O Império
O Império - As teias que o Império teceu
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A vida, no Forte de Massangano, estava muito complicada, apesar de terem alimentos, água e munições, para muito tempo, não era aconselhável saírem das suas posições, para tentarem afastar os jagas, porque não sabiam o seu poderio, assim como os jagas, também, não se aventuravam a atacar o Forte, porque podia-lhes acontecer o mesmo que às irmãs da rainha Jinga, que foram feitas prisioneiras, e uma delas foi executada, no Forte
A esperança era que eles se cansassem e levantassem o cerco, enquanto isso não acontecesse, não podiam facilitar, nem sair das suas posições
Em Luanda, a vitória foi comemorada em grade estilo
Salvador de Sá assumiu o governo de Angola, rebatizou o Forte do Morro de Forte de São Miguel, em homenagem ao patrono da expedição brasileira
A cidade de São Paulo de Luanda, passou a chamar-se: Cidade São Paulo de Assunção de Luanda
Nos tumbeiros (porque neles morriam muitos escravos) embarcaram sete mil escravos apinhados nos porões, em direção ao Brasil
Consolidada a vitória, em Luanda, a tropa partiu para a conquistas dos rincões angolanos.
Os líderes eram três jesuítas: António do Couto, Gonçalo João e Felipe Franco
Os religiosos convenceram alguns sobas, a ajudarem-nos na travessia do país, em direção a Massangano, onde espantaram os jagas e os nativos do rei do Congo, que sitiavam os portugueses
Daí para a frente, os brasileiros venceram todas as resistências
No forte de Massangano, também, o levantamento do cerco foi muito comemorado, bem como a expulsão dos holandeses, da cidade de Luanda
Todos ficaram muito contentes por, finalmente, poderem voltar para Luanda, mesmo que nem todos quisessem regressar à capital da colónia
Passados sete anos, (1641 a 1648) muitos já tinham refeito as suas vidas, não querendo andar sempre a mudar
Para os que queriam voltar para Luanda, tinham mais dificuldades, porque durante os sete anos que estiveram no Forte, os jagas tinham tido o apoio dos holandeses, que os armaram até aos dentes, quando abandonaram a colónia
Assim, para regressarem à capital, tinham de assegurar escoltas, que os protegessem dos canibais da rainha Ginga
Depois de quase dois anos da libertação de Luanda, os que se tinham refugiado, no Forte, conseguiram criar uma escolta, devidamente equipada, para proteger os que quisessem voltar para Luanda.
Continua