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A incerteza (3)
A eleição do novo presidente americano veio estragar os planos dos ditadores
Agora, têm um, poderoso, defensor das liberdades do lado dos democratas, que os vai questionar, enfrentar e, se possível, vingar-se das intervenções nas eleições, não só do seu país, como de outros
Os ditadores querem criar uma nova ordem mundial, este sistema hibrido, de ditadores e democratas, parece ter chegado ao fim, não resistiu à pandemia, à invasão da Ucrânia, e principalmente à eleição do presidente americano
Sentem-se ameaçados, encurralados, necessitam de clarificações, de confrontações
Querem saber até onde chega o seu poder, para melhor o saber, nada como desencadear uma guerra, para saberem até onde podem ir e com quem podem contar
Tiveram uma reação não esperada, o mundo livre levantou-se contra as atitudes do invasor
Temos um mundo bipolarizado, em que se contam espingardas de um e do outro lado
O frágil equilíbrio que nos permitiu beneficiar da globalização, parece ter acabado
As sanções, as retaliações vão deixar profundas feridas, que levarão algum tempo a sarar
E, ainda não sabemos como e quando estes confrontos vão terminar
Uma coisa é certa, todo o mundo está a sofrer, por causa desta insensata invasão
Com grande sofrimento para os povos da Federação Russa, mas ainda mais para o povo Ucraniano
A china e a América entraram em rota de colisão, trata-se de dois galos para um poleiro
Vamos ver quem o consegue, ou se terão de dividir a laranja ao meio, como aconteceu aquando dos descobrimentos, em que Portugal e Espanha dividiram o mundo entre eles
A democracia é como a vida estão sempre em perigo, temos tudo de fazer para as conservar
Trump não foi reeleito, mas prometeu que acabaria com a legalização do aborto
Deixou o Supremo Tribunal de Justiça armadilhado com a nomeação de três juízes antiaborto
Agora, soube-se que estão a elaborar uma lei para alterar a que prevê o direito ao aborto em todos os estados
Assim que ficou a conhecer o projeto, a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA., Nancy Pelosi, disse que era um “ato abominável”
Por cá, o Chega, também já começou com propostas de confrontação, ao dizer que queria que os símbolos religiosos voltassem aos espaços públicos, nos Açores
Nunca fui militante de nenhum partido, mas sei quanto são importantes, os partidos, para o funcionamento da democracia
Se Luís Montenegro for eleito para presidente do PPD, que é como ele acha que o partido se deve chamar, então a democracia poderá estar em perigo, caso a soma do número de deputados, do PPD e do Chega, chegue para formar Governo, porque o Chega, ao contrário dos partidos de extrema-esquerda, é um partido que não respeita a Constituição.
Continua
A incerteza (2)
Os ditadores não conseguem conviver com os democratas, porque estes estão, sempre, a confrontá-los com os direitos humanos, coisas que para eles não têm importância
Coisas somenos são, também, a prisão ou eliminação dos seus adversários, que não conseguem perceber que os ditadores são os donos das suas vidas e dos seus países
Não contentes com tantas afrontas aos seus dedicados dirigentes, que tudo fazem para que nada falte aos seus súbditos, os democratas ainda se permitem pronunciar a palavra liberdade, que é uma coisa, que os seus delicados ouvidos não podem ouvir pronunciar
E, há ditadores que são tão generosos, humanitários, bondosos, que subsidiam partidos, organizações, associações para ajudarem, via eleições livres, coisa de que não gostam nada, para que ajudem a libertar essas nações do terrível sistema de eleições livres
Foi preciso Putin mandar invadir, perdão, invadir não, trata-se de uma operação especial de ajuda aos ucranianos, para percebermos as relações entre o SEFF e uma associação russa, que tem ajudado na integração dos refugiados ucranianos
Uma colaboração prestimosa, que não aconteceu só com o SEFF, mas também com as Câmaras Municipais
No SEFF, nem tudo terá corrido de feição: morreu um cidadão, resolveram extingui-lo, já anunciaram, por duas ou três vezes, a data da sua morte, mas ainda não conseguiram concretizá-la, o que não admira, porque começam pelo telhado, quando chegam às fundações, estas não aguentam com o telhado, por ser demasiado pesado
Estava tudo a correr como o planeado: eleger ditadores no Brasil e na América, fazer saltar o Reino Unido para fora da UE, mas o facto de não terem conseguido reeleger Trump veio acabar com ”aquele engano ledo e cego, que a fortuna não deixa durar muito” (Camões)
Depois de dois anos de uma terrível pandemia, quando o mundo se preparava para voltar a respirar, o ditador não perdeu a oportunidade para invadir mais uma nação, nas anteriores agressões tinha tido sucesso, se alguém se tinha revoltado, não tinha ido além das palavras, coisas que não entram nos seus delicados ouvidos
Por que razão, desta vez, seria diferente?
