Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

cheia

cheia

26
Jun25

O Império

cheia

O Império    -    As teias eu o Império teceu

119

O sonho da exploração dos diamantes parecia, cada vez, mais longínquo. Assim, o Governador deu ordens, para que a agricultura fosse o motor de desenvolvimento da colónia de Angola

Para além dos bons indicadores dos jovens, que seguiam o Roberto, rapazes e raparigas, na procura de novas culturas e mais produção, coisa nunca vista, porque os homens nunca tinham trabalhado na agricultura, deixando esse duro trabalho, para as mulheres, era preciso pedir-lhes que transmitissem os seus conhecimentos aos mais novos, mesmo que eles, no impeto da juventude, achassem que já sabiam tudo

Para todas as mães era muito agradável ver os filhos, porque as filhas já sabiam o que as esperava,  interessarem-se por um trabalho, tão importante, para a alimentação de todos, que os séculos tinham reservado só para as mulheres

As mães estavam muito gratas, pela criação da creche, fazendo com que tivessem deixado de andar com os filhos atados às costas, enquanto faziam o duro trabalho do campo, disseram ao novo Governador e à esposa que era muito bom, terem um local onde  deixar os filhos, em segurança

Os governantes pediram-lhes para ensinarem os filhos, as filhas e a todos os jovens, que o quisessem, os conhecimentos, que tinham das lavras, porque todos viveriam melhor, quanto mais e melhores produtos conseguissem tirar da terra

A Zulmira e o Miguel aproveitaram aquele agradável encontro, na creche, para informarem as mães de que iriam continuar a trabalhar, para que todos tivessem uma vida melhor

Assim, contavam com as suas sugestões, para melhorarem o funcionamento dos serviços da cooperativa e os trabalhos nas lavras

A cooperativa já tinha serviços muito importantes, como o apoio à agricultura, o armazenamento e distribuição de alimentos, a creche e o posto médico, mas a Zulmira e o Miguel queriam saber se poderia prestar mais serviços ou se poderia melhorar os existentes

A Leopoldina, que era a presidente da cooperativa, disse-lhes que iam convocar uma assembleia geral, para proceder à nomeação de una nova direção, porque ela já se sentia cansada, sem força para imprimir um novo ritmo à associação, exigido pelos jovens agricultores

Alguns dos jovens que, aprenderam a ler e escrever com o Roberto, tinham paixão pela agricultura, queriam alterar os métodos de produção, armazenagem, comercialização e distribuição. Assim, a próxima assembleia geral, seria a oportunidade, para todos apresentarem as suas ideias, fazendo com que a cooperativa desse um passo em frente, no seu desenvolvimento e nomeasse uma nova direção

Como sócios, o Manuel e a Zulmira, poderiam, então, apresentar as suas sugestões e participar no novo rumo da cooperativa

O Manuel disse que, como Governador não queria interferir nos destinos da cooperativa, mas que tencionava apoiar todas as iniciativas, que contribuíssem para o progresso da Colónia

A Zulmira informou que iria participar na discussão, apresentação de sugestões e escolha da nova direção.

Continua.

 

05
Jun25

O Império

cheia

O Império  -  As teias que o Império teceu

116

O Roberto não podia estar mais contente com o seu trabalho, ver os seus alunos quererem produzir mais e melhores alimentos, era o melhor resultado que eles lhe podiam oferecer, porque a alimentação é a base da sobrevivência, sem comida não se consegue viver, só depois de assegurada essa necessidade é que aparecem as outras

A Marina e a sua ajudante, a Alicia, sonhavam com a criação de um hospital. Numa visita do Governador, ao posto médico, acompanhado da esposa, a Zulmira, irmã da Marina, esta confidenciou-lhe o sonho de quem trabalhava naquele posto médico, pedindo que as ajudasse a concretizá-lo

O Miguel disse-lhes que era um bonito sonho, tão importante para toda a população, mas não as poderia ajudar, porque não aceitaram a sua proposta de criar impostos, e sem dinheiro, nada poderia fazer, uma vez que o Rei o tinha incumbido de tornar a Província rentável, para poder ajudar a Coroa

Uma missão quase impossível, que ele aceitara com a convicção de que era possível, todos diziam que Angola tinha muita riqueza, que a escravatura dava rios de dinheiro, mas os empresários desse negócio tinha ido para outras paragens, devido à pressão, que europeus e americanos exerciam sobre Portugal, para que acabasse com a escravatura

A esposa queria que fomentasse a agricultura, a extração de minério e diamantes, e ele contrapunha, fosse para o que fosse, era preciso dinheiro para comprar alfaias e utensílios para a exploração dos minérios, sendo um círculo vicioso, do qual ninguém conseguia sair, sem o vil metal 

