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cheia

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28
Mar22

Um mês!

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Um mês!

 

A primavera chegou triste, chuvosa, nervosa, de luto

O Mundo unido contra a barbárie nunca vista

Até o magma está revoltado, tendo-o, nos vulcões, mostrado

Ninguém consegue continuar a ver esta chacina a acontecer

Tem de haver qualquer coisa mais, que possamos fazer

Não podemos continuar a ver homens, mulheres, crianças a morrer

Este é um Mundo para viver, e não para o mal vencer

Levante-se o sol, a lua e o mar para esta estupidez parar

O mar não consente, que no seu seio continue, o perigo, a navegar

Este março é para, da história, nunca mais apagar

O que está a acontecer não é para alguma vez esquecer

Abril parece trazer tréguas. Mas com quem mente é de desconfiar

Não conseguiu, toda a Ucrânia, abocanhar, talvez tenha de esperar

Graças à determinação de um povo que não quer, o seu país, abandonar

Tendo-se mobilizado para, o inimigo, rechaçar

Há vizinhos com quem não se pode confraternizar

O melhor é não lhe franquear nem a porta, nem a rua

Se possível, apagar-lhes a lua

Dizer-lhe que na amizade não cabem ajudas indesejadas

Que essas ajudas são mais que facadas

São mortes, destruição, mentiras, anexação

Um lobo disfarçado de cordeiro, a matar um povo inteiro, a arrasar uma nação

Cada dia de guerra é uma eternidade

Não bombardeiem mais a cidade

Não matem toda a mocidade

Todos têm direito a um minuto de felicidade.

 

José Silva Costa

 

25
Out21

A beleza

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A beleza

Na leveza da pureza

Vejo a tua beleza

Esses olhos, verdes, de amêndoa doce

Cintilantes, são uma atração permanente

Quem me dera passar todo o tempo

A beber o perfume dos teus lábios de romã, rosa, amora

Por quem os meus choram a toda a hora

Esse teu perfume, que me inebria os sentidos

Irresistíveis são, também, os fornicoques dos teus vestidos

Nesse desafio que teimas em manter com a lua

Para ver quem mais ilumina a rua nua

Quem mais brilho irradia, se tu, se a lua

Nessas disputas que embebedam os amantes

Nas casas fechadas, de luzes apagadas

Que em delírio prometem amor eterno

Nós, já não precisamos de velas, nem rezas

Nem de falsas promessas

Já nos conhecemos do direito e do avesso

Para mim serás, sempre, a mais misteriosa

A mais bonita rosa

A companheira mais formosa.

 

 

José Silva Costa

 

 

  

 

07
Out21

Sorrisos

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Sorrisos!

As árvores vão-se despindo

Folhas mortas atapetam o outono

Menos horas de sol

Mais horas de sono

São os dias do outono

Manhãs e noites frias

No entardecer do sol

Os idosos voltam ao calor do lar

Recordam os verdes anos

Em que o frio não os impedia de namorar

Vão-se habituando às condições

Têm de viver com as suas estações

Sonham com os bailaricos nos dias de feira

Onde descansavam da canseira

Nos verdes anos julgavam-se imortais

Voavam nas asas dos sonhos

Deixavam a lua na rua

A sombra ficava nua

Tudo lhes sorria

À medida que a vida vai encurtando

A magia tem, ainda, mais alegria

As correrias da impetuosidade dos jovens

Ajudam-nos a recordar o que faziam 

As crianças transportam o novo dia

Trazem as cores do infinito sorriso

Na ponta dos dedos guardam os segredos

Para eles não há medos!

 

José Silva Costa

 

 

 

27
Abr21

"Super Lua"

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"Super Lua"

Na encantadora madrugada

No céu brilhava uma "super lua" ensonada

Porque as nuvens, com inveja, toldaram-lhe o brilho

Colocaram-lhe um véu no rosto

Mesmo assim, parecia um luar de Agosto

Foi um enorme gosto

Ver-te assim, nesse encanto esplendoroso

Que este ano, só nos proporcionas duas vezes!

