Antigamente
Antigamente
Há setenta e um anos, que Alice, na altura uma jovem de dezoito anos, deu à luz o seu primeiro filho.
O parto correu mal, a jovem mãe perdeu muito sangue, sem médico, nem parteira, recorreram a um curioso, que, para agravar as coisas, receitou uma sangria.
Bebé e mãe estiveram por um dia, mas lá se conseguiram equilibrar.
Tivera mais quatro filhos, todos sem assistência especializada, apenas com a experiência de uma ou outra vizinha.
Quando nasceu a terceira, o marido tinha saído cedo para o trabalho, ao sentir as dores de parto, disse ao filho de seis anos, que não podia ir à escola, que fosse, com o irmão, de quatro, chamar a vizinha, e que ficassem a brincar com a sua filha.
Quando voltaram, já lá tinham uma menina, como foi chamada, durante alguns dias, até lhe escolhermos o nome.
No dia seguinte a professora perguntou-lhe: Por que não vieste ontem?
Ao que respondeu: porque nasceu a minha irmã.
José Silva Costa