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15
Mai25

O Império

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O Império – As teias que o Império teceu

113

Quando saíram da mata e depararam com leoas e leões a banquetearem-se com uma zebra, todos ficaram arrepiados, mesmo os que já tinham visto refeições semelhantes, o facto de serem apanhados de surpresa, fez com que ficassem muito tristes, esquecendo-se de que a natureza está muito bem organizada e a cadeia alimentar não é exceção

Alguns temeram pela vida, ficaram parados, queriam voltar para dentro da mata, mas o senhor Rocha tranquilizou-os, dizendo que os leões não os atacariam, e se isso acontecesse, bastaria fazerem um pouco de lume, para que eles os deixassem em paz

Serenados os ânimos, procuraram uma picada, (caminho estreito através do mato, dicionário da  Porto Editora ) por onde pudessem regressar a casa, não havia tempo a perder, o sol não esperava, tal como eles, também se sentia cansado, mas enquanto eles tinham uma casa à sua espera, onde poderiam descansar, ele não tinha ordem de descansar, já tinha outros povos à sua espera, para os iluminar 

Foi uma jornada extenuante, mas todos diziam ter valido a pena, porque a natureza é encantadora, e temos muito a aprender com ela, de regresso a casa, tinham muito para contar

O almoço, onde tinham decidido escolher a data do casamento, correu muito bem, mas o pai da noiva disse que era melhor os noivos escolherem a data em que queriam casar

A Zulmira e o Miguel não perderam tempo, ele sugeriu-lhe que marcassem o casamento para o dia dos anos dela, que estava prestes a chegar, concordou e agradeceu-lhe ter-se lembrado do seu aniversário

Foram, juntos, à cooperativa anunciar o data do seu casamento e convidar, todos, para o mesmo, acrescentando que seria uma cerimónia simples, à qual todos teriam acesso, tivessem ou não sido convidados

O Miguel tinha pressa em ter a Zulmira a seu lado, para o ajudar a gizar o plano, que iria transformar a Colónia, como tinha prometido ao Rei

Pensava implementar um imposto, para criar uma autoridade, que ocupasse o território, que impedisse o seu desmembramento por algumas potências, que há muito o cobiçavam

Não sabia como, não havia moeda, era tudo à base te trocas de bens ou serviços. Afinal, no terreno, era tudo muito mais complicado do que imaginara, em Lisboa

Queria muito saber a opinião da Zulmira, mas não a queria ocupar com essas preocupações, antes do casamento

Já tinha sondado o seu antecessor, seu conselheiro, mas a proposta não tinha merecido a sua simpatia.

Continua

     

20
Mar25

O Império

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O Império   -   As teias que o Império teceu

105

 Em 1853 registam-se diversas tentativas britânicas no sentido de contestar a soberania portuguesa sobre Ambriz e levar os chefes indígenas a assinarem tratados para a abolição da escravatura (State Papers do Foreign Office, volume XLIV, com a correspondência trocada em 1853 e 1854 ). Existe correspondência do Enviado em Londres, Conde de Lavradio, entre outros, sobre esta questão o ofício reservado nº 26, datado de Londres, de 6 de Novembro de 1854 (AHD caixa nº 67, folio 173)

Em 20 de Outubro de 1854, o Conselho Ultramarino, renovou o parecer que já antes apresentara ao Governo, no sentido de se proceder, com urgência à ocupação de Ambriz. A 20 de Janeiro de 1855, foram enviadas instruções ao Governador de Angola no sentido de ocupar aquele porto. Esta iniciativa provocou protestos britânicos.

Em 1855 o Governo Geral de Angola organiza uma expedição para garantir a ocupação efectiva do Ambriz. Esta decisão foi justificada pela mudança de posição britânica quanto ao reconhecimento da soberania portuguesa sobre aquele território.

