Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

cheia

cheia

24
Abr25

O Império

cheia

O Império   -   As teias que o Império teceu

110

O Miguel ficou surpreendido com o pedido de esclarecimentos sobre o papel dela, como sua esposa

Não era habitual as mulheres dos governadores trabalharem, muito menos fora de casa

Não queria desistir de namorar a bonita Zulmira, o facto dela ser diferente, era motivo de orgulho, para ele, mostrava que era inteligente e sabia o que queria, podendo ser muito importante, para o ajudar a cumprir a missão de que o Rei o tinha incumbido

Aproveitou para lhe pedir se poderia contar com ela, para o ajudar a cumprir a sua missão, mesmo que continuasse a trabalhar na cooperativa

Ela respondeu-lhe que sim, acrescentando que se fosse necessário, deixaria de trabalhar para a cooperativa

Depois, veriam como melhor servir os povos de Angola, pedido do Rei, que muito queria cumprir

Aceite o compromisso de ambos, a tudo fazerem por Angola, oficializaram o namoro, com a promessa de se casarem e serem muito felizes, para sempre

A notícia correu rápida, por toda a cidade só se comentava o namoro de uma das filhas do antigo governador com o novo governador

Entre os familiares, todos aprovaram o namoro. As manas foram quem mais se regozijou com o namoro, sendo que o pai delas foi o que mais vibrou com a esperada notícia

Só pedia que corresse tudo bem, gostava tanto de ver as filhas felizes, já lhes bastava o facto de terem ficado, tão cedo, sem a mãe. Tinha prometido, a ele mesmo, quando a sua amada esposa faleceu, que tudo faria para que as filhas conseguissem superar tão grande perda

Muitas vezes interrogava-se se não teria sido preferível voltar a casar, se a escolha de não dar uma madrasta às filhas teria sido a melhor decisão

A Natureza mostrava-lhe que o natural era ser um casal a criar os filhos. Mas ele teve receio que não encontrasse uma mulher tão generosa, que amasse as suas filhas, como se fossem dela

Assim, só lhe restava continuar a tudo fazer, para que elas se sentissem felizes, apoiando-as nos seus projetos e sonhos, para que tudo o que dependesse dele, não lhes faltasse.

Continua

 

17
Out24

O Império

cheia

O Império  -  As teias que o Império teceu

83

Ela não aceitou, dizendo que o trabalho não era demasiado, e o que pedia, era que se licenciassem e aplicassem a sua sabedoria e tenacidade no desenvolvimento da terra deles, no sentido de melhorar a vida dos seus povos

O Roberto agradeceu-lhe muito, a Marina também, e ambos prometeram tudo fazerem, para cumprirem o seu pedido

Ficaram mais tranquilos, deixaram de se culpabilizar pelo muito trabalho da Anastácia, sentiram que ela os ajudava por amor e que isso a fazia feliz

Viam que ela transpirava de felicidade por tomar conta do Afonso, fazer o jantar, para todos, tomar o pequeno-almoço com eles e o Elisiário, que viera completar o seu sonho: ter uma família, uma casa viva, cheia, sentir-se útil e muito amada, por todos, sem esquecer o Afonso, que cada vez que lhe chamava avó a floria de alegria, bem como ao Elisiário, a quem chamava avô

Dias de muito trabalho e também de muita felicidade, para todos, dava gosto ver como aquelas pessoas se amavam e se ajudavam, pareciam uma orquestra, bem afinada, em que cada um fazia o que houvesse, para fazer, sabendo que quanto mais depressa arrumassem a casa, mais tempo teriam para jogarem uma partida de cartas ou outras atividades, para descontraírem do longo e duro dia de trabalho

Precisamos de férias, de fins-de-semana, nem que sejam pequenos momentos, todos os dias, de descontração, que nos ajudem na arte de viver

 Em 1891, Gungunhana assinou com Cecil Rhodes um acordo relativo a direitos sobre a exploração de minério nas suas terras, a favor da Companhia Britânica Sul-Africana, a troco dum pagamento anual de cerca de 500 libras. Tornava-se claro para os portugueses que só uma acção militar poderia forçar o estabelecimento da autoridade colonial na região. Esta acção, conhecida na altura como "Campanha de Pacificação", foi despoletada pela recusa de Mahazula Magaia, um chefe tradicional da região de Marracuene, em aceitar a decisão do Comissário Residente sobre uma disputa de terras. A questão chegou a vias de facto, quando a guarnição militar portuguesa foi forçada a fugir para Lourenço Marques, perseguida pelos exércitos de Magaia, Zihlahla e Moamba, que cercaram a cidade entre Outubro e Novembro de 1894.

António Enes organizou as suas tropas e, no dia 2 de Fevereiro de 1895, perseguiu e derrotou (embora com dificuldade e pesadas baixas) os atacantes em Marracuene. Este dia continua a ser celebrado naquela vila com uma cerimónia chamada "Gwaza Muthine". Os chefes rebeldes refugiaram-se em Gaza, sob a protecção de Gungunhana. Depois de várias tentativas de negociações com o rei de Gaza, pedindo a extradição daqueles chefes, os portugueses resolveram atacar de novo. A 8 de Setembro, travou-se a batalha de Magul, onde se encontrava Zihlahla e, a 7 de Novembro, uma outra coluna proveniente de Inhambane defrontou-se com o exército de Gungunhana em Coolela, perto da sua capital. Em Dezembro, Mouzinho de Albuquerque cercou Chaimite e prendeu o imperador, que ali se tinha refugiado, mandando-o depois para os Açores, onde veio a morrer.

