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cheia

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17
Set21

Regresso

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Regresso às aulas

 

Um regresso tão desejado como condicionado

Ainda não podemos ver os bandos de flores a beijarem-se e abraçarem-se

O vírus não nos dá descanso, as máscaras são o nosso manto

Mais um ano cheio de regras, de corredores com sinais de trânsito

De gel, de desinfetantes, de bolhas de segurança, para bem dos estudantes

Desconfiamos e temos medo de toda gente, é como que um repelente

Que, por mais que o queiramos esquecer, vai se colando à mente

É tudo tão estranho, tão violento, tão diferente

Desconfiamos de todos, da muita e da pouca gente

Olhamos para todo o lado, mudamos de passeio, não nos cremos cruzar com ninguém

Que estranhos comportamentos, a gente, tem!

E, ai dos que os não cumpram, são bombardeados pelos olhares dos afastados

Somos vistos, como se todos tivéssemos infetados, condenados

Enquanto a confiança não voltar, é com este medo que vamos viver

Não vale a pena fugir nem correr, o mais importante é, a saúde, proteger

Há quem diga que a pandemia está controlada

Mas os especialistas não sabem de nada

Por isso, o melhor é continuar a ter todo o cuidado

“ Cuidados e caldos de galinha não fazem mal a ninguém.

 

José Silva Costa

 

 

 

19
Jan21

À moda antiga

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Como antigamente

 

Sorrir nas esquinas do medo

Não te poder beijar tão cedo

Quando te conto o segredo!

Abrir os braços e apertar-te com um dedo

Vamos contar as estrelas para afastar o degredo

Amanhã continuamos com este enredo

Namorar à distância, cada um no seu prédio

Com uma rua a separar-nos, como remédio

Só os nossos olhares se podem beijar e abraçar

Estes tempos vão passar

Depois voltaremos a andar agarradinhos

Segredar sozinhos

Sem que nos possam acusar

Das recomendações não respeitar

Vamos, à varanda, continuar a namorar

Como antiguamente, sem nos podermos tocar

As vizinhas, sempre, as espreitar

Para depois irem contar, coscuvilhar

Como se elas não tivessem feito o mesmo!

Tem sido assim ao longo dos séculos

Com mais ou menos liberdade

Com mais ou menos igualdade

Com mais ou menos roupa

Numa ou noutra era mais louca

Porque o amor são borboletas a voar

Que não nos deixam sossegar

Que nos fazem faltar o ar

E, do primeiro beijo, nem falar!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

03
Set20

O regresso

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Regresso às aulas

 

Algumas crianças, que andam em colégios particulares, já regressaram às aulas

Mesmo com todas as restrições, pareciam muito felizes, por voltarem a ver os amigos

Faltam os beijos e abraços, as liberdades para brincarem, como nos outros tempos

Mas a vontade de voltarem a ver as amigas e os amigos é mais forte que o nervosismo dos pais

Que querem garantias, uma palavra tão em voga, quando ninguém pode garantir seja o que for

Há pais que não conseguem vencer o medo de mandarem os filhos para a escola

Como se a vida não fosse uma grande aventura, em que o perigo está em todo o lado

Devemos ter o máximo de cuidado

Mas não podemos meter os nossos filhos em redomas de vidro

Porque mais tarde ou mais cedo eles têm de enfrentar o perigo

Portanto, o melhor é treiná-los para o que têm de saber evitar

O que não depender de nós, o melhor é, o coração ao alto, colocar

Martirizarmo-nos com antecedência não é o indicado

O melhor é aguardar pelo resultado

Que todos esperamos seja animador

Que a pouco-e-pouco consigamos vencer o medo, que nos tolda o olhar

É tão gratificante ver as crianças, à escola, voltarem.