Em 8 de Setembro, o Encarregado de Negócios britânico em Lisboa, entregou uma nota ao Ministro do Ultramar, na qual não reconhecia a soberania portuguesa e por conseguinte não consentia na ocupação de Ambriz.

O Governo português, quer em notas dirigidas ao representante britânico em Lisboa, quer em notas entregues pelo Ministro português em Londres, defendeu os direitos de Portugal. O Governo britânico, apesar de ter apresentado várias reclamações, acabou por aceitar a ocupação do Ambriz.

Em 15 de Junho de 1856 o parlamento português aprovou o decreto abolindo a escravatura no distrito de Ambriz e nos territórios de Cabinda e Molembo, o que contribui para a resignação britânica sobre a titularidade de Ambriz. Porém, quando as forças militares de Luanda passaram para o Quicembo, foram obrigadas a retirar por contingentes militares ingleses e norte-americanos.

O Governo britânico continuou, porém, a contestar a posse de Cabinda e Molembo até bem mais tarde vindo a questão a ser ressuscitada durante a Conferência de Berlim e anos seguintes. 

(Portal diplomático, Instituto diplomático)

 

O Manuel (ex-Governador de Angola) pediu para ser sócio da cooperativa, o que levou que as quatro filhas solteiras também o fizessem, todos queriam fortalecé-la, contribuindo para que conseguisse dar melhores condições de vida a todos os cooperantes

A cooperativa tornara-se numa instituição muito importante na cidade, tinha a escola do Roberto, o posto clinico da Marina, a creche, a venda de produtos alimentares aos cooperantes e ao público, e era responsável pela produção de alimentos: mandioca, milho, cana-de-açúcar, batata-doce, amendoim e, também, colheita de frutos silvestres.

Continua

 

 

19
Dez24

O Império

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O Império   -   As teias que o Império teceu

92

São Tomé e Príncipe

 

A ilha de São Tomé foi descoberta em 21 de dezembro de 1470, por João de Santarém, no dia de São Tomé; 27 dias depois, em 17 de janeiro de 1471, no dia de Santo AntãoPêro Escobar chega à ilha do Príncipe.[11] Príncipe foi inicialmente chamado de Santo Antão ("Santo António"), mudando o seu nome em 1502 para a Ilha do Príncipe, em referência ao Príncipe de Portugal para quem foram pagos impostos sobre a produção de açúcar da ilha.

O primeiro assentamento bem-sucedido de São Tomé foi estabelecido em 1493 por Álvaro de Caminha, que recebeu a terra como uma concessão da coroa. Príncipe foi liquidado em 1500 sob um arranjo semelhante. A atração de colonos mostrou-se difícil, sendo assim, a maioria dos primeiros habitantes foram "indesejáveis" enviados de Portugal, a maioria judeus.[12] Com o tempo, esses colonos encontraram no solo vulcânico da região o local adequado para a agricultura, especialmente o cultivo de açúcar.[(Wikipedia)

A Marina, o Roberto e o Afonso já conheciam todos os becos de Lisboa, as suas canoas, os miradouros, tudo quanto havia, para os olhos entreter

As naus, da carreira da Índia, já estavam atracadas ao cais de Belém, para serem reabastecidas, em breve estariam de partida, para a viagem anual, era preciso encher bem os porões de tudo quanto é essencial à vida ( diz o ditado popular, quem vai para o mar, avia-se em terra)

A Marina e o Roberto ficavam horas a comtemplar aqueles barcos, recordando a viagem, que tinham feito de Luanda para Lisboa, uma viagem com alguns susto, principalmente quando o oceano parecia querer engolir o barco, e este todo se contorcia, esperava a onda passar, para se voltar a endireitar

Era a única estrada que tinham para regressarem a Luanda, uma estrada com muitas ondas, mutos perigos escondidos, os ventos eram o combustível, nem sempre disponíveis, para as velas enfunar, fazendo com que a pressa de aportar tivesse de esperar

Os peixes voadores animavam a viagem, exibindo-se à frente do barco, com as suas bonitas acrobacias, que ajudavam a suportar a perigosa e dura aventura, em que só se vê água e o céu azul.

