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27
Mar25

O Império

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O Império   -   As teias que o Império teceu

 106

Portugal foi o primeiro país europeu a expulsar os jesuítas.[1]

Declaro os sobreditos regulares [os Jesuítas] (…) rebeldes, traidores, adversários e agressores que estão contra a minha real pessoa e Estados, contra a paz pública dos meus reinos e domínios, e contra o bem comum dos meus fiéis vassalos (…) mandando que efetivamente sejam expulsos de todos os meus reinos e domínios.

— Decreto de expulsão dos Jesuítas, 1759. (D. José I  )  (Wikipedia)

O novo Governador de Angola, acompanhado do ex-Governador foi visitar a cooperativa, e gostou muito do que viu

Deu os parabéns a todos, por estarem a construir uma grande obra, que muito contribuía para melhorar a vida dos cooperantes e engrandecimento da cidade

Disse que iria transmitir tudo o que vira ao Rei, para que soubesse como as populações trabalhavam, para tornar a Colónia mais próspera

Depois de passar algum tempo a ver como funcionava a escola do Roberto, pediu-lhe para interromper a aula, para lhe agradecer o excelente trabalho, que estava a fazer

Quis saber como é que tinha conseguido tirar os miúdos da rua, fazendo com que fossem à escola, e participassem em tantas atividades, parecendo muito felizes

Roberto respondeu-lhe que os tinha convidado para mostrarem as suas habilidades e em troca ensinar-lhes-ia a ler, escrever e contar

Acrescentou que nem ele acreditava que tivesse êxito, mas apercebeu-se de que todos queriam mostrar o que sabiam fazer e também aprender a ler

O Governador prometeu mandar fazer uma escola, para que não estivessem tão expostos ao pó, à chuva e ao sol  

O Roberto agradeceu-lhe o interesse pelo bem-estar daquelas crianças, que estavam tão interessadas em aprender, estava a pensar levá-los para as lavras, com o objetivo de saberem quanto as suas mães trabalhavam, para arrancarem da terra o seu sustento

O Governador, depois daquela confissão, ficou, ainda, mais impressionado com os métodos e entusiasmo daquele professor

Vendo que aquele era um professor diferente, continuou a ouvi-lo sobre os seus projetos, sempre com muito interesse, o que fez com que a conversa se tivesse prolongado por mais de uma hora

A Marina ficou, no posto médico, a falar com o pai, já estavam intrigados com tanta conversa entre o Roberto e o Governador, tendo ela questionado: “ que raio têm eles tanto que falar?”

Por fim despediram-se, o Roberto continuou com a aula. O Governador, quando chegou perto do ex-governador e da filha, disse-lhes: “ nunca vi uma pessoa que gostasse tando do que faz como o seu marido”

“Sim! O Roberto adora o convívio com os miúdos”

 

Continua

 

 

06
Fev25

O Império

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O Império  -  As teias que o Império teceu

 

99

A Marina e o marido não perderam tempo, no dia seguinte foram visitar a cooperativa, acompanhados do Afonso, tiveram uma receção muito calorosa, foram cumprimentados por todos, que lhes desejara muitas felicidades e saúde

A Marina e o Roberto aproveitaram o momento para perguntarem o que é que eles mais precisavam, para que a cooperativa continuasse a progredir

Todos disseram que precisavam de uma escola, era bom que houvesse alguém que soubesse ler e escrever, para ajudar a gerir a cooperativa

O Roberto mostrou disponibilidade para fundar uma escola e ensinar a ler, escrever e fazer contas, tudo o que quisessem aprender e ele soubesse, desde que tivesse um local e quem quisesse aprender, poderiam ser crianças, jovens e adultos

A irmã, a Leopoldina, que era a dirigente da cooperativa, disse-lhe que iam marcar uma assembleia geral, para saber se os cooperantes aprovavam a proposta dele

A Marina também queria um espaço, para começar a trabalhar, mas não quis pedi-lo à cunhada, teve receio de que os cooperantes sentissem que eles estavam a pedir de mais à cooperativa

Assim, iria falar com o pai, talvez ele lhe conseguisse arranjar um espaço, para consultar os pacientes. Estava muito apreensiva, porque já sabia que a população acreditava mais nos curandeiros do que nela

Os curandeiros eram uma espécie de pessoas sagradas, muito conceituadas, a quem todos recorriam, não só por motivos de saúde, mas para tudo o que os atormentava

É difícil suportar a dureza dos dias, sem que tenhamos a quem recorrer, em quem acreditar, para nos ouvir, para nos ajudar a refletir, e até partilhar

O Roberto ficou tão empolgado com a receção ao seu plano, à criação de uma escola, que daí em diante o seu cérebro estava, sempre, ocupado, tentando encontrar métodos e meios, para cumprir o sonho de todos: saber ler, escrever, contar.

Continua

 

     

 

 

 

25
Nov20

Violência

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Dia Mundial Pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres

 

 

Mais trinta mulheres assassinadas no meio familiar, nestes quase onze meses deste ano

Esta chaga continua a demasiadas mulheres matar

As mulheres são quem está mais a sofrer com esta pandemia

Ao longo dos séculos têm sido, sempre, preteridas

Na educação foram esquecidas

A minha mãe, com muita tristeza, dizia: “ não sei uma letra do tamanho de um burro”

Isto porque, alguns, pelo menos, sabiam dizer ou escrever o alfabeto maiúsculo

Tantas vezes ouvi dizer que as mulheres não precisavam de saber ler

Quem o dizia também pouco sabia sobre o presente ou o futuro

E, em 2020, quantas meninas continuam a sofrer com a clitoridectomia?

Quantas continuam sem direito à educação?

Um século depois, continuarão, como a minha mãe, a dizer que não sabem uma letra, seja de que tamanho for

Neste século, nalguns Países, algumas mulheres conseguiram, dos homens, aproximarem-se

Mas não passa de uma gota de água no oceano!

Infelizmente, as mulheres vão continuar a sofrer com a violência, não só física como psicológica

Como as coisas, agora, mudam muito mais depressa, tenho esperança, mais do que isso, desejo que sejam eliminadas todas as formas de violência contra as mulheres.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

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