O Império
O Império - As teias que o Império teceu
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A Marina e o marido não perderam tempo, no dia seguinte foram visitar a cooperativa, acompanhados do Afonso, tiveram uma receção muito calorosa, foram cumprimentados por todos, que lhes desejara muitas felicidades e saúde
A Marina e o Roberto aproveitaram o momento para perguntarem o que é que eles mais precisavam, para que a cooperativa continuasse a progredir
Todos disseram que precisavam de uma escola, era bom que houvesse alguém que soubesse ler e escrever, para ajudar a gerir a cooperativa
O Roberto mostrou disponibilidade para fundar uma escola e ensinar a ler, escrever e fazer contas, tudo o que quisessem aprender e ele soubesse, desde que tivesse um local e quem quisesse aprender, poderiam ser crianças, jovens e adultos
A irmã, a Leopoldina, que era a dirigente da cooperativa, disse-lhe que iam marcar uma assembleia geral, para saber se os cooperantes aprovavam a proposta dele
A Marina também queria um espaço, para começar a trabalhar, mas não quis pedi-lo à cunhada, teve receio de que os cooperantes sentissem que eles estavam a pedir de mais à cooperativa
Assim, iria falar com o pai, talvez ele lhe conseguisse arranjar um espaço, para consultar os pacientes. Estava muito apreensiva, porque já sabia que a população acreditava mais nos curandeiros do que nela
Os curandeiros eram uma espécie de pessoas sagradas, muito conceituadas, a quem todos recorriam, não só por motivos de saúde, mas para tudo o que os atormentava
É difícil suportar a dureza dos dias, sem que tenhamos a quem recorrer, em quem acreditar, para nos ouvir, para nos ajudar a refletir, e até partilhar
O Roberto ficou tão empolgado com a receção ao seu plano, à criação de uma escola, que daí em diante o seu cérebro estava, sempre, ocupado, tentando encontrar métodos e meios, para cumprir o sonho de todos: saber ler, escrever, contar.
Continua