Frio
Janeiro leva a velha e o cordeiro
A Europa treme de frio
Os refugiados correm perigo
Numa política sem sentido
Encurralam os desesperados
Em abrigos improvisados
Que, para tanto frio, não são adequados
A velha Europa está decadente
Mais velha, com menos gente
Barrica-se com arame farpado e muros
Mas continua em apuros
Onde, todos, se sentem menos seguros
Porque ninguém vai viver
Tranquilo e feliz
Enquanto tiver
Ao seu redor
Povos, de fome, a morrer
Sejamos hospitaleiros e magnânimos
Não queiramos o que não precisamos
Ver irmãos, de frio, a morrer
Sem os queremos socorrer
Barricamo-nos num falso poder
Que mais tarde ou mais cedo vamos perder.
José Silva Costa