Ela insistia que em Angola era diferente, nas margens do rio Quanza havia quem tirasse diamantes com um simples pau. As suas terras eram muito férteis, precisavam era de quem as soubesse amanhar

Estava convicta de que a cooperativa daria um grande impulso à agricultura, com a ajuda dos jovens, que o Roberto encaminhara para as lavras, a fim de contactarem com os mais velhos, principalmente as mulheres, que, sempre, dela tiraram o sustento para a família. O mais difícil era acabar com a tendência de serem só as mulheres a trabalharem a terra, coisa que o Roberto parecia estar a conseguir, incutindo nos jovens o prazer de semear, ver crescer, apanhar e comer, o que fazia com que se sentissem realizados e admirados, pela comunidade

Muitas vezes o que falta, aos povos,  é quem os consigam galvanizar, para feitos extraordinários, sendo que os seus representantes têm de ser pessoas sérias, confiáveis, capazes de dar o exemplo

Roberto tinha esperança que o entusiasmo dos jovens, que o seguiam, fosse o farol, para a construção de uma Angola mais próspera.

Continua

 

 

30
Mai24

O Império

cheia

O Império  -  As teias que o Império teceu

62

 

A Marina, a filha mais nova do Governador, era uma rapariga muito inteligente, frequentava uma escola, onde estudavam os filhos da elite de Luanda

Sonhava ir estudar para a Universidade de Coimbra, mas não queria ir sozinha. Assim, o seu plano era ir com o namorado, para a Metrópole

Dias depois, o pai pediu-lhe para levar, lá a casa, o namorado, queria conhecê-lo e fazer-lhe algumas perguntas

Ficou muito contente, sabia que o namorado iria impressionar o seu pai

O Governador perguntou-lhe por que razão estava apaixonado pela sua filha

Roberto respondeu-lhe que estava apaixonado pela Marina, por ser uma rapariga muito bonita e muito inteligente

Depois, quis saber o que fazia ou o que queria fazer, o jovem disse-lhe que ainda não trabalhava, que queria estudar, que a Marina o estava a ensinar a ler e escrever

É ótimo, que queiras saber ler e escrever, respondeu o pai da jovem, porque eu não quero genros, que sejam analfabetos

Mas, para aprenderes mais depressa, vais para a escola onde anda a Marina, espero que sejas um bom aluno

Roberto respondeu-lhe que faria tudo, para muito aprender e o surpreender

A Rosinha estava muito contente e orgulhosa do seu filho, seria o primeiro a aprender a ler e escrever, mas receava que aquele namorico não desse certo

A Marina ficou muito contente com a decisão pai. Dali em diante os dois, na escola, iriam tentar aprender, o mais rápido possível, tudo o que conseguissem, para realizarem o seu sonho: irem para a Universidade de Coimbra estudar

O Roberto queria conhecer Lisboa, a cidade do seu pai e dos seus tios, capital do maior Império Colonial, tentar saber mais desse povo, que se espalhou por todo o mundo, que se misturou com todos os povos, como foi o caso do seu pai, que se apaixonou por uma  jovem Angolana, no regresso de uma viagem ao Oriente, decidiu ficar em Luanda, procurar uma companheira, iniciar uma nova vida, na maior Colónia portuguesa de África

 Com o nascimento da Eliane, também a Miquelina e o Ezequiel foram passando as suas responsabilidades, na Cooperativa, à Milay e ao Zacarias, para se dedicarem de corpo e alma à neta

Assim, os dirigentes passavam a ser: a Leopoldina, o Jeremias, a Milay e o Zacarias

A pouco-e-pouco os jovens iam assumindo as responsabilidades de continuarem o trabalho dos pais

Na Cooperativa todos comentavam o namoro do Roberto, com a filha do Governador, e ter conseguido ir para a escola dela.

Continua

 

25
Abr21

25, de Abril de 2021

cheia

25, de Abril de 2021

No quadragésimo sétimo aniversário do 25, de Abril de 1974, mais um cravo vai florir

Um sonho que, como todos os sonhos, se vai desvanecendo com o acumular dos anos

Um século depois, os mesmos erros, como que a caminhar ao encontro de um novo salvador da pátria

Como se alguém nos pudesse salvar! A nossa salvação está na nossa união, na força da nossa imaginação, no nosso trabalho, honesto, na alavanca da Educação, que é a maior riqueza de qualquer Nação

Depois de 47 anos continuamos com as mesmas desigualdades, com milhões de pobres, sem ilusões, a verem os políticos a mamarem na teta do Orçamento, como dantes, a enriquecerem 

Com os nossos representantes, na Assembleia da República, a declararem moradas falsas, para receberem mais uns cobres

