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22
Ago24

O Império

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O Império  -  As teias que o Império teceu

 

75

 Afonso de Albuquerque conquistou Malaca, em 1511, na Malásia, ao tomar conhecimento da localização secreta das chamadas “ ilhas das especiarias”, ordenou a partida dos primeiros navios para o sudeste asiático, comandados por António de Abreu e por Francisco Serrão, guiados por pilotos malaios. Foram os primeiros europeus a chegar às Ilhas Banda, nas ilhas Molucas. A nau de Serrão encalhou próximo a Ceram, e o sultão de Ternate, Abu Lais, entrevendo uma oportunidade de aliar-se com uma poderosa nação estrangeira, levou os tripulantes para Ternate em 1512.A partir de então os portugueses foram autorizados a erguer uma fortificação-feitoria na ilha, na passagem para o oceano Pacífico: o Forte de São João Baptista de Ternate.

Em maio de 1513, navegando de Malaca (atual Malásia), Jorge Álvares foi o primeiro europeu a atingir o Sul da China. Seguiu-se o estabelecimento de algumas feitorias portuguesas na província de Cantão, onde se viria a estabelecer o entreposto de Macau em 1557, terá sido o primeiro europeu a alcançar e visitar o território de Hong Kong

 

O Elisiário, como estava de férias, todos os dias ia ver o afilhado e aproveitava para ver, também, a Anastácia, de quem tanto lhe custava separar-se, não conseguindo passar sem o perfume da sua respiração

Esperava por uma oportunidade, em que estivessem sozinhos, para lhe dizer quanto a amava e pedi-la em casamento

A oportunidade aconteceu e o Elisiário não a deixou escapar. Assim que ficaram sozinhos, disse-lhe que a amava, que queria casar com ela

A Anastácia, contra o que o seu corpo mostrava, e o Elisiário muito bem sabia observar, lembrou-lhe que era viúva, estado civil, que a obrigava a ser recatada, porque a sociedade era implacável no julgamento das viúvas, que voltavam a casar

Mas, disse-lhe que ia pensar no assunto e, em breve, dar lhe ia uma resposta. O Elisiário, que sentia que o que ela teria gostado de dizer, caso o seu estado civil fosse outro, “ também estou apaixonada por si”, fazendo com que ele tivesse ficado todo contente por não ter recebido um não

A Anastácia poderia ter aceitado imediatamente o pedido do Elisiário, mas isso poderia surpreende-lo, não é hábito as mulheres aceitarem esses pedidos, na hora, porque aos olhos deles isso significa facilidade, tudo o que eles não querem, gostam de luta, por isso, fazem-se de rogadas, quanto mais luta derem, mais eles se sentem vencedores

Mas, as viúvas podem dificultar, ainda mais, a aceitação de um novo companheiro, colocar um outro homem no lugar do seu primeiro grande amor, para algumas, pode ser impossível, e se houver filhos, estes podem coagi-las a não aceitarem viver com outro homem, privando-as da possibilidade de acabarem os seus dias acompanhadas e felizes.

 

Continua

 

 

08
Ago24

O Império

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O Império  -  As teias que o Império teceu

 

73

Nos séculos XVI e XVII, as Molucas eram as chamadas “ Ilhas das Especiarias”. Naquela época eram as únicas fornecedoras mundiais de noz-moscada e cravo-da-Índia, especiarias extremamente valorizadas nos mercados europeus, vendidas por mercadores árabes à República de Veneza a preços exorbitantes, com os negociantes a nunca divulgarem a localização exata da origem.

Em 1511-1512, os portugueses foram os primeiros Europeus a chegar às Molucas, à procura das afamadas especiarias.

Os holandeses, os espanhóis e outros reinos locais, como Ternate e Tidore, disputaram o controlo do lucrativo comércio de especiarias. As árvores de noz-moscada e cravo-da-Índia foram, posteriormente, transplantadas no mundo inteiro, o que reduziu a importância internacional da região.

A Junta de Badajoz-Elvas foi uma negociação diplomática entre as Coroas de Espanha e Portugal, visando encaminhar a chamada questão das Molucas

A Junta reuniu-se de 11 de Abril a 31 de Maio de 1524, sobre a ponte do rio Caia, com representantes de D. João III de Portugal e de D. Carlos I Espanha, para clarificação dos termos do Tratado de Tordesilhas (1494), após a viagem de Cristóvão Colombo (1492)

Quando Magalhães partiu de Sevilha na, sua viagem de circum-navegação (1519-1522), a diplomacia de D. Manuel I notificou a de D. Carlos I sobre a invasão de regiões sob jurisdição portuguesa, ao que o soberano espanhol assegurara que jamais aconteceria, e que assim o havia ordenado expressamente ao capitão-mor da armada

Com o retorno da nau sobrevivente, carregada de cravo, noz-moscada e sândalo, D João III apresentou os seus protestos. O soberano espanhol argumentou, em resposta, que as ilhas onde a armada havia carregado, encontravam-se compreendidas no hemisfério castelhano, de acordo com o tratado de Tordesilhas

Dadas as dificuldades técnicas das observações astronómicas à época, não era possível uma demarcação precisa do Meridiano de Tordesilhas. Desse modo, as duas Coroas decidiram reunir uma “junta de especialistas” para debater a questão da delimitação oriental das respetivas áreas de influência, de modo a acordar a quem caberia a posse das Molucas

Os resultados obtidos pela junta revelaram-se nulos. O soberano português, ciente que era impossível fazer a delimitação sobre dados objetivos, deu instruções aos seus especialistas para que fosse rejeitada qualquer argumentação técnica dos cartógrafos e cosmógrafos, afirmando a sua soberania com base numa presença portuguesa, de facto, desde há mais de uma década na região. Foi estabelecido, provisoriamente, que os

 

direitos de comércio nas Ilhas Molucas seriam portugueses, mediante o pagamento de 40.000 ducados de ouro anuais, por contado dote de D. Catarina, ainda em dívida a Portugal

Posteriormente, com a assinatura do Tratado de Saragoça (1529), seria concedida a posse definitiva desse comércio a Portugal, pela quantia de 350.000 ducados

Embora não se saiba ao certo se Portugal efetivamente pagou essa quantia, o assunto deixou de ter importância nas décadas seguintes, devido ao declínio da lucratividade do comércio de especiarias e da união das duas Coroas, sob a Dinastia Filipina.      

              

(ALBUQUERQUE, Luís. O Tratado de Tordesilhas e dificuldades técnicas da sua aplicação rigorosa. Separata da Revista da Universidade de Coimbra. Coimbra, 1973.

FRADE, Florbela. A presença portuguesa nas Ilhas de Maluco: 1511-1605 (texto policopiado). Lisboa, 1999.

A, A. Teixeira da. A viagem de Fernão de Magalhães e a questão das Molucas. Actas do II Colóquio Luso-Espanhol de História Ultramarina. Lisboa: Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1975.)

Há quem diga que Fernão de Magalhães não queria regressar, por ter verificado que as Molucas pertenciam ao hemisfério português, de acordo com o Tratado de Tordesilhas.

Com a viagem de circunavegação nasceram as Filipinas.

Em Coimbra, o almoço foi muito elogiado, tendo a Anastácia ficado muito feliz. Depois do almoço, os padrinhos falaram dos nomes. O Elisiário disse que não gostava do seu nome, por isso, caso fosse menino, gostava que se chamasse Afonso, se todos concordassem, os futuros pais e a madrinha disseram que era um nome muito bonito, se fosse uma menina teria o nome da madrinha, como era habitual.      

Continua.

 

 

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