Um mês!
Um mês!
A primavera chegou triste, chuvosa, nervosa, de luto
O Mundo unido contra a barbárie nunca vista
Até o magma está revoltado, tendo-o, nos vulcões, mostrado
Ninguém consegue continuar a ver esta chacina a acontecer
Tem de haver qualquer coisa mais, que possamos fazer
Não podemos continuar a ver homens, mulheres, crianças a morrer
Este é um Mundo para viver, e não para o mal vencer
Levante-se o sol, a lua e o mar para esta estupidez parar
O mar não consente, que no seu seio continue, o perigo, a navegar
Este março é para, da história, nunca mais apagar
O que está a acontecer não é para alguma vez esquecer
Abril parece trazer tréguas. Mas com quem mente é de desconfiar
Não conseguiu, toda a Ucrânia, abocanhar, talvez tenha de esperar
Graças à determinação de um povo que não quer, o seu país, abandonar
Tendo-se mobilizado para, o inimigo, rechaçar
Há vizinhos com quem não se pode confraternizar
O melhor é não lhe franquear nem a porta, nem a rua
Se possível, apagar-lhes a lua
Dizer-lhe que na amizade não cabem ajudas indesejadas
Que essas ajudas são mais que facadas
São mortes, destruição, mentiras, anexação
Um lobo disfarçado de cordeiro, a matar um povo inteiro, a arrasar uma nação
Cada dia de guerra é uma eternidade
Não bombardeiem mais a cidade
Não matem toda a mocidade
Todos têm direito a um minuto de felicidade.
José Silva Costa