O Império
O Império - As teias que o Império teceu
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A Marina, a filha mais nova do Governador, era uma rapariga muito inteligente, frequentava uma escola, onde estudavam os filhos da elite de Luanda
Sonhava ir estudar para a Universidade de Coimbra, mas não queria ir sozinha. Assim, o seu plano era ir com o namorado, para a Metrópole
Dias depois, o pai pediu-lhe para levar, lá a casa, o namorado, queria conhecê-lo e fazer-lhe algumas perguntas
Ficou muito contente, sabia que o namorado iria impressionar o seu pai
O Governador perguntou-lhe por que razão estava apaixonado pela sua filha
Roberto respondeu-lhe que estava apaixonado pela Marina, por ser uma rapariga muito bonita e muito inteligente
Depois, quis saber o que fazia ou o que queria fazer, o jovem disse-lhe que ainda não trabalhava, que queria estudar, que a Marina o estava a ensinar a ler e escrever
É ótimo, que queiras saber ler e escrever, respondeu o pai da jovem, porque eu não quero genros, que sejam analfabetos
Mas, para aprenderes mais depressa, vais para a escola onde anda a Marina, espero que sejas um bom aluno
Roberto respondeu-lhe que faria tudo, para muito aprender e o surpreender
A Rosinha estava muito contente e orgulhosa do seu filho, seria o primeiro a aprender a ler e escrever, mas receava que aquele namorico não desse certo
A Marina ficou muito contente com a decisão pai. Dali em diante os dois, na escola, iriam tentar aprender, o mais rápido possível, tudo o que conseguissem, para realizarem o seu sonho: irem para a Universidade de Coimbra estudar
O Roberto queria conhecer Lisboa, a cidade do seu pai e dos seus tios, capital do maior Império Colonial, tentar saber mais desse povo, que se espalhou por todo o mundo, que se misturou com todos os povos, como foi o caso do seu pai, que se apaixonou por uma jovem Angolana, no regresso de uma viagem ao Oriente, decidiu ficar em Luanda, procurar uma companheira, iniciar uma nova vida, na maior Colónia portuguesa de África
Com o nascimento da Eliane, também a Miquelina e o Ezequiel foram passando as suas responsabilidades, na Cooperativa, à Milay e ao Zacarias, para se dedicarem de corpo e alma à neta
Assim, os dirigentes passavam a ser: a Leopoldina, o Jeremias, a Milay e o Zacarias
A pouco-e-pouco os jovens iam assumindo as responsabilidades de continuarem o trabalho dos pais
Na Cooperativa todos comentavam o namoro do Roberto, com a filha do Governador, e ter conseguido ir para a escola dela.
Continua