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21
Mar24

O Império

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Império - As teias que o Império teceu

 

52   

 

A exportação de mão-de-obra escrava pelo porto de Luanda terá sido alvo de competição, no século XVII, entre portugueses e holandeses

A disputa entre os colonizadores, cujo vencedor foi o Reino de Portugal, originou a captura direta de escravos, nas chamadas Guerras Angolanas, no seio de certas tribos, que tinham lutado contra os portugueses

Tornando-se, Angola, num centro, importante de fornecimento de mão- de-obra escrava, para o Brasil, onde crescia não apenas a produção de cana-de-açúcar, no Nordeste, mas também a exploração de ouro na região central

Os navios, com mercadorias de Goa, faziam escala em Luanda, para deixarem panos, as chamadas “fazendas de negros”. Dali, seguiam para Salvador, na Bahia, carregados de escravos e de outras mercadorias provenientes da Índia (como louças e tecidos)

Salvador tornou-se um centro difusor de mercadorias, vindas da Índia, para América do Sul

Os negócios foram estruturados aos poucos. Num primeiro momento, os Governadores da colónia tinham o poder de determinar o preço dos escravos. O pagamento era feito com ouro proveniente de Minas Gerais, no Brasil

Mais tarde, em 1715, a coroa portuguesa proibiu os governadores de se envolverem no tráfico de escravos

Os negociantes provenientes do Brasil (principalmente do Rio de Janeiro, da Bahia e de Pernambuco) assumiram as rédeas do comércio, que teve um grande incremento

A principal feira fornecedora de escravos, para o porto de Luanda, era a feira de Cassanje

 A cachaça brasileira (jeribita) passou a ter um papel de destaque nas trocas, sendo valorizada tanto em Angola, quanto no Brasil. Figurava, ao lado da seda chinesa e as armas europeias, como uma das principais moedas de troca

Era, na verdade, a moeda mais corrente, já que o comércio de armas era controlado e a seda chinesa só chegava a África, depois de passar por Lisboa, o que elevava o preço e reduzia a sua liquidez

Outro produto brasileiro, muito valorizado, em África, era o fumo de corda de Salvador

A Rosinha e o Januário, aliviados das responsabilidades dos destinos da cooperativa, ajudavam na construção da creche, eram da opinião de que os idosos devem acabar os seus dias na companhia das crianças

Podiam muito bem acompanhá-las no recreio, nas suas brincadeiras, nas refeições, fazendo com que aqueles, que não têm avôs, sintam, também, o amor e a compreensão de quem já tantos anos passou, que mais tolerantes os tornou.

Continua

 

14
Set23

O Império

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O império – As teias que o Império teceu

26

Finalmente, a casa de Luando ficou pronta, os dois casais mudaram-se para a capital da colónia

À Rosinha custou-lhe muito deixar a sua terra, a mãe e as irmãs, a quem pediu para continuarem a fabricar a sua lavra

Ficou com mais tempo para se dedicar à filha e ao filho, uma vez que, para além da lida da casa, dividida com a cunhada, nada mais tinha para fazer

O bom rendimento do negócio dava para os dois casais viverem bem, ainda que as mulheres continuassem a dizer que não queriam, por muito mais tempo, viver da compra e venda de escravos

 Mas, por mais que puxassem pela cabeça, não encontravam nada que, de um momento para o outro, pudesse dar um rendimento, que lhes permitisse continuarem com a boa vida de Luanda 

Sem resposta, comprometeram-se a procurar uma solução.

O negócio do açúcar, que tanta mão-de-obra necessitava, foi o grande incremento da escravatura, instalado, no Brasil, com o auxílio de capital holandês, porque os senhores dos engenhos só conseguiram desenvolver o negócio, com dinheiro emprestado pela Holanda, que também participava na refinação do açúcar e na sua distribuição, pela Europa

A parceria entre Portugal e a Holanda correu bem até à perda da independência de Portugal, uma vez que a Holanda estava em guerra com a Espanha

Com a coroação de Filipe II, os holandeses foram excluídos das suas atividades no Brasil, chegando a ordenar o confisco de embarcações holandesas, que estavam em Lisboa, por diversos anos

Os holandeses resolveram reagir, para defenderem os seus interesses económicos

Em 1595, embarcações holandesas saquearam o porto português de São Tomé e Príncipe  

Em 1604, atacaram a cidade Salvador, a primeira capital do brasil, mas fracassaram

 Em 1621, os holandeses fundaram a Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais, a quem foi atribuída a responsabilidade pelo desenvolvimento de um empreendimento colonial holandês, nas Américas, tendo como objetivo controlar a produção de açúcar, no Brasil e os postos de comércio de escravos, em África

Em 1630, os holandeses levaram mais de 7.000 homens para atacarem Olinda, que foi conquistada a 14 de Fevereiro desse ano

Entre 1630 e 1637, os holandeses lutaram continuamente contra os portugueses

Um dos seus aliados foi o português Domingo Fernandes Calaba, que se passou para o lado holandês.