 Com o habitual visual, nos outros dez meses

Vais-me acompanhar todas as madrugadas

Iluminar estas insónias, desgraçadas

Que não me deixam sossegar

O peso dos anos, o sono querem espantar

Enquanto não conseguem com ele acabar

Mas, tenho o privilégio de todas as noites te beijar!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

19
Nov20

Os contabilistas

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Os contabilistas

O anti ciclone dos Açores está carregado de nuvens negras a anunciarem tempestade

Concordo que quem está a receber subsídio de desemprego ou de inserção preste serviço à comunidade

O que não podemos é deixar ninguém ao deus dará, porque nasceu pobre ou não consegue ganhar para o pão

Há quem tenha nascido rico, virado para a lua, a sonhar com carros, corridas e pistas

Mas, daí a pensar que somos todos calões, que não queremos trabalhar, é falta de sensibilidade

O que não pode acontecer é uns terem tudo e outros nada, pelo menos enquanto houver liberdade

Infelizmente, nasci quando um contabilista Governava o País, que só pensava em barras de ouro

Como nasci muito pobre, sei bem o que é passar fome

O que é ver uma mãe com 3 três filhos, pendurados às saias, a chorarem de fome

Os meus pais trabalhavam de noite e de dia, mas não conseguiam arrancar da terra, comida suficiente para alimentarem os filhos

O Baixo Alentejo era de meia dúzia de latifundiários, que viviam à grande e à francesa

Enquanto os que os enriqueciam viviam na miséria

Cheguei a ir às manjedouras, das muitas bestas, que eram utilizadas nos trabalhos do campo, procurar pequenos bocados de alfarroba, que faziam parte da sua ração

Fico muito preocupado quando oiço anunciar despedimentos, que vão causar muitos sofrimentos 

Os que nasceram com sorte não devem desprezar os que nunca a encontraram.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

04
Nov20

O espetáculo

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O espetáculo

 

O vento estava tão amoroso

Brincava com o teu cabelo

Fazia-o rodopiar no teu rosto

Tudo era brilho e harmonia

A lua ria, da beleza que em ti via

Ninguém, na noite, dormia!

Tu irradiavas alegria

Os teus olhos eram estrelas de magia

Quem é que os ignoraria!

Se são encantadores

E, à sua volta tudo eram flores

Soltaste os teus risos perfumadores

Encantaste todos os espetadores

O pano caiu

O espetáculo acabou.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

01
Out20

Outubro

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Bem-vindo, Outubro

Vamos-te receber, mascarados

Não fiques magoado

Por não podermos sorrir

Este vírus está-nos a ferir

Bem gostava de te beijar e abraçar

Como no ano passado

Mas este ano é outro o fado

Ninguém pode dizer que está descansado

Espero que nos ajudes a chegar ao futuro

Deixando, cada dia, para trás, o escuro

Até conseguirmos, de novo, abraçar o outro

Sair alegre, a cantar, sem medo de o encontrar

Poder, de novo, de cara limpa, ver o sol e a lua

Cumprimentar a miúda que passa na rua

Ver tudo, de novo, sem máscara.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

28
Set20

As Cores

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As cores

 

As cores

Pintam as  flores

Que bonitas cores!

Vestem as árvores

No outono

Antes de perderem as folhas

Para atapetarem as alamedas

São as cores dos amores

Quentes e brilhantes

São as preferidas dos amantes

Nas noites radiantes

Quando se cruzam nos horizontes

Dos beijos sonantes

Que os unem aos sonhos das cores

Quando dormem como flores

Na cama perfumada da lua-de-mel.

 

José Silva Costa

 

 

 

03
Fev20

O brilho do sol!

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O brilho do sol!

 

Neste dia de maravilhoso sol

Acendemos os corações

Fomos ver o mar

Os teus olhos estavam radiosos

Cheios de mar, sol e lua

Onde os meus navegam e sonham

Saboreámos um dia de primavera, no inverno

Por onde tu passavas, a natureza sorria

Tudo parecia querer agradecer

O brilho do calor deste dia

Ficámos ali a olhar

As ondas a correrem e a dançarem

A participarem na nossa festa

Beijaram-te os pés, e o sol, os lábios

Ficámos os quatro abraçados

Até o sol se despedir

Despedimo-nos das ondas

Unimos os lábios e sorrimos

A natureza anunciava a noite e preparava a cama

Aproveitámos e fomo-nos deitar

A desejar mais dias radiosos.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

09
Nov19

Rua

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Rua

Vives na rua

À luz da lua

Na indiferença, nua

De quem passa

Olha para o lado

Para não ver o frio duro

Que te agasalha

No aconchego

Das pedras da calçada

Com as estrelas como almofada

Em lençóis românticos, deitada

Sonhando com um mundo de fada

Que não tem data anunciada!

Prometido em cada eleição, marcada

Mas, as legislaturas passam, e nada!

Tu aguardas desesperada

Por uma mão amada

Que te ajude a subir a, social, escada.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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