Aconselhou-se com o seu amigo chinês, que está tão ou mais interessado que ele em acabar com esse detestável sistema de eleições livres, pedindo-lhe para não iniciar a operação especial antes dos Jogos Olímpicos de Inverno terminarem.
Continua
A guerra
Voltaram os canhões
A paz não passou de ilusões
Porque há povos que se julgam campeões
Não conseguem viver em paz com as outras nações
Têm outras pretensões
Sonham com as suas antigas possessões
Não compreendem os que sonham com, livres, nações
Sem ditaduras, nem pressões
Como é que gostam tanto de ditadores?
Se nos seus governos não há liberdade, nem flores
As ditaduras alimentam-se de horrores
Enquanto as democracias se alimentam de valores
Como é que pessoas avisadas e educadas se deixam enganar
Por políticos cheios de rancores?
Quando deviam lutar por governos sufragados pelos eleitores
Mas, infelizmente, há povos que não conseguem, pelas suas cabeças, pensar
Assim, colocam todas as decisões nas mãos de um ditador
Se não sabem saborear a Liberdade e a Paz
Então, não sabem o que é viver!
José Silva Costa
Pais (5)
O amor vence tudo!
O Francisco conseguiu, nos dias em que ela não podia, tomar conta dos filhos, para que ela descansasse
Foram dias de menos encantamento e de muito trabalho, até por que os miúdos começaram com birras, que são naturais, mas que os pais não desejam
As férias escolares traziam-lhes, sempre, muitos problemas, como acontece a todas as famílias que não têm apoios familiares
Não tinham nenhuns familiares em Lisboa, tinham vindo da província, para estudarem
Bem gostavam que os pais estivessem mais perto, para que se familiarizassem com os netos, e os ajudassem a criá-los
Assim que adotaram os filhos, foram visitar os pais, para que a Inês e o Pedro conhecessem os avós, tanto do lado da mãe como do pai
Foi um fim-de-semana em casa dos avós maternos e outro em casa dos avós paternos, não foi o suficiente para criar a intimidade, que os pais desejavam que houvesse entre avós e netos
Queriam evitar o que, infelizmente, acontece com tantos avós e netos, que mal se conhecem, ou nem se conhecem!
Sabiam que não era fácil, porque não era com três ou quatro visitas por ano, que iriam ter a intimidade, como se lhe tivessem mudado a fralda ou dado o biberão
Estes netos, ainda-por-cima, tinham aparecido já crescidinhos, com três anos, e não eram filhos dos filhos
Para que os filhos passassem mais tempo com os avós, a Ana e o Francisco queriam aproveitar as férias de verão, para passarem mais tem com os seus pais
Tanto os pais da Ana como os do Francisco viviam no campo, tinham as terras para amanhar e os animais para tratar, mesmo assim tentavam receber o melhor possível os filhos e os netos
Não tinham muito tempo para lhes dar atenção, tentavam ser simpáticos, mas não eram aqueles os netos que esperavam
Com o passar dos anos, foram afeiçoando-se aos miúdos, que gostavam muito de ir passar as férias grandes com os avós, correr por os campos, em liberdade, e dizerem que queriam ajudar os avós
A Ana e o Francisco não podiam estar mais contentes, por os filhos e os avós se entenderem tão bem, passavam um mês em casa dos avós maternos e outro na dos avós paternos
Para os pais era muito importante que convivessem com os avós, que se apercebessem das diferenças entre a vida no campo e na cidade, que tivessem atividades extra curriculares
Mas não são daqueles pais, que acham que os filhos devem passar os tempos livres a correrem, de um lado para o outro: do balé, para esgrima, para a natação, para o judo, para o futebol……sem tempo para brincarem e fazerem o que realmente gostam.
