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cheia

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15
Nov21

A pintura

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A pintura

 

O vento liso desliza suavemente sobre o monte

Leva o perfume e o branco frio à sua frente

Tudo à sua volta é atraente

As altas árvores, de folhas pintadas com as cores do outono, encantam

Mostram-nos um lindo quadro, pintado pela Natureza

O riacho corre, sonolento, encosta a baixo, amolecendo a sua dureza

Com pressa de dar de beber ao rio, vazio

Triste, por ver as hortas, das suas margens, mortas

Pomares sem flores, cheios de dores, a morrerem de sede

As abelhas estão preocupadas, sem flores, por quem é que vão ser alimentadas?

Esperam que aqueles que vivem do seu tralho, não as abandonem

A biosfera é composta de muitas interdependências

Esta nossa casa tem muitas vizinhanças

É da nossa responsabilidade mantê-la habitável

Mas, a nossa ganancia não é sustentável

Queremos, sempre, mais e mais

Desflorestamos tudo, para termos mais terrenos aráveis

Sem nos preocuparmos com quem vivia lá dentro

Que ficou sem qualquer sustento!

Será que ainda vamos a tempo de virar este momento?

Os técnicos dizem que não podemos perder mais tempo.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

28
Out20

Nova era

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Uma Nova Era

De nariz e boca tapada

Vamos todos de ter de andar uma temporada

Para evitar a entrada da bicharada 

Vai fazer com que tenhamos o nariz quentinho e a boca sem cieiro

Nem tudo é mau, daqui até janeiro

Estávamos a exagerar nos festejos do Natal e Ano Novo

Este ano cada um vai ficar no seu canteiro

Poupa-se tempo e dinheiro

Pagamos bem caro os erros, já podemos passar sem ir ao estrangeiro

A Natureza faz-nos recuar, quando não a sabemos respeitar

É tempo de mudar!

Quanto mais depressa o fizermos, menos sofreremos

Não podemos continuar a correr sem parar

Tudo tem um limite, e nós estávamos a abusar

Somos obrigados a parar, para pensar

Temos de voltar a ter tempo para viver e amar

Não podemos querer o Mundo abarcar

Não precisamos de passar a vida a acumular

Para, de um segundo para o outro tudo deixar

Todos temos direito a ter um lugar

Mas há quem queira com o dos outros ficar

A ganância é a nossa perdição

Temos de dar mais atenção aos outros

Temos de voltar a admirar a Natureza

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

  

15
Jun20

O amor

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O amor

Foi o teu olhar radioso

Esse olhar encantador

De uns olhos de flor

Que mudam de cor

Que me prenderam

Para sempre!

Acompanhados de um boca de amora

Com uns rubros lábios

Onde o amor mora

E o meu coração chora

De alegria!

Por poder beijá-los todo o dia

Não posso, deles, apartar-me

Prendeste-me!

Com essa magia de encantamento

Há muito tempo!

De que já não sei bem ao certo quanto

Mas, há quase cinquenta e cinco anos, que vivemos sob o mesmo teto

Como te agradeço as flores, que nos deste!

Que nos deram, ainda, mais flores

Para o nosso jardim perfumarem

Perfume, que esperamos, perdure pelos séculos

Enquanto, vamos, do perfume, desfrutando.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

15
Mai20

Estranho

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Estranho

Estranho o barulho do silêncio

Estranho o muito tempo

Estranho o preço deste tempo

Estranho o tempo sem tempo

Estranho o movimento deste tempo

Estranho o adiamento deste tempo

Estranho todo este tempo

Estranho o desequilíbrio do rendimento

Estranho que não aproveitem este tempo para mudarem o futuro tempo

Estranho que não oiçam o que diz o tempo

Estranho que não acudam aos que não podem esperar mais tempo

Estranho que não vejam os que nunca tiveram tempo

Estranho que só alguns tenham direito ao tempo

Estranho ver tudo encerrado

Estranho ver o gato arreliado

Estranho esta vida de confinamento

Estranho estar preso no tempo

Estranho não ter liberdade de movimento

Estranho ter de estar, sempre, neste apartamento

Estranho o nosso novo aspeto

Estranho ver o Mundo, sem movimento

Estranho o cheiro intenso

Estranho tanto avião no estacionamento

Estranho não ouvir a campainha do agrupamento

Estranho a saída de homicidas da prisão

Estranho a multidão no paredão

Estranho o meu comportamento

Estranho como me habituei a este tempo.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

26
Abr19

Campanhas eleitorais

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Esbanjar

Indiferentes aos vinte por cento de pobres, deficientes serviços públicos, baixos salários

Os partidos continuam surdos e mudos aos sinais dos tempos

Não aceitaram que os diferentes atos eleitorais se realizassem todos no mesmo dia!

Preferem meio ano de campanhas eleitorais, porque já produzimos demais!

Quanto se poderia poupar? Parece que temos muito, para esbanjar

Vão gastar cinco milhões, só para as europeias

Não admira que falte, para tantas coisas, também, muito importantes

Tornaram-se máquinas opressivas, que só veem e ouvem os que os apoiam

Quem discordar ou opinar é imediatamente insultado e expulso

No Governo e em algumas autarquias criaram centros de emprego

Primeiro para os familiares, para os outros só se sobrar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

19
Nov18

Presente de Natal

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Prendas de Natal

Prendas de Natal, sem o vil metal

Este ano dê tempo, amor, amizade, coisas com valor

Visite uma amiga/o na cadeia, num lar, num hospital

Há situações em que dois dedos de conversa têm muito amor

As prendas que não se vendem nos supermercados deixam-nos esperançados

Que o mundo continua, de pessoas, povoado

Que ainda não estamos, pelos robots, ameaçados

Que, apesar de não termos tempo para nada, ainda nos conseguimos das redes digitais, nos, desligar

Por poucos minutos que sejam, vai ser um presente diferente

Lembre-se que nada substitui um abraço, um beijo, um olhar, um sorriso

Ganhe um dia, uma manhã, uma tarde ou uma noite com os filhos, netos, sobrinhos, afilhados

Acompanhando-os num evento escolhido, por eles

Eles vão preferir, a enterra-los em brinquedos

Hoje, muitos miúdos reclamam mais tempo com os progenitores

E, nós, muitas vezes, não nos apercebemos dessas dores

Pensando que podemos comprar o tempo, que lhes devemos

Comprando-lhes tudo o que querem

Uma alegria que só dura o tempo enquanto as prendas desembrulha

Num mundo virtual, continuarmos humanos é essencial.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

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