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cheia

cheia

16
Mar23

A sedutora

cheia

Lisboa! A sedutora

 

21

O país desaguou no Cais da Rocha de Conde de Óbidos, aldeias, cidades e vilas, de todo o lado vieram pais, avós, irmãs, irmãos, cunhados, cunhadas, namoradas, mulheres, mães, todos acorreram ao cais, todos aos aís, abraçados aos seus ente-queridos, ninguém se queria apartar, até que os mandaram formar, os familiares a muito custo deixaram-nos abalar

Ordenaram que embarcassem, foi tudo muito rápido, o barco apitou, desprenderam as amarras e ele avançou pelo Tejo dentro, no cais ficou um mar de gente, cada um, a acenar com o seu lenço

Até a formosa Lisboa chorou, não os queria ver partir, ia sentir tanto a sua falta, sem jovens, sentia-se, cada vez, mais abandonada, tinham-na transformado numa triste namorada, sempre à espera que voltassem e a abraçassem de novo, que sentissem todo o seu encanto, que continuassem enamorados por toda a sua beleza, pelas suas colinas, servidas pelo seu elevador de Santa Justa (1902), para subir e descer da baixa ao Carmo, o ascensor da Bica (1892, que liga o Bairro Alto à rua da Boa Vista, o ascensor da Glória (1885), para ligar o Jardim de São Pedro de Alcântara aos Restauradores, o ascensor do Lavra (1884) que sobe e desce a rua da Anunciada, entre o Largo da Anunciada e a rua Câmara Pestana

A Oriente podemos admirar a Sé, o Castelo de São Jorge, a Casa dos Bicos, onde funciona a fundação de José Saramago, a Feira da Ladra. O Museu Militar, o Panteão, a estação ferroviária de Santa Apolónia, por onde entram os estrangeiros que utilizam o comboio, o Oceanário

No coração da cidade os teatros de Dom Carlos e de Dona Maria Primeira, a Estação Ferroviária do Rossio, O Cinema Éden, o Parque Mayer, o Coliseu dos Recreios, o jardim Botânico, a estátua do Marquês de Pombal, a Estufa-fria e a Quente, o Parque Eduardo VII, que é uma janela aberta para o Tejo, a Praça de Touros, o Jardim Zoológico, a fonte luminosa, o Bairro Alto, a Mouraria, a Assembleia da República, o Jardim da Estrela, a Basílica da Estrela, o Museu Nacional de Arte Antiga

A Ocidente o Museu dos Coches, O Museu de Arte Moderna, o Centro Cultural de Belém, os Jerónimos, o Museu de Marinha, o Padrão dos Descobrimentos, os pastéis de Belém, A torre de Belém, as Amoreiras, que fizeram com que a entrada ocidental da cidade tivesse ficado muito mais bonita, o aquário Vasco da Gama, o MAAT- Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, o Aqueduto das Águas Livres

Não faltam coisas bonitas e belas para ver na encantadora Lisboa.

 

De sedutora a nacionais, passaste a sedutora de estrangeiros

Nas tuas vielas só se houve o barulho das rodas das malas dos turistas

Todos ficam maravilhados coma tua luz e a tua beleza

Nunca foste tão grande vedeta!

Nem no tempo dos descobrimentos

Quando só cheiravas a cravo, canela, gengibre e pimenta

Esse é que foi um rico tempo!

Que não volta mais

Não voltaremos a ser os donos do Mundo

Mas, tu serás sempre a linda princesa do Tejo.

 

 

José Silva Costa

    

  

 

 

 

 

26
Jan23

A sedutora

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Lisboa! A sedutora

14

O irmão da patroa, com saudades da irmã, também foi seduzido pela bonita Lisboa

Trabalhava nas Finanças de Tondela, concorreu para o Ministério das Finanças, em Lisboa, onde foi colocado

Os ordenados eram muito baixos, uns escudos extras davam muito jeito, o facto de haver muito trabalho fez com que o irmão da patroa, depois cumprir o horário de trabalho, no Ministério das Finanças, fosse fazer tapetes, quem também já fazia tapetes era a esposa do caixeiro-viajante, que vendia as peças para os tapetes, mas em casa dela

Deixou o lugar de frutas e hortaliças para poder estudar, mas não se decidia a procurar uma escola para saber se ainda se lembrava do que tinha aprendido nos quatro anos da escola primária

Estava como que a saborear o novo horário, o novo trabalho, a oportunidade de fazer horas extraordinárias e ganhar mais uns escudos, quase que se tinha esquecido dos estudos

 

Estava:  “ Naquele ingano d` alma ledo e cego/ Que a fortuna não deixa durar muito”

(Lusíadas, canto III, est. 120)

Mas, a prova de que o assunto o atormentava, foi o cunhado do patrão, numa tarde, mal entrou, dirigiu-se a ele, e como quem dispara uma arma, disse-lhe:  “andas a dizer que queres estudar. Já sabes que vais para a tropa e para o Ultramar. Queres ir como soldado ou como sargento? Basta fazeres o primeiro Ciclo Liceal, para ires como sargento.”

