Vidas queimadas
Vidas queimadas
Custa! Mas tem de ser
Temos, quanto antes, de descontinuar os campos de gás
Colocando toneiras de segurança, de tantos em tantos quilómetros
Não prevenir, é pura asneira
Continuaremos a ver, o monstro de boca infernal e enorme língua
A salivar, a saborear tudo o que encontrar
E, nós a vê-lo, mesmo ali à nossa frente, a tirar-nos, como se fossem nossos filhos
Todos os sonhos, trabalho de gerações, de sol a sol e serões
A casa, o carro, o pomar….
Nem sequer, para trás, podemos olhar!
Temos de tentar esquecer, correr e fugir
Porque ele quer-nos engolir
Não! Não há outra maneira
Não há mulheres, nem homens, nem máquinas, nem engenharias, nem helicópteros, nem aviões, nem água, que o consigam conter
Temos de o matar, à fome, retirando-lhe o comer.
De olhos rasos de água, quem é que consegue dormir?
A todos os que perderam familiares e amigos, os meus pêsames.
José Silva Costa