Continua
Bem-vindo agosto
Ainda temos de tapar o rosto
Continuas a ser o mês de gosto
Para as férias dos portugueses
Já temos alguma liberdade
Quem mais a reclama é a mocidade
Que só pensa na felicidade
No que a pandemia fez à intimidade
Mas, o medo habita a cidade
Temos de manter o distanciamento
Para não voltarmos ao confinamento
Para manter aberto o estabelecimento
A única esperança é a vacinação
Mas, há quem diga não!
Acho que não têm razão
É tão difícil assegurar o pão
O despedimento é a primeira escolha do patrão
Quando o que vende já não tem aceitação
O empregado é o primeiro a perder o pão
Para a má distribuição não há vacina nem solução.
José Silva Costa
Abril
Mês das papoilas, da Páscoa e da Liberdade
Primeiro de Abril, dia das mentiras
Uma tradição sem idade
Chegaste numa noite de vento, poeiras, chuva, tempestade
Este ano, numa quinta-feira Santa, há uma eternidade
Há quem esteja há um ano sem liberdade
Para não ser contaminado, nem contaminar a sociedade
À espera de dias de verdade
Porque há um ano que perderam a mocidade
Estamos todos com medo da realidade
Porque o futuro está muito escuro
E, o nosso comportamento, como vai ser, no futuro?
Depois de tanto tempo atrás do muro
Não voltaremos, de um dia para o outro
Com o mesmo à vontade tocar no outro
Faremos a mudança, num sopro!
Uma Páscoa feliz para todos.
José Silva Costa
Continuação (10)
José ficou algum tempo a saborear a liberdade de não saber o que ira fazer. Não foi por muito tempo, porque um vizinho, que tinha 4 ou 5 ovelhas, sem ter quem as guardar, propôs uma parceria ao Francisco: o José guardava as ovelhas, e os filhos que tivessem eram divididos pelos dois
Uma vizinha quando estava à porta, e ele passava Monte abaixo, atrás das ovelhas, dizia: “ andaste tu a estudar, para agora andares a guardar ovelhas”. José nunca lhe respondeu, seguia o seu caminho, na esperança de que um dia o vento mudasse
Ao fim do dia, quase todos os dias, juntava-se a um pastor, já com idade para se reformar, mas como o rebanho era dele, não achava jeito em o deixar. Dava-lhe o que tinha sobrado do seu almoço, para ele lanchar: pão com azeitonas, ou toucinho. Ambos gostavam daqueles encontros diários, falavam dos seus problemas e do que os rodeava
No inverno, um dia muito chuvoso, cruzaram-se logo de manhã, arranjaram um abrigo e mantiveram as ovelhas num espaço, onde havia uma planta, que podia não ser muito bem tolerada, pelos borregos, e ainda menos molhada: a alfavaca-dos-montes
Na manhã seguinte, quando se preparava para soltar as ovelhas, apercebeu-se que dois borregos tinham morrido. Sentiu-se culpado por o que tinha acontecido, devia ter ido para outro local, mas preferiu abrigar-se da chuva e estar todo o dia na conversa com o pastor
Foi dizer à mãe o que tinha acontecido, que lhe disse onde o pai estava a trabalhar, para o ir informar, para que os esfolasse e aproveitassem a carne, uma vez que tinham morrido de congestão, não tendo perigo para o consumo humano
Francisco não ralhou com o filho, mas disse-lhe que a parceria tinha acabado. A partir daquele dia, José estava desempregado, sujeito a qualquer momento ter de ir trabalhar para outro lado, o que implicava deixar a sua casa, deixar de ter contato diário com os irmãos e os pais
Foi o que aconteceu, passados alguns dias apareceu o primeiro patrão. José passou a ir a casa, só de visita. Foi o segundo corte umbilical. Com apenas dez anos perdeu, para sempre, o contato diário com os pais e os irmãos. Sentiu-se do afastamento, ter de viver em casas de pessoas, que não conhecia, como um intruso, sem carinho, apenas com a indiferença com que tratavam os criados