Continua

 

 

26
Jul23

O Império

cheia

O Império – As teias que o Império teceu  

19

Entretanto a Rosinha deu à luz o seu segundo filho: um rapaz. Correu tudo bem, chegaram a acordo para que se chamasse Roberto

Toda a família estava muito feliz, mas o Januário tinha um sorriso de orelha a orelha, de tanta felicidade

A Leopoldina também parecia muito contente, mas quando o viu ao colo da mãe, ficou com ciúmes, pediu aos pais para o darem, o que acontece com muitas crianças, por verem que têm de dividir as atenções, que eram só delas, ou pior, os adultos, erradamente, mimarem mais os bebés, que nem percebem o que está a acontecer, em vez de, nos primeiros tempos, privilegiarmos os que se sentem ameaçados, por os pais dedicarem tanto tempo ao bebé

Pais, famílias e amigos, aquando da chegada de bebés, que tenham irmãos pequenos, devem  fazer um esforço para darem toda a atenção aos que se sentem preteridos pela chegada dos bebés

Com a chegada do Roberto, nova pontinha de tristeza a toldar a grande alegria de Januário, por não conseguir transmitir a sua grande felicidade à mãe e ao irmão, quanto gostariam de saber da chegada dos novos membros da família, de conhecê-los, de vê-los!

Só lhe restava tentar saber novidades de Lisboa, estava na altura das naus, da carreira da Índia, atracarem no porto de Luanda, tinha de tentar passar mais vezes junto ao cais, para ver se notava alguma movimentação

Mas as obras ocupavam-lhe muito tempo, para além do que fazia questão em passar com a mulher e os filhos

Gostava de preparar a papa e dá-la à Leopoldina, enquanto a Rosinha dava de mamar ao irmão, para que ela não  sentisse que as atenções eram todas para ele

A avó materna e as tias também estavam muito contentes com a chegada do Roberto, mas estranhavam a maneira como o Januário participava nos cuidados com os filhos, o que não admirava, porque se tratava de costumes de duas sociedades diferentes, e ainda por cima o Januário estava muito à frente, no que dizia respeito à participação dos pais, nos cuidados com os filhos, no velho continente

Muito poucos, mas houve, sempre, quem pensasse que os cuidados com os filhos era uma tarefa do casal, mas eram muito mal vistos, insultados e até agredidos, por irem contra as tradições, que funcionam como leis

O Januário queria ser diferente, apostava na harmonia, queria viver com alegria o dia-a-dia, acreditava que havia uma complementaridade entre homens e mulheres, e que todos os povos eram irmãos

Teve muitas contrariedades e problemas, devido ao seu avançado pensamento, e mais por apregoar uma coisa e fazer o seu contrário, como acontece com muito boa gente, é muito difícil ser-se coerente.

 

Continua

 

 

 

 

 

09
Mai21

A Europa!

cheia

Dia da Europa

 

A nossa bela Europa

Tem um dia, a ela, dedicado

Para que cada dirigente

Se sente à volta de uma mesa

Para beberem uns copos

Em honra da sua gente

E proclamarem solenemente

Que mesmo aos solavancos

Ela seguirá em frente

Enquanto isso acontecer

Pode ser que não peguem em armas

Para se matarem, novamente

Com a saída, do Reino Unido, da C.E.

Os peixes não sabem onde pôr o pé

Fazendo com que os pescadores

Franceses e britânicos já agitem a maré

Brindemos aos 27, para que se mantenham de pé

Transmitindo, aos seus povos, fé

Para que não se revoltem

Não exijam, mais uma vez, um banho de sangue

Não há nada que pague a Paz!

 

José Silva Costa

12
Nov19

A branca escuma

cheia

Atlântico

Atlântico, onde, com os peixes, descanso

Nesse vai e vem, manso

Nos teus braços me deito, sonho e avanço

Uma estrada sem fim, onde em qualquer lugar danço

Sonho com todos os locais, que banhas, e não me canso

Viajar, correr o mundo, utilizando o baloiçar das ondas

Essa estrada secular, onde, portagens, não é preciso, pagar

Contigo e com os teus irmãos, a todo lado podia chegar

Mas o sonho morreu antes de começar

Fiquei em terra, não consegui abalar

Mas, não me canso de te escutar

Noite e dia oiço o teu sussurrar

E, quando posso, descanso, nos teus lençóis, o olhar

Nunca me canso de te contemplar

Mesmo em terra, contigo ando sempre a viajar

Não penses, que para isso, é preciso embarcar

Basta imaginar, e isso, ninguém me pode tirar

Assim, vou continuar, todos os dias, a namorar contigo.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2007
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D

Em destaque no SAPO Blogs
pub