Todos os dias, os charlatões nos vendem ilusões de milhões

Mas, infelizmente, todos os dias tropeço em pessoas a viverem em papelões

Todos os dias há notícias de muitas, muitas corrupções

Algumas praticadas por os que enchem a boca com a ética republicana

Palavras contrariadas pela prática das ações

Somos um país com a mania das grandezas, de esquemas para esconder a miséria

Sempre de mão estendida, todos dias vamos aos mercados, pedir dinheiro emprestado

Somos os primeiros a apresentar projetos, em Bruxelas, para díspar a bazuca

Quando é para estender a mão, somos, sempre, os primeiros

Foram muitas as espetativa , mas infelizmente, são muitas mais as desilusões

Quem ouve os nossos governantes, parece que estamos no paraíso

Mas, nas estatísticas continuamos na cauda da Europa

Quando são indiciados por corrupção, assobiam para a continuação

Sempre com a mesma lengalenga, da consciência tranquila

A justiça não funciona, e a nação, cada vez, mais se afoga

Só não cairemos noutra ditadura, se Europa nos Governar.

 

José Silva Costa

 

23
Nov20

Natal

cheia

Natal

Este ano não há Natal

Infelizmente, cada um vai ficar no seu quintal

Filhas, filho, netas, neto, todos tão longe, mas tão perto

Mais Natais virão, onde todos caberão

Mas neste, não querem arriscar

Para que nos outros, todos possamos estar

Estes meses têm sido muito duros de suportar

Quantos mais, ainda, teremos de aguentar?

A vida está-nos sempre a perguntar

O que com ela queremos argumentar

Passamo-la na correria da pressa

Com medo que a esperança arrefeça

Um dia ela tropeça

Olhamos para trás e arrependemo-nos de não a termos ouvido

De a termos gasto sem sentido

Não serve de nada estar arrependido

Não volta mais, o tempo perdido

O mais importante é vivermos na ilusão de que tudo é permitido

Na alegria de cada dia saborear o melhor que ela tem para nos dar

Na euforia de que o sonho nunca vai acabar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

25
Ago20

Redes!

cheia

As redes sociais

 

Tantas vezes elogiadas

Tantas vilipendiadas

São as mais belas estradas

Por todo o mundo atravessadas

Onde todas as pessoas estão sentadas

A percorre-las, animadas

Por um fio ou satélite, guiadas

Quando bem utilizadas

Tantas amizades encontradas

Tantas mensagens divulgadas

Tantas distâncias encurtadas

Tantas perguntas respondidas

Tantas oportunidades aproveitadas

Tantas ajudas pedidas

Muitas são atendidas.

 

Uma jovem portuguesa, a viver no Reino Unido, fez um pedido nas redes sociais

Quer estudar matemática numa, Universidade, boa

Mas não tem meios, para o sonho concretizar

Conseguiu tocar alguns corações, entre eles, o da cantora Tayllor Swift

Que lhe doou 26.000,00 €

Se conseguir concretizar o sonho

E todos os que a ajudaram souberem

Vai ser um momento de muita felicidade, para todos.

 

José Silva Costa

 

 

 

08
Jul20

O futuro!

cheia

Que futuro!

No calor do Verão, cozes o pão

Tens a vida em suspensão

Sem saberes o que vai acontecer

Se a empresa vai ou não fechar

Ninguém sabe com o que contar

Esta pandemia veio-nos desafiar

E, tu continuas determinada

A aproveitá-la para uma nova caminhada

Não ficaste três meses confinada

Para que tudo fique na mesma: sem nada

A mesma tristeza, a mesma pobreza, a mesma incerteza

Queres aproveitar para o Mundo mudar

Dizes que alguém tem de começar, não podemos mais esperar!

Não queres mais correrias sem sentido, para um trabalho vazio

Queres fazer qualquer coisa que seja útil, em que te sintas realizada

No futuro, não queres continuar a fazer coisas que não servem para nada

Quando há tanta falta de coisas indispensáveis, para toda a gente

Queres correr atrás de um sonho!

Então, tens de o fazer agora, enquanto as pernas correm

Para o, poderes agarrar

Porque com os anos as pernas começam a pedir para descansar

E, os sonhos vão morrendo devagar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

03
Set19

A Medicina!

cheia

Mãe

A realização de um sonho

Graças à medicina

A prenda mais desejada

Para quem temeu

Que o sonho, de ser mãe, fosse impossível!

Quanta gratidão há?

Nesses dois enormes e lindos olhos!

Que a todos dão força e encanto

Como que a dizerem, consegui!

Incentivando, todos, a lutarem pelos seus sonhos

Porque a vida é só isso!

Uma luta constante, para atingir os sonhos.

 

José Silva Costa

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2007
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D

Em destaque no SAPO Blogs
pub