Um Senhor, que viva na sede da sua Freguesia, Santa Cruz, convenceu Francisco a que deixasse ir o filho guardar-lhe os porcos. Francisco não estava com muita vontade de o deixar ir, e foi dizendo que estava a ver se arranjava maneira de que fosse fazer a admissão ao Liceu. Ao saber do que o Francisco, para o filho, queria, o Senhor jugou a sua cartada, dizendo que na sua casa vivia a Professora Primária, que lhe daria explicações para fazer a admissão ao Liceu
Foi com uma falsa promessa, que o José foi arrancado do seu lar, para ir trabalhar. Lá foi, para Santa Cruz, para os porcos guardar, mais tarde ou mais cedo tinha de ser, o seu berço perder
O seu patrão e outros Senhores, de Santa Cruz, queriam implantar uma feira na sede da Freguesia. Para tentarem atrair os negociantes, ordenaram aos criados para que todas as quartas-feiras levassem os porcos, as vacas, as ovelhas, os machos, as mulas, as éguas, os cavalos, as burras e os burros para um largo à entrada da Freguesia
As semanas foram passando, mas os negociantes não apareceram, o sonho morreu, a ideia não deu, mas em alguns locais, foi assim que a feira nasceu
Passado um mês ou mais, José estava com tantas saudades dos pais e dos irmãos, que, depois do jantar, disse ao patrão que ia visitá-los. Estava luar, meteu os pés ao caminho, deviam ser uns cinco quilómetros ou mais. Foi uma alegria voltar a vê-los, mas não se pôde demorar, porque tinha de voltar, para no outro dia trabalhar. O pai perguntou-lhe se a Professora já lhe tinha começado a dar as explicações para a admissão ao Liceu. O José disse-lhe que ela nem sequer lhe dava os bons dias e boas noites. Francisco ficou irritado por ter sido enganado. Era uma pessoa muito séria. Educou os filhos, dizendo-lhes para não mexerem no que não era deles, nem fizessem aos outros o que não gostassem que lhes fizessem
Quando se despediram, disse-lhe que quando pudesse iria falar com o patrão dele.
Continua
O momento
O mundo está tenso
Um crime imenso!
A liberdade em suspenso
Um momento intenso
Sem consenso
O que escolher!
A saúde ou o alimento
Ninguém sabe!
Vamos continuar a sonhar
Porque isso ninguém nos vai tirar
Se nos soubermos adaptar
Podemos outro caminho encontrar
Mas temos de lutar
Porque nada cai do ar
A não ser a água, mas infelizmente, pouca
Uma situação louca
Que não vale a pena negar
Pelo contrário
Todos unidos, temos de a enfrentar.
José Silva Costa
Estranho
Estranho o barulho do silêncio
Estranho o muito tempo
Estranho o preço deste tempo
Estranho o tempo sem tempo
Estranho o movimento deste tempo
Estranho o adiamento deste tempo
Estranho todo este tempo
Estranho o desequilíbrio do rendimento
Estranho que não aproveitem este tempo para mudarem o futuro tempo
Estranho que não oiçam o que diz o tempo
Estranho que não acudam aos que não podem esperar mais tempo
Estranho que não vejam os que nunca tiveram tempo
Estranho que só alguns tenham direito ao tempo
Estranho ver tudo encerrado
Estranho ver o gato arreliado
Estranho esta vida de confinamento
Estranho estar preso no tempo
Estranho não ter liberdade de movimento
Estranho ter de estar, sempre, neste apartamento
Estranho o nosso novo aspeto
Estranho ver o Mundo, sem movimento
Estranho o cheiro intenso
Estranho tanto avião no estacionamento
Estranho não ouvir a campainha do agrupamento
Estranho a saída de homicidas da prisão
Estranho a multidão no paredão
Estranho o meu comportamento
Estranho como me habituei a este tempo.
José Silva Costa
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