Aquelas palavras tiveram o efeito pretendido, foram as palavras certas no momento certo

Pegou na lista telefónica das páginas amarelas, ( o Google da altura) procurou uma escola, havia uma perto da Praça da Figueira, que preparava adultos para fazerem o exame da quarta classe

Assim que terminou o dia de trabalho, foi ver como funcionava a escola e inscreveu-se, não para fazer a quarta classe, que já tinha, mas para rever a matéria

Faltavam dois meses para terminar o ano letivo, pouco mais poderia fazer

Ia fazer 18 anos, queria fazer uma surpresa aos pais, desde que tinha vindo para Lisboa, só os tinha visitado uma vez, não conhecia o irmão e a irmã, mais novos que ele 15 e 16 anos respetivamente, apareceu de surpresa, a mãe chorava de alegria, ficaram muito felizes por se ter lembrado de os ir ver e festejar com eles os seus 18 anos, os mesmo que a mãe tinha quando ele nasceu

Estava a falar com a mãe e uma vizinha, quando esta lhe perguntou se tinha namorada, tirou do bolso as fotografias da namorada e mostrou-lhas, a vizinha disse para a mãe dele: “ esta vai ser a sua nora” e não se enganou

Da loja onde se vendia de tuto, telefonava para a namorada

As vizinhas casamenteiras, que não sabiam que ele tinha namorada, queriam casá-lo com a única rapariga casadoira do monte, que ainda estava à espera do príncipe encantado, tinha mais 3 ou 4 anos que ele

No terraço da loja, organizaram uma desfolhada, foi uma grande festa, houve milho rei e beijinhos, mas não foi ele a desencantá-la

Mais tarde apareceu o príncipe encantado e emigraram para França

    

Antes do novo ano letivo começar inscreveu-se na Escola Académica, que funcionava no Largo Conde de Barão, perto de onde trabalhava e vivia.

 

Continua

 

 

23
Abr21

Primavera!

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Primavera

Acordo com o chilrear da passarada

Fervilha o amor na madrugada saudada

As aves levantam-se cedo, nesta temporada

Com os ninhos construídos, é tempo de galar a namorada

Para que os ovos sejam as sementes da nova ninhada

Os campos são jardins floridos, com os ninhos na fachada

Há um perfume intenso, à espera do sol, que brilha à sua chegada

É o esplendor do nascimento de mais uma madrugada

A Natureza está linda, chora e ri, está bem regada!

Muito gosta de estar bem lavada!

Depois da longa noite de Inverno ensonada

Na fria espera de que o sol vá subindo até aquecer a terra, amada

Um tempo parado, corpos hibernados, uma vida desesperada

Que só muda com o calor da manhã anunciada

É por isso, que a Primavera é tão adorada

É de todas as estações a mais beijada

Alegre, sorridente, airosa, bonita perfumada.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

21
Mar21

Primavera!

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Dia mundial da poesia

 

Todos os anos, na mesma data, todos anseiam a tua chegada

Sempre bonita, vestida de flores, lindos odores, perfumada

Jovem, radiosa, formosa, airosa, amorosa, deslumbrada

O ar aguarda, impaciente, parado, emocionado, a tua amada

Tu és, para todos, a mais esbelta, a mais graciosa, a mais bela namorada

Todas as aves ensaiam, noite e dia, a sua melodia, para te ser cantada

E, em tua honra, todos os anos, uma nova euforia é dançada

Dando início ao acasalamento, à construção dos ninhos, uma tarefa delicada

Dela depende, a escolha que vai fazer, aquela que se pretende tenha ficado encantada 

Campos verdejantes floridos, melodias que encantam os sentidos

Verdes perfumados sons coloridos e fugidios

Árvores floridas nas ruas nuas, esguias

Onde o sol conta os dias e as horas

No desespero de voltar a ver as crianças atrás de um bola

Já não há pedintes a pedir esmola

Ninguém vai à rua, ninguém vai lá fora

O milagre da vacina demora

Muitos idosos acabaram por se ir embora

Quem é que esperava, que depois de mais um ano

Continuássemos a não poder pôr um pé na rua

A culpa não é tua!

Mas, estás associada, a estra triste chegada.

José Silva Costa

 

 

 

 

  

 

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