Violento!
Violento
O vento diz-me para não pensar no momento
Tudo é tão violento!
A primavera quer um novo tempo
Não quer este mar sangrento
As flores da primavera vão perfumar o pensamento
É delas que as abelhas tiram o seu sustento
O constante movimento
Vai provocar um novo ordenamento
Nada ficará como era antes deste desencantamento
Têm sido muitas tempestades, muitos anos de sofrimento
Vai haver um grande desenvolvimento
Seja por causa da pandemia, da guerra ou do entendimento
Os custos é que assustam o firmamento
Não há rua, nem prédio, nem monumento que não tenha visto o horror, sedento
A História ensina-nos que depois da tempestade vem outro vento
Amassado na dor, na morte, em todos os horrores, nesse inesquecível fermento
Que faz com que o Mundo queira provar que nasceu um novo talento
Que, infelizmente, com o tempo, volta a cair no esquecimento
Fazendo com que voltemos a testar todas as armas nascidas do enlouquecimento
De quem acha que é capaz de prender o sol, a lua, o mar e o esquecimento
Mas, que um dia fica a saber que é mais frágil que o seu assento
E que quem faz um cesto, faz um cento
Não adianta irmos para um convento
Porque a terra vai continuar com o seu movimento.
José Silva Costa