Continua

 

 

12
Dez24

O Império

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O Império  -   as teias que o Império teceu

91

Ficaram tristes por ainda faltarem tantos meses para a saída das naus, tinham tempo para percorrerem toda a Lisboa, ver as suas ruas e becos, sentir o pulsar de uma cidade muito diferente de Coimbra

Todos os dias calcorreavam uma parte da cidade, descansavam nos miradouros a observar o frenesi da cidade, não podiam fazer grandes caminhadas, como quando não tinham o Afonso, depois do almoço passavam umas horas, na pensão onde estavam hospedados, para ele dormir, descansar

O Afonso não se esquecia da Anastácia e do Elisiário, queria ir vê-los, os pais iam-lhe dizendo que em breve os iriam ver, sabendo que tão cedo não os iria esquecer

À tardinha, iam para a beira do rio, ver a chegada e partida dos barcos: canoas, varinos, fragatas, que transportavam muitos dos víveres que alimentavam os habitantes de Lisboa

Foram meses a percorrer os becos, ruas e ruelas de Lisboa, tudo foi passado a pente fino, a Marina aproveitou para observar o que havia à venda de utensílios de medicina, comprou alguns para levar para Luanda

Tencionava abrir um posto médico, aberto a toda a população, formar enfermeiros e enfermeiras para a poderem ajudar e atenderem os utentes com casos menos complicados, enquanto ela estivesse a tratar de doentes com exigências de mais conhecimentos

Em Luanda desesperava-se por notícias, já sabiam que raramente tinham notícias, da Metrópole, mais de uma vez por ano, quando as naus, com destino à Índia, aportavam em Luanda, para deixarem e apanharem passageiros, entregarem o correio, mercadorias, fazerem pequenas reparações, reabastecer as naus, para continuarem a viagem

A Rosinha esteve muito doente, receou não conseguir resistir até o neto chegar, queria tanto conhecê-lo, voltar a ver a Marina e o Roberto, não queria morrer sem os ver em Luanda, felizmente melhorara, encheu-se de coragem e foi visitar o compadre, queria saber se tinha notícias, para quando é que ele previa a chegada dos barcos vindos da Metrópole

Ele, para a animar disse-lhe que o tempo passava depressa, que em breve teriam os filhos e o neto com eles, seria um dia muito feliz, para toda a família, todos ficariam encantados com o Afonso

Até ela ficou como que rejuvenescida, o compadre tinha conseguido convencê-la de que ainda ia viver muito tempo, que iria ver crescer os netos, o que fez com que ela voltasse para casa muito feliz e confiante na sua longevidade

No dia seguinte, quando chegou à cooperativa, todos notaram que estava diferente, tentaram saber a razão, disse-lhes que tinha feito uma visita ao compadre e que tinha gostado do que ele lhe tinha dito.

Continua

 

05
Dez24

O Império

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O Império  -   as teias que o Império teceu

90

Chegou o dia das despedidas

Já se sabia que seriam momentos muito tristes, os adultos sabiam que dificilmente se voltariam a ver, atendendo à idade da Anastácia e do Elisiário,   o jovem casal também não contava voltar à Metrópole, só o Afonso acreditava que a Anastácia e o Elisiário os iriam visitar, a Luanda

Por isso, a despedida não foi tão dolorosa para o pequeno Afonso, que, mesmo assim, se mostrou muito preocupado por a Anastácia e o Elisiário ficarem sozinhos

Foram muitos dias de coche, até conseguirem chegar à capital, pernoitavam em estalagens, que proporcionavam alimentação e descanso a humanos e animais

Uma aventura tão ou maior que ir de Lisboa a Luanda. Foi o melhor meio de transporte, que arranjaram, graças à amabilidade do Conde, que tudo fez para tornar a viagem menos cansativa, estava muito preocupado com o pequeno Afonso, até parecia que era seu neto, fez mais paragens que costumava fazer, escolheu as melhores estalagens

