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01
Dez22

A sedutora

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Lisboa! A sedutora

6

A guerra, primeiro em Angola, depois na Guiné e em Moçambique, veio ajudar a transformar o País

Com, cada vez, mais homens mobilizados para as frentes de combate, as mulheres tiveram de ocupar os postos de trabalho, que os homens já não podiam assegurar

Foram mobilizados homens, que já tinha cumprido a vida militar há 10 anos ou mais, como oficiais milicianos, que tinham as suas vidas organizadas, obrigaram-nos a deixar o emprego, as mulheres e os filhos, graduaram-nos em capitães, comandavam uma companhia, e eram eles que com sargentos e praças iam para o mato

As Escolas Práticas e outros centros de formação de oficiais milicianos não conseguiam mobilizar os jovens suficientes para oficiais, porque eram poucos os que tinham, pelo menos o sétimo ano do liceu, para poderem ir para o curso de oficias milicianos

Em 1968, nas Caldas da Rainha, nos cursos de instruendos para sargentos, finda a recruta, os oficiais pediam para os elementos de cada pelotão, por voto secreto, escolhessem três camaradas para irem para o curso de oficiais milicianos, a escassez obrigou à criação da exceção

Não eram só os militares que tinham dificuldades em recrutar homens com estudos.

Também as empresas não conseguiam encontrar trabalhadores qualificados, para os seus quadros, algumas davam formação, pós laboral aos seus trabalhadores e pagavam-lhes aulas em institutos e escolas de línguas, para aperfeiçoarem, principalmente, o inglês

Algumas empresas, de representações de produtos estrangeiros, tinham dificuldade em satisfazer os pedidos dos seus representados, para que se deslocassem às suas fábricas, técnicos para formação, no sentido de prestarem melhor assistência, pós venda, por não saberem inglês  

A forte emigração, nos anos 60 e 70, também contribuiu para um grande desenvolvimento com o envio das suas poupanças para o nosso País. Todos tinham a ambição de mandarem construir vivendas, nas suas terras natal

A construção civil teve um grande incremento, bem como os Bancos, que com as remessas

dos emigrantes, tiveram de admitir muitos trabalhadores, quase só homens, mas a pouco-e-pouco as mulheres foram chamadas para mais setores de atividade

A nacionalização dos Bancos, devido ao golpe militar do 11 de Março de 1975, contribuiu para que as bancárias e bancários, que vieram das antigas colónias, tenham sido integrados nos bancos nacionais

A descolonização não foi perfeita, mas foi a possível, poderia ter sido diferente, se tivesse acontecido antes dos movimentos de libertação terem iniciado a guerra

Todos os que abandonaram as antigas colónias e vieram para Portugal, apesar de terem passado por muitas dificuldades, foram integrados e contribuíram para a dinamização do País

Somos um País pequeno e pobre, mas um povo grande e acolhedor.

Continua

 

01
Ago22

Bem-vindo, Agosto!

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Bem-vindo, Agosto!

 

Trazes o calor e o sabor a mar

O que lhes vale são as praias para os refrescar

De regresso ao torrão Natal, depois de mais um ano, lá fora, a labutar

Onde não veem sol, nem lua: trabalho duro em casa ou na rua!

Têm estes poucos dias para beber todo o sol e ver o mar

Construíram uma casa, mas não têm tempo para estar dentro dela

Pensavam voltar quando se reformassem, mas não é fácil

Os filhos e os netos só querem vir, a Portugal, de visita

Não é tão forte a sua ligação ao país, são cidadãos de outros países

Só têm em Portugal as suas raízes

Assim,  os pais têm de se dividir entre dois ou mais países

Uns dias cá, outros lá, os restantes nas estradas da Europa, metidos em autocarros

Sem condições, agravadas pelo peso dos anos, fazem muitos quilómetros e dormem

O berço e as saudades, dos familiares, fazem-nos andar de um lado para o outro

Recordam, com alegria, os tempos em que vinham, todos, de carro

Uma aventura nem sempre com um final feliz, alguns pagam-na com a vida

É o preço a pagar por terem de sair do sítio, que os viu nascer, para procurarem uma vida melhor

Nunca nos contentámos com o nosso retângulo

Depois de conquistarmos os Algarves, lançamo-nos ao mar

Percorremos todos os mares, passámos além da tapróbana

Em meados do século passado, presos no labirinto da ditadura

Fomos, para toda a Europa, a salto

Hoje, temos um nobre passaporte

Podemos ir para quase todo o mundo

Já não somos um país só de emigrantes, também precisamos de imigrantes

Pagamos uma boa formação aos que vão desenvolver outros países

Recebemos quem quiser fazer os duros trabalhos, que não queremos

Temos falta de mão-de-obra, e quem esteja no desemprego

Temos o estatuto de povo desenvolvido!

