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02
Out25

O Império

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O Império  -   As teias que o Império teceu

133

Tiveram de andar a bom passo, para conseguirem chegar, antes do meio-dia, à casa do Rei, não tinham tempo a perder, queriam regressar a casa, até ao pôr-do-sol, foram muito bem recebidos, mas o Rei ficou admirado de terem ido tantos, o Governador desculpou-se com o facto de o reino dele, sempre, ter repelido os portugueses, com grande ferocidade e valentia

O Rei respondeu-lhe que esses tempos tinham acabado, desde que os portugueses tinham deixado de praticar a escravatura, a chaga que tanto sangrou a África. Levando milhões de africanos, à força, tratados como animais, transportados em condições indignas, que lhes custaram muitas vidas

Comprados, vendidos, desenraizados, deportados para o outro lado do Atlântico, para serem explorados, em condições iguais ou piores que os animais irracionais

Foram muitas mortes, vidas destroçadas, muitas famílias separadas, fome, sede, maus tratos, punições de toda a ordem, um sofrimento indiscritível, que esperava nunca mais voltasse 

O Governador e os seus companheiros ouviram-no com atenção e em silêncio, preocupados com o passar do tempo, receando terem de fazer o regresso de noite, o que era muito perigoso, devido aos animais perigosos, que se escondiam nas matas, que ladeavam a bicada por onde tinham de passar

Por fim, o Rei olhou ao seu redor, pareceu-lhe que todos estavam cansados, decidiu terminar, agradecendo-lhes a visita, acrescentando que os tinha recebido, para lhes propor que dali em diante vivessem em paz: Africanos e Europeus, Angolanos e Portugueses

O Governador, em nome dele e dos seus companheiros agradeceu-lhe a calorosa receção, disse-lhe que por eles a paz seria mantida, porque a boa vizinhança era muito importante, para o progresso e bem-estar dos povos

O encontro terminou com um aperto de mão, entre todos os presentes, para selar o pacto de amizade, que deve envolver todos os povos

Como já estavam muito atrasados, despediram-se do Rei e saíram em passo apressado de regresso a casa, com o sol a descer, também, acelerado, para dar lugar a mais uma noite recuperadora das canseiras do dia

Ainda tinham mais de uma dezena de quilómetros, para palmilharem, quando o sol desapareceu, tiveram de se adaptar, imediatamente, ao breu da noite, o que fez com que tivessem de caminhar, apenas, com o apalpar dos pés, sem a ajuda da visão, mais uma grande dificuldade, para vencerem a etapa

As hienas foram as primeiras a dar-lhes a boa noite, um grupo aí de umas dez, um cheiro insuportável e uns olhos muito vermelhos, não se meteram com eles. Mas, alguns tiveram medo, outros já estavam habituados a vê-las, mais adiante viram elefantes e impalas, nada de perigoso para o grupo

Exaustos, chegaram a Luanda por volta da meia-noite.

Continua

 

24
Mar22

Primavera!

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Primavera 2022

Primavera: luz, bonita, florida, alegria, vida

Todos os anos renasces, com novas cores

Rainha, formosa, flores, amores!

A tua chuva vai lavar a Natureza, dar-lhe mais beleza

Todos estão gratos pela tua pureza

Pela chuva, que nos trouxeste, com tanta leveza

Não há maior riqueza!

Do que as gotas de ouro que estás a espalhar pela Natureza

Como ela te agradece, a vida que lhe trouxeste

Sem água não há vida!

Por muito que gostemos das tuas flores, dos teus perfumes

A tua chuva é muito bem-vinda

Mesmo que muitos esperem de ti: sol, flores, calor, risos, abraços e beijos

Este ano fizeste uma exceção, começaste por dar de beber a quem tinha sede

Oxalá não te esqueças de, em Abril, mandares águas mil

Para que os campos sejam mais felizes.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

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