Chegados a Lisboa, indicou-lhes uma boa pensão, para ficarem os muitos meses, que faltavam para que as naus se fizessem ao mar em direção à Índia

A Marina e o Roberto disseram-lhe que não sabiam como lhe agradecer todo o empenho e carinho com que os tinha mimado. Respondeu-lhes que estava muito feliz por os ter ajudado, desejou-lhes muitas felicidades, que fizessem boa viagem e que encontrassem os familiares com saúde

Não perderam tempo, no dia seguinte foram tratar da viagem, o Conde já lhes tinha dito que, normalmente, as naus só se faziam ao mar no mês de abril, devido aos ventos e às correntes

Mas, eles queriam marcar a viagem, queriam saber quando se previa a saída das naus, quando previam a chegada a Luanda, foi-lhes dito que tencionavam largar em abril, quanto à cheada a Lunda, tudo dependia dos ventos e das correntes marítimas, a única certeza é que lhes garantiam a viagem

Ficaram mais descansados, garantiram-lhes que os levavam de regresso a casa, mesmo que não soubessem quando, e não regressavam sozinhos, levavam o Afonso, para mostrarem a toda a gente que tinham um filho lindo, nascido na Europa, em Coimbra, cidade dos estudantes.

“Com D. Maria I, a partir de 1780, é possível observar um conjunto de acções e obras, como a construção de pontes, a realização de projectos para a estrada de Lisboa a Coimbra (que só viria a ficar pronta 18 anos depois) “ ( da net)  

Continua.

 

20
Jun24

O Império

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O Império – As teias que o Império teceu

65

 

A Rosinha não conseguia suportar a falta de notícias do filho. Todos sofriam com a sua grande tristeza, que também contagiava todos os cooperantes

A filha e o genro, vendo tamanho sofrimento, pediram-lhe que fosse, novamente, falar com o Governador

A Rosinha não se sentia à vontade, no palácio do Governador, mas teve, mais uma vez, de enfrentar esse desconforto, porque já nem conseguia dormir, passava as vinte e quatro horas, sempre, a pensar no filho, dizia que tinha um pressentimento ruim

 Encheu-se de coragem e dirigiu-se para o Palácio do Governador. Foi muito bem recebida como da primeira vez, teve de esperar um pouco, porque ele estava ocupado

Quando a viu, os seus olhos brilharam de alegria, correu para ela e contou-lhe a boa novidade, iam ser avós

A Rosinha ficou sem palavras, vendo-a encavacada, abraçou-a, ambos gritaram: “ vamos ser avós”

Começou por lhe dizer que tinha recebido uma carta da filha, trazida por um conhecido, que fazia parte da tripulação da armada, atracada no porto de Lunada, que se dirigia para a Índia

Tinham feito boa viagem, passaram uns bons dias em Lisboa, para o Roberto tentar encontrar familiares do pai, do tio ou da tia. Mas, infelizmente, não tinha conseguido obter  nenhuma informação

Quando já estavam em Coimbra, é que a Marina começou a andar enjoada, passados uns dias estava confirmado: estava grávida

Na carta, também dizia que já estavam a estudar na Universidade, ela a estudar para médica e ele para advogado

A Rosinha disse-lhe que estava tão feliz por eles estarem bem e também por vir a ser avó, mas custava-lhe tanto que estivessem tão longe

Ele disse-lhe que, assim que tivesse quem lhe levasse uma carta, iria pedir-lhes para voltarem para Luanda, queria ver o neto ou a neta a crescer junto dele, no Palácio, ao que ela respondeu: “ faça isso, não quero morrer sem voltar a vê-los”

Não a deixou abandonar o palácio, sem lhe oferecer um chá, chamou uma das criadas,  pediu-lhe para fazer chá, para ele e para a sua comadre, enquanto lanchavam, cada um revelou a sua preferência, sobre o sexo do futuro bebé, como era de esperar, ele preferia que fosse um menino, ela uma menina    