José Siva Costa

 

  

 

 

 

 

 

 

 

24
Jan22

Pais (5)

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Pais (5)

O amor vence tudo!

O Francisco conseguiu, nos dias em que ela não podia, tomar conta dos filhos, para que ela descansasse

Foram dias de menos encantamento e de muito trabalho, até por que os miúdos começaram com birras, que são naturais, mas que os pais não desejam

As férias escolares traziam-lhes, sempre, muitos problemas, como acontece a todas as famílias que não têm apoios familiares

Não tinham nenhuns familiares em Lisboa, tinham vindo da província, para estudarem

Bem gostavam que os pais estivessem mais perto, para que se familiarizassem com os netos, e os ajudassem a criá-los

Assim que adotaram os filhos, foram visitar os pais, para que a Inês e o Pedro conhecessem os avós, tanto do lado da mãe como do pai

Foi um fim-de-semana em casa dos avós maternos e outro em casa dos avós paternos, não foi o suficiente para criar a intimidade, que os pais desejavam que houvesse entre avós e netos

Queriam evitar o que, infelizmente, acontece com tantos avós e netos, que mal se conhecem, ou nem se conhecem!

Sabiam que não era fácil, porque não era com três ou quatro visitas por ano, que iriam ter a intimidade, como se lhe tivessem mudado a fralda ou dado o biberão

Estes netos, ainda-por-cima, tinham aparecido já crescidinhos, com três anos, e não eram filhos dos filhos

Para que os filhos passassem mais tempo com os avós, a Ana e o Francisco queriam aproveitar as férias de verão, para passarem mais tem com os seus pais

Tanto os pais da Ana como os do Francisco viviam no campo, tinham as terras para amanhar e os animais para tratar, mesmo assim tentavam receber o melhor possível os filhos e os netos

Não tinham muito tempo para lhes dar atenção, tentavam ser simpáticos, mas não eram aqueles os netos que esperavam

Com o passar dos anos, foram afeiçoando-se aos miúdos, que gostavam muito de ir passar as férias grandes com os avós, correr por os campos, em liberdade, e dizerem que queriam ajudar os avós

A Ana e o Francisco não podiam estar mais contentes, por os filhos e os avós se entenderem tão bem, passavam um mês em casa dos avós maternos e outro na dos avós paternos

Para os pais era muito importante que convivessem com os avós, que se apercebessem das diferenças entre a vida no campo e na cidade, que tivessem atividades extra curriculares

Mas não são daqueles pais, que acham que os filhos devem passar os tempos livres a correrem, de um lado para o outro: do balé, para esgrima, para a natação, para o judo, para o futebol……sem tempo para brincarem e fazerem o que realmente gostam. 

Continua

02
Nov20

Bem-vindo!

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Bem-vindo, Novembro

Já sabemos que vais ser exigente

Com toda a gente

Tanta gente doente!

Mas temos de seguir em frente

Procurar equilibrar a economia com o dente

Temos uma dura prova pela frente

Controlar a pandemia é urgente

O Mundo está doente

Há quem tenha uma reação diferente

Que negue o que é evidente

Fazendo com que alguns fiquem baralhados da mente

Sem saberem em quem acreditar, politicamente

Quem vive do trabalho dos outros, a realidade desmente

Só pensa em dividendos, porque isso é que faz com que fique contente

Enquanto o trabalhador tem de arriscar a vida, porque o dinheiro é insuficiente

Cada um com a sua verdade, o que me faz ficar indiferente

Sem saber quem mais mente

O melhor era ficamos em casa, separadamente

Mas a economia não o consente!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

06
Mar20

Lágrimas

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Dia Internacional da Mulher

 

Tantos séculos a sofrer

Este século veio-vos ver

A voz levantar

Contra quem fez de vós terra mole

Contra tanto uso e abuso

Como se fosse tudo normal

A mulher não ser companheira

Ser humilhada para subir na carreira

Calar a vida inteira

Abrir a boca era asneira

Porque ninguém lhe daria razão

Quando o que está em cima da mesa é o pão

Uma mãe faz das tripas coração 

Esfrega, com as lágrimas, o chão

Para que o amor não seja em vão

As mulheres engolem o afrontoso

Foi durante muito tempo muito doloroso

Felizmente, neste século, alguma coisa tem mudado

O seu testemunho já não é desacreditado

Instituições e individualidades têm sentido o resultado

Em todo o Mundo, os direitos das mulheres, têm avançado

Não está tudo conquistado

Longe disso, não podem esquecer o passado

Têm de continuar, todos os dias, a lutar

As mulheres! Para conseguirem o seu lugar

Sem violência! Antes ou depois do altar

Só o amor nos devia, a todos, acompanhar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

                

 

 

12
Jul19

As guerras!

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As guerras!

Tanto Sol e Lua

Tanta criança na rua

A fome é crua!

