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24
Out24

O Império

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Império  -  As teias que o Império teceu

84

 

O exército de Gungunhana continuou a resistir à autoridade colonial, sob a liderança de Maguiguane Cossa, que só foi derrotado a 21 de Julho de 1897, em Macontene (a 10 km do Chibuto). Com esta vitória, a autoridade colonial foi finalmente estabelecida no sul de Moçambique.

Companhia do Niassa e a ocupação de Cabo Delgado e Niassa

Companhia do Niassa foi formada por alvará régio de 1890, com poderes para administrar as actuais províncias de Cabo Delgado e Niassa, desde o rio Rovuma ao rio Lúrio e do Oceano Índico ao Lago Niassa, numa extensão de mais de 160 mil km². Com o apoio dum pequeno exército fornecido pela administração colonial, formado por 300 "soldados regulares" (leia-se portugueses) e 2800 "sipaios" (indígenas recrutados noutras regiões de Moçambique), a Companhia tentou ocupar militarmente o território a partir de 1899. Teve imediato êxito na conquista das terras do Chefe Mataca (ver Os Estados Ajaua, acima), que tinha abandonado a sua sede, e assegurar uma posição militar em Metarica, no Niassa. Em 1900 e 1902, tomou Messumba e Metangula, nas margens do Lago Niassa.

Durante a Primeira Guerra Mundial, o território da Companhia foi palco de várias operações de resistência por parte dos chefes locais e invadido pelos alemães (ver Triângulo de Quionga). Para resistir a essa invasão, foi aberta uma estrada de mais de 300 km, entre Mocímboa do Rovuma e Porto Amélia (actual Pemba), o que significou a ocupação efectiva do planalto de Mueda; no entanto, só em 1920 a Companhia conseguiu assegurar essa ocupação, depois de várias operações militares contra os macondes, fortemente armados. Como se verá mais tarde, esta tribo foi um dos primeiros e principais suportes da Luta Armada de Libertação Nacional.

Em 1929 extingue-se a Companhia do Niassa, passando o território para a administração directa do governo colonial. No entanto, as estruturas administrativas, na forma de circunscrições e regulados, asseguradas por agentes do Estado, já tinham sido implantadas em grande parte do território.

Em Angola, o Governador vivia dias de felicidade, desde que a filha mais velha se juntara ao Leopoldo, que esperava que lhe dessem uma neta ou neto

Poucos meses depois, o jovem casal anunciou que a Mité estava gravida, o que fez com que o Governador transborda-se de felicidade. Agora sim, as filhas estavam no bom caminho, tinham deixado de se considerarem muito importantes, aceitando os pretendentes, que juravam amá-las, mesmo que não fossem os príncipes encantados que elas tinham imaginado

Ainda faltavam as outras quatro, mas se um terço já tinha companhia, os outros dois terços, mais tarde ou mais cedo, também a arranjaria, essa era a sua grande esperança, para que um dia tivesse a casa cheia de netas e netos, repleta de alegria

O luto pela mulher, que tanto amava e que lhe deixou seis bonitas flores, a dor da sua partida, na flor da idade, no parto da última filha, para ele era para sempre, mas tinha de transmitir às filhas, que a vida também tinha dias de alegria.

Continua

 

05
Set24

O Império

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O Império – As teias que o Império teceu

77

O Governador não a deixou ir sozinha, acompanhou-a à cooperativa, onde ambos foram recebidos com muita alegria, mas mais alegria houve, quando a Rosinha anunciou que tinha recebido uma carta do Roberto, dizendo que a Marina tinha tido um menino, e que se chama Afonso, por isso estavam muito felizes

Todos foram contagiados pela alegria da avó e do avô, beijaram-se e abraçaram-se, desejando muitas felicidades para os jovens pais e herdeiro, pedindo que o tempo passasse depressa para conhecerem o Afonso e voltarem a ver a Marina e o Roberto

Os avós também fizeram o mesmo pedido, a Rosinha acrescentou que era pena, o   Januário,não estar cá, para participar numa festa tão alegre e bonita

No regresso, enquanto acompanhava a Rosinha a casa, o Governador, que não cabia em si de contentamento, desabafou, dizendo: “ tenho 6 filhas, e foi a mais nova que me deu o primeiro neto, as outras, não compreendo o que querem, continuam a rejeitar os pretendentes, dizem-me que ainda não encontraram os príncipes, que as encantem, deve-lhes ter subido à cabeça o facto de serem filhas do Governador, o que não as torna diferentes das outras

A Marina apaixonou-se pelo seu filho, e como vemos, são um casal muito feliz, e seremos todos muito mais felizes, quando eles regressarem com o nosso Afonso”

Despediu-se da Rosinha, beijando-a e abraçando-a, dizendo que estava muito atrasado, que tinha muitos assuntos para tratar, mas que estava muito feliz, tinha sido um dos dias mais felizes da sua vida, e que, em breve, esperava trazer-lhe mais e boas notícias

A Rosinha agradeceu-lhe por tudo: pelas excelentes notícias e pela companhia, e acrescentou que só queria viver até a Marina e o Roberto regressarem a Luanda, acompanhados do Afonso

O Elisiário, no dia seguinte, não perdeu a oportunidade de ir ver o afilhado e a Anastácia, já não conseguia passar sem os ver todos os dias

Quando a Anastácia lhe abriu a porta, recebeu-o com um sorriso diferente, como que a anunciar que lhe iria dizer que aceitava o seu pedido de casamento

Dirigiram-se para o quarto do Afonso, onde o jovem casal contemplava o fruto do seu amor

Depois de se cumprimentarem e o Elisiário ter observado o afilhado, fez-se um minuto de silêncio, que a Anastácia aproveitou para lhes dizer que, uma vez que a família estava reunida, queria dizer ao Elisiário que, depois de ponderar sobre seu pedido, o aceitava como prova de amor reciproco

Foi um grande momento de alegria e felicidade: beijaram-se, abraçaram-se, todos queriam  que aquela felicidade e alegria se prolongassem para sempre

E, para que tudo ficasse esclarecido, a Anastácia disse ao Elisiário que se podia mudar, lá para casa, assim que quisesse e, se estivesse de acordo, não seriam precisas formalidades

O Elisiário disse que estava completamente de acordo, que no dia seguinte se mudaria lá para casa, e iria trazendo os seus poucos pertences até entregar a chave do quarto ao senhorio

Tirou do bolso do casaco, uma caixinha com um bonito anel, que entregou à Anastácia, esta ficou encantada com o bonito anel, beijaram-se mais uma vez, agradeceu-lhe muito a bonita prenda, pediu-lhe que lho enfiasse no dedo, e que dali em diante seriam mulher e marido.

 

Continua

 

 

 

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