O Império
O Império – As teias que o Império teceu
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Foi uma viagem muito longa, muito desgastante, alguns tripulantes morreram, quando chegaram a Nagasaki, a armada e os homens precisavam de descanso
A armada era composta por 4 barcos, que chegaram todos ao destino, o que foi muito bom
Mas precisavam de uma grande reparação e de mais tripulantes, que não eram fáceis de encontrar
Os portugueses não eram bem visto na cidade, porque faziam muitos filhos e propagavam o catolicismo
Por isso, os japoneses construíram a pequena ilha de Dejima, de 200 metros de comprimento por 80 de largura, que ficou pronta em 1636, para tentar afastar os portuguese da cidade, mas os portugueses não aqueceram o lugar, foram expulsos em 1639
Carregadas as mercadorias e recuperados os barcos e os homens, iniciaram o regresso
Voltaram a aportar em Macau, Malaca e Goa, para carregarem mais mercadorias
Deixaram Goa com os barcos completamente carregados, todos estavam ansiosos por voltarem a Lisboa, menos o Januário, que já tinha decidido não voltar à Pátria
Foram fustigados por ciclones e tempestades, que partiram mastros e rasgaram velas, temeram que as pequenas caravelas fossem engolidas pelo mar, foram muitos dias com medo de perderem a vida
Como diz o ditado: “depois da tempestade vem a bonança”, tiveram de aportar na Ilha de Moçambique, uma paragem que não estava programada, mas foi necessária para tentar consertar o que as tempestades tinha danificado
Foi mais de um mês de paragem, o que fez com que todos ficassem mais nervosos, com mais ansiedade, com receio de que não conseguissem voltar a ver Lisboa
Quando se fizeram, de novo, ao mar o ânimo voltou, até parecia que Lisboa estava ao voltar da esquina
O januário já fazia planos para a sua fuga, que não confidenciou com ninguém, tinha trazido alguns anzóis, fogo, a pistola, uma faca, um pano de seda, que tinha comprado em Nagasaki
Esperava conseguir camuflar tudo com os trapos de que se cobria, não podia fazer nada que pusesse em perigo a sua opção de ficar em Luanda
No último dia em que pudesse ir a terra, antes de deixarem Luanda, tinha de sair sem levantar suspeitas, procurar embrenhar-se no mato, para não voltar a ser visto, procurar um abrigo para pernoitar, tencionava arranjar uma companheira, queria ter uma grande família
Tudo planeado, mas não estava muito tranquilo quanto à sua concretização, acreditava que, se tivesse sorte, tudo correria bem.
Continua