Nos acampamentos

Para refugiados

Os amontoados

Vivem sem esperança

À espera de uma mudança

Que lhes permita viver

Uma vida normal!

Uma prisão de tendas e cordas

Sem trabalho, nem escolas

A viver de esmolas

Anos sem fim!

Com a vida interrompida

Por uma guerra temida

Que os fez fugir!

Deixando tudo

Levaram o essencial

A vida!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

26
Abr19

Campanhas eleitorais

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Esbanjar

Indiferentes aos vinte por cento de pobres, deficientes serviços públicos, baixos salários

Os partidos continuam surdos e mudos aos sinais dos tempos

Não aceitaram que os diferentes atos eleitorais se realizassem todos no mesmo dia!

Preferem meio ano de campanhas eleitorais, porque já produzimos demais!

Quanto se poderia poupar? Parece que temos muito, para esbanjar

Vão gastar cinco milhões, só para as europeias

Não admira que falte, para tantas coisas, também, muito importantes

Tornaram-se máquinas opressivas, que só veem e ouvem os que os apoiam

Quem discordar ou opinar é imediatamente insultado e expulso

No Governo e em algumas autarquias criaram centros de emprego

Primeiro para os familiares, para os outros só se sobrar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

04
Mar19

A moda

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Os Portugueses

Portugal está na moda

Há portugueses em todo lado

Para todo o mundo, são contratados

Os nossos profissionais de saúde são muito solicitados

Mas, os políticos não são cobiçados!

Santana Lopes bem lançou um apelo

A criação do Senado

Para servir de lar aos inválidos da política

Como ninguém o ouviu

Criou um partido

Como os ventos mudam a história!

Há pouco mais de meio século

Começa - mos a invasão da França

Pela calada da noite, com a ajuda “dos passadores”

Atravessavam as fronteiras

Os patrões franceses esfregavam as mãos, de contentes

Mão-de-obra barata!

Depois saltaram para outros países

Um amigo meu, sem saber ler nem escrever

Não gostou das condições dos franceses

Obteve um passaporte de turista, para a Alemanha

Mas não conseguia emprego, por causa da folha, onde dizia que era turista

Cansado, desesperado, retirou essa folha

No dia seguinte arranjou emprego

Mais tarde levou a mulher e a filha

Que leciona, em Portugal, a disciplina de alemão

Os emigrantes iam fazer os trabalhos, que os naturais, não queriam

Hoje, também, são os emigrantes, que fazem o que não queremos

Portugal, de novo, nas bocas do Mundo!

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

24
Out18

O quotidiano

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O quotidiano

 

Vens à noitinha

Ao nascer da lua

Entrar na noite nua

Caminhas na rua

Entras e sentaste a ver a lua

À espera dos braços da hora

Que te trarão o sono, sem demora

Cansada de um dia cheio de nada

Levantaste-te de madrugada

Para mais uma jornada

A camioneta da carreira ficou na garagem, parada

Mais uma greve programada

Quem reparou no teu estado

Ficou preocupado

Um deu-te boleia

Chegaste atrasada

O patrão não gostou nada

Ficaste agastada

Tanto esforço para nada

A vida é uma estopada.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

01
Mai17

Primeiro de Maio

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Primeiro de Maio de 2017

 

Sempre o mesmo dilema: o desequilíbrio entre o trabalho e o capital

Os trabalhadores, ao longo dos séculos, sempre foram explorados, trabalhando de sol a sol, para levarem para casa, um magro ordenado

Depositaram algumas esperanças nas novas tecnologias, mas foram goradas, porque quanto mais se avança, mais aumenta a insegurança

Atualmente, passam a vida a correr de emprego para emprego, sem tempo para comer, nem para, a família, ver!

Enquanto as empresas continuam a enriquecer, e os seus donos, meia dúzia, aumentam o seu poder, esmagando quem não lhes obedecer

É este desequilíbrio, que faz o Mundo tremer, deslocando milhões de pessoas, para, à fome, não morrerem

Cada vez mais as pessoas são bombardeadas, com novos produtos

Para fazerem aumentar o consumismo, criando necessidades, muitas delas evitáveis, mas que deprimem, quem não consegue acompanhar o seu desenfreado ritmo

Passados tantos séculos de progresso, alguns continuam como no início: sem casa, sem pão, sem futuro, analfabetos, mas a verem num telemóvel, o progresso de que nunca beneficiarão

Neste primeiro de Maio, e antes que o Mundo volte à escuridão, apelo aos políticos, que o têm na mão, que por uma vez tenham visão, para não cometerem o erro de criar mais sofrimento à multidão

A vida é muito curta, para tamanha acumulação!

Para que querem tantos milhões, se não têm tempo para os gastar?

Querem criar fundações para se eternizarem?

Não seria melhor não praticar tanta exploração, dando possibilidades de vida a quem não tem direito a viver, quanto mais pensar na eternidade?

 

  

José Silva Costa

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