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cheia

cheia

03
Abr21

Silêncio & Movimento

cheia

Silêncio e vida

No doce silêncio há uma angústia lá dentro

Para onde foi o habitual movimento?

A Primavera, felizmente, contínua exuberante

Com as suas cores e cheiros

Mas as ruas continuam sem gente, nem movimento

Até o sol e a lua perguntam

Para onde foram as pessoas, que vestiam a rua?

Tão deserta e nua, parece, para sempre, abandonada

Sem cor, sem amor, despida

O equilíbrio possível, entre o silêncio e a vida

Parecem depender do nosso comportamento

É o que nos impõe este momento

Temos saudades do movimento

Mas, saboreamos o silêncio

Queremos, sempre, tudo ao mesmo tempo

“Sol na eira, chuva no nabal”

O que é que queremos, afinal!

Não sabemos. Só estamos bem onde não estamos

Dizemos querer defender o ambiente

Mas, queremos investimento

Mesmo que destrua o ambiente

Vamos ter de decidir, o que é que queremos.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

15
Mai20

Estranho

cheia

Estranho

Estranho o barulho do silêncio

Estranho o muito tempo

Estranho o preço deste tempo

Estranho o tempo sem tempo

Estranho o movimento deste tempo

Estranho o adiamento deste tempo

Estranho todo este tempo

Estranho o desequilíbrio do rendimento

Estranho que não aproveitem este tempo para mudarem o futuro tempo

Estranho que não oiçam o que diz o tempo

Estranho que não acudam aos que não podem esperar mais tempo

Estranho que não vejam os que nunca tiveram tempo

Estranho que só alguns tenham direito ao tempo

Estranho ver tudo encerrado

Estranho ver o gato arreliado

Estranho esta vida de confinamento

Estranho estar preso no tempo

Estranho não ter liberdade de movimento

Estranho ter de estar, sempre, neste apartamento

Estranho o nosso novo aspeto

Estranho ver o Mundo, sem movimento

Estranho o cheiro intenso

Estranho tanto avião no estacionamento

Estranho não ouvir a campainha do agrupamento

Estranho a saída de homicidas da prisão

Estranho a multidão no paredão

Estranho o meu comportamento

Estranho como me habituei a este tempo.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

13
Abr20

Os tempos

cheia

Os tempos

 

O silêncio sufoca-me o presente

Falta-me o barulho dos carros, em andamento

As cidades, as vilas, as aldeias estão em confinamento

Tudo tão calmo, tão parado, tão puro, o ar

Hoje, nem o vento apareceu!

Mas, não consigo sossegar

Penso no movimento intenso

Não fosse o inimigo invisível

Cortar-nos o ar, roubar-nos o dia

Afinal, tudo tem um dia: do começo e do fim

E, nós esquecemo-nos de quão bela é a alegria

Foi preciso o tempo dar-nos tempo, para voltarmos ao pensamento

Sem tempo, nunca nos aperceberíamos da importância do silêncio

Quando não temos tempo, para aproveitar o tempo

Como seria tão bom, beneficiarmos de tanto tempo, sem confinamento

Sem ele, não nos aperceberíamos da qualidade do tempo

Tanto ambicionámos ter tempo, agora não sabemos o que fazer com o tempo

Nunca tínhamos saboreado o silêncio, o perfume do vento, o cheiro do asfalto e do cimento

O que me assusta, foi termos parado, quase todos, ao mesmo tempo

Resta-nos a dolorosa fatura, deste descanso, que estamos a pagar e pagaremos durante muito tempo.

Para não falar dos que se foram antes do tempo.

 

José Silva Costa

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