Despediram-se, e ele prometeu mandar informá-la, sempre que tivesse notícias, ela agradeceu-lhe pelas boas notícias e pelo lanche, desejando que em breve se voltassem a ver

Quando a Rosinha chegou a casa, todos perceberam que estava diferente, a tristeza, que enrugava o seu rosto, tinha dado ludar à alegria, estava radiante, florida de felicidade

Todos a rodearam, estavam ansiosos para saberem as novidades, começou por dizer que o Roberto e a Marina estavam bem, o seu compadre tinha acabado de receber uma carta da filha, já estavam em Coimbra, a estudar na Universidade, ela estava a estudar para médica e ele para advogado

Guardou para o fim a notícia mais importante, para que todos continuassem, por muito tempo a saboreá-la

Fez uma pausa, olhou para todos e disse que a Marina estava grávida, que estava muito feliz por vir a ser avó

Quiseram saber mais, mas ela acalmou-os, dizendo que não sabia mais pormenores, a não ser que a Marina tinha tido enjoos

A Milene ficou radiante, porque ia ter um primo ou mais uma prima e também por ver toda a família contente, incluindo a avó, que desde a morte do avô andava, sempre, tão triste.

Continua

 

13
Jun24

O Império

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 O Império  -  As teias que o Império teceu

 

64

Em Luanda, a Rosinha e a restante família estavam muito preocupados por não terem notícias do Roberto e da Marina, que já tinha conquistado aquela família, pela sua simplicidade, por se preocupar com os problemas daquela comunidade e pelo amor que todos sentiam que tinha pelo Roberto

Em Coimbra, a Marina inscreveu-se na Faculdade de Medicina e o Roberto na de Direito

Apesar da gravidez, queria a todo custo Licenciar-se em Medicina, e logo nos primeiros tempos, mostrou que era uma ótima aluna

 

( A troca das Infantas, para evitar guerras)

 

Conflitos entre Portugal e Espanha, por causa da fundação pelos portugueses de Montevidéu, no Rio da Prata, a 22 de novembro de 1723

Era uma zona que os portugueses consideravam ser o limite meridional natural do Brasil, enquanto os espanhóis de Buenos Aires queriam controlar todo o estuário do Rio da Prata

Os portugueses tinham desde 1680 a Colónia do Sacramento na região, que fora ocupada pelos espanhóis durante a Guerra da Sucessão Espanhola

Para evitar novas controvérsias e fortalecer ainda mais a aliança que se pretendia, a diplomacia espanhola propôs um duplo matrimónio: para além do casamento entre o príncipe herdeiro espanhol e Maria Bárbara, o príncipe herdeiro português poderia casar com a regressada Mariana Vitória

A infanta Mariana Vitória fora originalmente prometida a Luís XV de França ( a jovem infanta Espanhola fora rejeitada quatro anos depois, quando tinha sete anos, tendo voltado a Madrid )

  1. João V aceitou a proposta, e dois anos mais tarde, tendo os príncipes e as infantas chegado a idade um pouco mais crescida, firmaram-se então os acordos pré-nupciais: o duplo casamento da Infanta espanhola Mariana Vitória de Espanha ao herdeiro do trono português, José, Príncipe do Brasil e de seu meio-irmão mais velho Fernando, Príncipe das Astúrias à irmã de José, a infanta Maria Bárbara de Portugal, em Janeiro de 1729

Foi um complexo arranjo diplomático e protocolar, os dois conjuntos de príncipes e princesas foram escoltados até a fronteira Espanha-Portugal pelas duas cortes reais ibéricas

Por fim, após demorada preparação, a troca das Princesas realizou-se a 19 de janeiro de 1729. A troca foi feita no Rio Caia

A cerimónia fez-se literalmente a meio do rio, numa grande ponte-palácio de madeira

Houve uma grande preocupação em garantir que o cerimonial fosse perfeitamente simétrico para que ambos os reis, João V de Portugal e Filipe V de Espanha, tivessem  igual precedência

A coroa portuguesa pediu dinheiro aos quatro cantos do Império, incluindo Minas Gerais, para costear tão dispendiosa cerimónia.

