O Império
O Império - As teias que o Império teceu
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No dia seguinte, o Governador mandou chamar o Leopoldo ao seu gabinete, para lhe perguntar se gostava da Mité e se pensava casar com ela. O Leopoldo respondeu-lhe que gostava muito da filha dele e que casaria com ela, quando ela quisesse
O Governador respondeu-lhe que isso dependia dela e que desejava que fossem muito felizes
O Leopoldo apressou-se a procurar a Mité, para a informar das boas notícias, beijaram-se e abraçaram-se, estava autorizado o namoro, ficaram floridos de felicidade
Dali em diante podiam namorar à vontade, sem terem de se esconder, como tinham feito, para manterem o namoro em segredo
É bom que os pais compreendam que os filhos não sua propriedade, que não podem escolher o futuro deles, podem-nos aconselhar, mas as escolhas têm de ser suas
O Governador estava muito contente por a filha mais velha ter um namorado, mas não queria que eles soubessem, preferia aguardar que desse certo e eles casassem
Desde que a mulher faleceu, devido a problemas no parto da última filha, que ele só vivia para elas, pediu a uma irmã, às criadas e criados, que o ajudassem a cria-las, o que mais desejava era que casassem e lhe enchessem a casa de netas e netos
Finalmente, parecia que esse sonho se começava a concretizar, esperava que as outras quatro seguissem o exemplo da mais nova e da mais velha, que esquecessem o receio que tinham em ficar grávidas, pelo que tinha acontecido à mãe
Ainda bem que em breve teriam uma médica na família, para tratar delas, caso houvesse algum problema, para as aconselhar, para acudir às muitas mulheres, que morriam devido a complicações no parto
O Governador sabia bem que não hvia quem ajudasse as parturientes, em casos complicados, era por isso, que ele achava que a mulher tinha morrido, deixando-o com seis filhas para criar, perdendo, para sempre, o amor da sua vida
Ficou muito contente e esperançado, quando a Marina disse que queria ser médica, e um dia dotar a cidade de uma maternidade, onde todas as mulheres, com partos difíceis, tivessem quem as ajudasse, assim ela quisesse e estivesse preparada para tão grande obra
Para ele o grande problema era o tempo ter parado, parecia que os dias, os meses, os anos estavam, cada vez, mais longos
A sua comadre, a Rosinha, tinha estado muito doente, receou que morresse sem ver o neto. Ele também se sentia cansado de esperar, dizendo que conforme as circunstâncias o tempo anda depressa ou devagar
Ocupação Militar de Nampula
Os estados islâmicos da costa (Xeicado de Quitangonha, Reino de Sancul, Xeicado de Sangage e Sultanato de Angoche), em aliança com os pequenos reinos macuas do interior conseguiram, até ao fim do século XIX, resistir à dominação portuguesa. Com uma técnica que, já naquela época, era considerada de guerrilha (Teixeira Botelho. 1936. História Militar e Política dos Portugueses em Moçambique. 1º vol. Centro Tipográfico Colonial, Lisboa, citado em UEM, 1982).
Depois de muitas tentativas, em 1905, os portugueses encetaram uma nova tática, enviando grandes colunas militares a partir da Ilha de Moçambique e Mossuril, que avançavam ao longo dos rios, submetendo os chefes macuas. Nos locais onde conseguiam a colaboração destes, organizaram "Circunscrições" com uma administração incipiente, mas efectiva; onde não o conseguissem, instalavam "Capitanias-Mores" de base militar. Dessa forma, conseguiram dividir o território e as suas populações, incentivando as rivalidades entre si e com os estados islâmicos, que acabaram por entrar em declínio e foram finalmente subjugados à administração colonial.
(Wikipédia)
Continua