 

José Silva Costa

 

 

 

24
Jul20

Vinte, vinte

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O ano 20,20

 

No serpentear da mente

Vamos de mão dada sempre em frente

Colhendo os doces frutos, que nos abraçam no poente

Com os olhos postos no sol florescente

Desejando continuar a apanhar o sorriso quente

À espera de uma noite incendiada e transparente

Que não tenha fim, nem futuro, nem presente

Mesmo cansados, temos esperança de continuar eternamente

Nas estrelas que ardem dentro de nós, em lume ardente

Os sonhos vamos tecendo, todos dias, novamente

Como se tivéssemos conseguido parar o tempo, para a gente

Com o fio curvo de um ar diferente

Aumentámos a luz vermelha da lente

Esse fogo que nos ajuda a suportar, estranhamente

Este tempo que achamos que está doente

Que enfrentamos de máscara, fugindo de quem encontramos pela frente

Como se todos tivessem peste e língua de serpente

Não queremos beijos, nem abraços, nem dizemos bom dia, não vão as palavras partirem-nos algum dente

A pouco-e-pouco vamo-nos esquecendo, como era antigamente.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

08
Mai20

Em estado de alerta

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Inimigo

 

Não queremos nada contigo

Não nos queremos cruzar contigo

Fizeste-nos tapar a cara

Como se tivéssemos vergonha dela!

Roubaste-nos o sorriso

Fazes-nos andar de máscara

De gel desinfetante

E, o lavar das mãos é constante

Não passas dum arrogante

És muito pior que um tratante

Queres passar por nosso amante

Desejamos-te o maior castigo

Obrigas-nos a aprender a viver contigo

Por que nos acabaste com o convívio?

Tens inveja dos nossos abraços e beijos

Dos nossos apertos de mão

De afagarmos os nossos ente-queridos

És um charlatão

Só queres o nosso pulmão

Mas, nós vamos dar-te uma guerra sem tréguas

Nas ruas não tiramos as mãos dos bolsos

Não queremos cumprimentos teus

Vais ver que te vamos erradicar

Usurpador, queres o nosso lugar!

Deixa-nos respirar

Não te queiras ao nosso corpo agarrar

Só queremos amigos, para beijar e abraçar

 

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

25
Fev20

Terça-feira

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Terça-feira de Carnaval

25/02/2020

 

Um Carnaval com muitas máscaras

Mas, muito diferentes das dos outros anos

Máscaras contra o convid-19

O vírus que, o mundo, está a assustar

Um Carnaval, como o carnaval de Veneza, suspenso

Cidades fechadas, populações, a ficarem em casa, aconselhadas

Todas as atividades suspensas

Jogos de futebol à porta fechada

A correria aos supermercados

Todos estão tão assustados

Ninguém quer apertar a mão

Nem multidão

Todos têm medo da contaminação

Os contaminados não param de aumentar

Os mortos também não

Que Carnaval mais triste!

Em que as pessoas têm medo de sorrir

Nem dá para fingir

Até quem gosta de brincar ao Carnaval, desiste!

Uma época de alegria, folia, muita comunicação

Tornou-se numa prisão

Este Mundo está sempre em construção

Quando pensamos que o temos na mão

Aparece qualquer coisa a dizer-nos que não.

 

 

José Silva Costa

 

 

 

02
Fev20

Coronavírus

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Coronavírus

Mais um ano bissexto

Palha e tudo no cesto

Logo à nascença está catalogado

Como um ano não desejado

Talvez sejam mitos do passado

Em que os agricultores acreditavam

Porque estavam escaldados

Fartos de anos bissextos de fome e miséria

Quando o trigo era o principal sustento

E a fome se prolongava pelo ano dentro

Já não temos o celeiro de Portugal

Este ano bissexto começou mal

O coronavírus está a assustar o Mundo

Está tudo apavorado

Meio Mundo está parado

Os mortos são às centenas

Fora os que ficam de quarentena

Ninguém quer nada com a China

Tentam isolá-la

Para ver se a coisa anima

Por muito que a ciência avance

Estão sempre a aparecer novas epidemias

Tentam criar novas vacinas

Pouco mais se pode fazer

Do que a epidemia tentar conter.

 

 

José Silva Costa

 

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