Todas as localidades, entre Lisboa e o Rio Caia, por onde o cortejo passou, estavam  engalanadas.  ( da internet)

Continua

 

30
Mai24

O Império

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O Império  -  As teias que o Império teceu

62

 

A Marina, a filha mais nova do Governador, era uma rapariga muito inteligente, frequentava uma escola, onde estudavam os filhos da elite de Luanda

Sonhava ir estudar para a Universidade de Coimbra, mas não queria ir sozinha. Assim, o seu plano era ir com o namorado, para a Metrópole

Dias depois, o pai pediu-lhe para levar, lá a casa, o namorado, queria conhecê-lo e fazer-lhe algumas perguntas

Ficou muito contente, sabia que o namorado iria impressionar o seu pai

O Governador perguntou-lhe por que razão estava apaixonado pela sua filha

Roberto respondeu-lhe que estava apaixonado pela Marina, por ser uma rapariga muito bonita e muito inteligente

Depois, quis saber o que fazia ou o que queria fazer, o jovem disse-lhe que ainda não trabalhava, que queria estudar, que a Marina o estava a ensinar a ler e escrever

É ótimo, que queiras saber ler e escrever, respondeu o pai da jovem, porque eu não quero genros, que sejam analfabetos

Mas, para aprenderes mais depressa, vais para a escola onde anda a Marina, espero que sejas um bom aluno

Roberto respondeu-lhe que faria tudo, para muito aprender e o surpreender

A Rosinha estava muito contente e orgulhosa do seu filho, seria o primeiro a aprender a ler e escrever, mas receava que aquele namorico não desse certo

A Marina ficou muito contente com a decisão pai. Dali em diante os dois, na escola, iriam tentar aprender, o mais rápido possível, tudo o que conseguissem, para realizarem o seu sonho: irem para a Universidade de Coimbra estudar

O Roberto queria conhecer Lisboa, a cidade do seu pai e dos seus tios, capital do maior Império Colonial, tentar saber mais desse povo, que se espalhou por todo o mundo, que se misturou com todos os povos, como foi o caso do seu pai, que se apaixonou por uma  jovem Angolana, no regresso de uma viagem ao Oriente, decidiu ficar em Luanda, procurar uma companheira, iniciar uma nova vida, na maior Colónia portuguesa de África

 Com o nascimento da Eliane, também a Miquelina e o Ezequiel foram passando as suas responsabilidades, na Cooperativa, à Milay e ao Zacarias, para se dedicarem de corpo e alma à neta

Assim, os dirigentes passavam a ser: a Leopoldina, o Jeremias, a Milay e o Zacarias

A pouco-e-pouco os jovens iam assumindo as responsabilidades de continuarem o trabalho dos pais

Na Cooperativa todos comentavam o namoro do Roberto, com a filha do Governador, e ter conseguido ir para a escola dela.

Continua

 

28
Mar24

O Império

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O Império  -  As teias que o Império teceu

 

53   

Em 1755, Portugal foi abalado por um terremoto e começou a perder o controlo do tráfico

Na tentativa de reverter a situação, em 1761 foram editadas leis, que obrigavam os navios a fazer escala em Lisboa, ou na alfândega, em Luanda

Mas, até 1769, apenas quatro navios respeitaram as novas leis. O que levou à construção de presídios para prender os desobedientes

No continente africano, a submissão das populações já não era tão simples como no passado

Os povos do interior começaram a organizar ataques com armas obtidas no comércio realizado, no litoral Atlântico

