Perfume
A Primavera
Da minha janela, virada para a Primavera
Vejo o campo a acordar, a sorrir, a levantar-se
As plantas e as árvores não param de enfeitar-se
São flores de todas as cores, perfumes provocadores
Tudo numa harmonia e alegria, provocantes
A contrastar com o caus que estamos a viver
À tardinha, pelo anoitecer, vejo os melros a rondar o meu quintal
Vêem-se abastecer, gostam dos morangos que estão a amadurecer
Durante o dia vejo os casais de perdizes, num rodopio
A beijarem-se, a abraçarem-se, a galarem-se, a alimentarem-se
No intervalo, elas vão pôr
Eles procuram uma elevação para uma visão panorâmica
Não venha uma águia, e ponha fim ao romance
Ao projeto de ter uma ninhada de perdigotos
Para que em todas as Primaveras
Possamos deliciar os nossos olhos
Vendo a Natureza a acordar, a sorrir, a alevantar-se.
José Silva Costa