazer alguma coisa para inverter a situação, primeiro tinham de dar o exemplo, não fazendo nada que, moralmente, fosse condenável

Depois, tinham de se aplicar nos estudos, para poderem colocar os seus conhecimentos ao serviço do desenvolvimento do país, com a condição de que beneficiasse os mais desfavorecidos

Chamaram-lhes, mais uma vez, a atenção para as grandes desigualdades entre as cidades e o campo

Nas cidades, a maior parte dos habitantes têm emprego certo, férias, viajam pelo país e estrangeiro, ainda que alguns aproveitem as férias para fazerem outros trabalhos, porque os ordenados não chegam para as despesas, e outros, sem emprego, vivem da caridade

Nos campos, muitos não têm férias, não viajam, num país com muitas praias, nunca foram à praia, nem nunca puseram um pé num avião ou num barco

A luta por melhores condições de vida, de quem trabalha por conta de outrem, tem sido longa e dura

Primeiro foi a conquista das oito horas diárias de trabalho (48 horas por semana)

Depois a obtenção da semana à inglesa, de segunda a sexta, 40 horas, ao sábado, das 9 às 13 (44 horas)

A seguir a semana à americana (descanso ao sábado e domingo)

Alguns, já conseguiram 7 horas diárias (35 horas semanais)

Fala-se na semana de 4 dias, o que é muito bom, porque precisamos de tempo, para viver, e é possível, porque com as novas tecnologias, somos muito mais produtivos

A Ana e o Francisco disseram-lhes que o país, só depois da Revolução de 25 de Abril de 1974, se tornou num país democrático e, só com a Constituição de 1976, as mulheres obtiveram o direito a votarem, nem mesmo com a implantação da República, em 1910, o tinham conseguido

Um país com muitos analfabetos, em que só uma minoria tinha direito à instrução

Com o fim da segunda guerra mundial, os Governantes, viram-se obrigados a criarem escolas, em todo o país

Como não tinham nem professores nem escolas, decidiram criar postos escolares, até em casas particulares, e formaram professoras regentes, que tinham menos estudos que as professoras oficiais

Muitos pais não queriam mandar os filhos à escola, porque contavam com o trabalho dos filhos mais velhos, para ajudarem a criar os mais novos

Os casais tinham muitos filhos, as raparigas eram as mais sacrificadas, começavam com poucos anos a ajudarem as mães

Às que mostravam interesse em ir para a escola, era- lhes dito que as mulheres não precisavam de saber ler, nem escrever, tinham era de aprender a fazer a lida da casa

A Inês e o Pedro estavam horrorizados com o que os pais lhes tinham revelado, e disseram: “ ainda bem que nascemos quando já não havia essas desigualdades entre homens e mulheres!”

Continua

 

 

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