Tentou-se inclusive, embora sem sucesso, criar uma cavalaria em Angola

A cooperativa continuava a dar bons frutos: mais culturas, novos métodos, mais produção, mais clientes, porque a cidade continuava a crescer

A cooperativa estava a tornar-se uma grande família, com jovens casais, que sabiam como era importante a dedicação ao trabalho, a inovação, bem como a qualidade dos produtos, que produziam

A creche estava pronta, as mães estavam nervosas, estavam habituadas a terem os filhos atados a elas, nas suas costas, tinham receio de os deixarem à guarda das outras mães

Na assembleia geral tinham sido aprovadas as regras para a utilização da creche: todas as mães tinham o direito de a utilizar, não era obrigatório, mas para as mães, que tivessem filhos em idade de frequentá-la, era obrigatório fazerem parte de uma lista, para que todos os dias, pelo menos uma fosse escalada, para ficar a tomar conta das crianças    

A Rosinha prontificou-se a ajudá-las, estaria na creche sempre que pudesse, para ajudá-las, para que tudo corresse bem

Com a incumbência de tomarem conta das crianças, foram perdendo o nervosismo e passaram a confiar umas nas outras, nos cuidados com os filhos

Em pouco tempo, todas perderam os receios de deixarem os filhos na creche, tendo contribuído o facto de saberem como funcionava, porque todas tinham de participar no seu funcionamento

Depressa, perceberam que era bom para ambos, tanto para a mãe, como para o filho, que deixava de andar ao sol e ao vento, e elas ficavam aliviadas daquele peso, nas costas.

 

Continua

 

 

07
Set23

O Império

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O Império – As teias que o Império teceu

 

25

O reencontro dos irmãos foi uma nova página, que se abriu na vida dos dois casais, fazendo com que estivessem muito felizes

A Miquelina e o Ezequiel não se cansavam de elogiar a bonita sobrinha e o bonito sobrinho, fazendo com que a Rosinha, meio a brincar, lhes respondesse, que com pais bonitos, tinham de ser bonitos

Assim que o Januário e o irmão saíram, para tratarem dos seus negócios, uma vez que o Januário tinha proposto ao irmão, sociedade nos negócios, e este aceitou, a Rosinha convidou a cunhada, para irem ver a lavra, onde tinha batata-doce, milho, mandioca, amendoim e a cana- de- açúcar, causa da escravatura, por exigir muita mão-de-obra, tanto no cultivo, sendo o corte, um trabalho muito violento, como no funcionamento dos engenhos de produção de açúcar

 E que, também, causava discórdia entre elas e os maridos, por elas serem contra a escravatura

A Miquelina ficou admirada com a extensão da lavra e com os bons produtos, que ela dava

Ofereceu-se para ajudar no que fosse preciso, porque estava interessada em aprender a trabalhar a terra

Mas, a Rosinha, um pouco triste, disse-lhe que não valia a pena, porque em breve mudar-se-iam para Luanda, não sabendo se continuaria a fabricar alguma lavra

Todos estavam desejando de irem para luanda, menos ela, que preferia viver onde tinha nascido

A Miquelina também disse que lhe tinha custado muito deixar a sua linda Lisboa

É uma maldição dos portugueses, andarem de país em país, de continente em continente à procura de melhores condições de vida

O pequeno retângulo, sempre, foi pequeno, para grandes sonhos e a vontade de ver o que estava para lá do Atlântico foi, em todos os tempos, muita

Quando se mudarem para Luanda, a Rosinha vai ter mais tempo para se dedicar à filha e ao filho, e com a chegada do cunhado e da cunhada o ritmo de vida pode sofrer algumas alterações

Ela e a Miquelina já trocaram algumas opiniões, ambas estão de acordo em que a escravatura não pode ser o meio de sustento da família

Agora que os manos estavam juntos, era uma boa oportunidade para os quatro, em conjunto, procurarem um trabalho digno, para obterem o sustento das suas famílias.

Continua

 

 

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