Natal diferente
Natal diferente
Um Natal diferente
Sem filhos, nem netos
Cada um nos seus tetos
Sem beijos nem afetos
Não é tão cedo que voltamos aos projetos
Porque temos medo dos contactos
Quase nos arrepiamos quando nos tocamos
Quando voltarmos a podermos tocar
Vamos ter de nos adaptar
Porque este medo vai continuar
Havemos, muitas vezes, de hesitar
A ponto de nos fazer recuar
Com receio de que o vírus nos possa infetar
Esta pandemia vai levar muito tempo a passar
Não acredito em milagres
Só a ciência nos poderá salvar
Até lá, as máscaras e as distâncias vão-nos acompanhar
Por muito dura que seja a sobrevivência
Procuraremos, sempre, adaptarmos
Tem sido assim ao longo dos séculos
E assim, esperamos que continue a ser
José Silva Costa