 

Continua

 

 

 

 

12
Mai22

A incerteza (5)

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A incerteza (5)

Com a vitória dos nacionalistas, nas eleições legislativas, a Irlanda do Norte quer fazer um referendo para sair do Reino Unido e juntar-se à República da Irlanda

A nossa Europa está em ebulição e os tempos de e incerteza continuarão 

Vamos ver como é que o Reino Unido vai descalçar esta bota. A saída do Reino unido da UE continua a provocar ondas de choque

Portugal, sempre, de mão estendida, recebeu, no dia da Europa, mais um cheque do Plano de Recuperação e Resiliência, no valor de 1,170 milhões de Euros

Dinheiro não nos falta, se for bem aplicado, pode ser que faça com que nos tornemos num país desenvolvido, sem precisarmos de andar de mão estendida

Muito se especulou sobre o que Putin diria no dia da Europa, mas ele continua com o disco riscado de que a NATO queria invadir o seu chão sagrado

Infelizmente, vamos continuar a ver a destruição da Ucrânia, que é o que alguns querem, para que Putin enfraqueça e se aborreça, ou que alguém lhe abra a cabeça

Por enquanto, parece ter o apoio do seu povo, ou dos que estão confusos com a sua propaganda, dizendo-lhes que quase todo o mundo está contra eles, e que ele é o salvador da pátria, como fazem todos os ditadores

Começam por agitar bandeiras, rufar tambores, apelar ao nacionalismo, vomitam ódio contra os outros, mostrando-se muito preocupados com os símbolos, com as fronteiras, com a soberania, com tudo o que lhes provoque uma forte azia, para enfurecer a multidão

Como é que pais e mães ficam tão orgulhosos, nos desfiles do arsenal bélico, sabendo que todo aquele material bélico saiu do trabalho das suas mãos, e que será usado para matar os seus filhos?

Infelizmente, por todo o mundo, há essa exaltação do poderio militar, para irmãos matar, para os recursos abocanhar, em detrimento do pão, da educação, da saúde, do progresso, do bem-estar

E aqueles a quem chamam antigos combatentes, como eu, que nunca me senti combatente, e ainda me queriam dar um crachá, para todos saberem que tinha estado na guerra, triste passado, de que nada me orgulho, desfilam, carregados de medalhas ensanguentadas, fazendo a triste figura de se orgulharem de muitos terem matado  

Enquanto houver multidões a admirar fanfarras e tambores, as guerras vão continuar, pois não são capazes de se interrogar por que razão vão matar o seu irmão

Depois de tantos séculos e de tantas camadas de verniz, continuamos a pensar e a agir, como se tivéssemos saído, agora, das cavernas, e tivéssemos de disputar uma peça de caça ou a raiz duma planta para nos alimentarmos.

 

Continua

 

25
Abr21

25, de Abril de 2021

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25, de Abril de 2021

No quadragésimo sétimo aniversário do 25, de Abril de 1974, mais um cravo vai florir

Um sonho que, como todos os sonhos, se vai desvanecendo com o acumular dos anos

Um século depois, os mesmos erros, como que a caminhar ao encontro de um novo salvador da pátria

Como se alguém nos pudesse salvar! A nossa salvação está na nossa união, na força da nossa imaginação, no nosso trabalho, honesto, na alavanca da Educação, que é a maior riqueza de qualquer Nação

Depois de 47 anos continuamos com as mesmas desigualdades, com milhões de pobres, sem ilusões, a verem os políticos a mamarem na teta do Orçamento, como dantes, a enriquecerem 

Com os nossos representantes, na Assembleia da República, a declararem moradas falsas, para receberem mais uns cobres

Todos os dias, os charlatões nos vendem ilusões de milhões

Mas, infelizmente, todos os dias tropeço em pessoas a viverem em papelões

Todos os dias há notícias de muitas, muitas corrupções

Algumas praticadas por os que enchem a boca com a ética republicana

Palavras contrariadas pela prática das ações

Somos um país com a mania das grandezas, de esquemas para esconder a miséria

Sempre de mão estendida, todos dias vamos aos mercados, pedir dinheiro emprestado

Somos os primeiros a apresentar projetos, em Bruxelas, para díspar a bazuca

Quando é para estender a mão, somos, sempre, os primeiros

Foram muitas as espetativa , mas infelizmente, são muitas mais as desilusões

Quem ouve os nossos governantes, parece que estamos no paraíso

Mas, nas estatísticas continuamos na cauda da Europa

Quando são indiciados por corrupção, assobiam para a continuação

Sempre com a mesma lengalenga, da consciência tranquila

A justiça não funciona, e a nação, cada vez, mais se afoga

Só não cairemos noutra ditadura, se Europa nos Governar.

 

José Silva Costa

 

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