A morte
Imprensa Escrita
A imprensa escrita vai desaparecer?
Um diário, com morte anunciada, vai passar a semanário
Portanto, acabará, como diário, depois de cento e cinquenta anos
Infelizmente já, assisti ao nascimento e morte de alguns jornais
Há morte de todos os vespertinos: República, Diário de Lisboa, A Capital!
A morte é sempre um acontecimento muito triste!
Mas, a de um jornal é diferente, com o seu desaparecimento morrem muitos pensamentos
Com a morte deste, morrem cento e cinquenta anos de sonhos diários
O trabalho de muitos homens e mulheres, que o fizeram viver todos estes anos
Um jornal pode tornar-se num amigo inseparável, por quem todos os dias esperamos
Trazendo-nos boas e más notícias, informações úteis, artigos que nos dão muito prazer ler
Um companheiro diário que, antecipadamente, vamos perder
Amigo, quem esperava, que com centenário e meio não continuasses pelos séculos fora?
Sim. Podes responder, que muito resististe, num país pobre, com muitos analfabetos
Em que comprar um jornal diário é um luxo acessível a poucos!
Em que muitos, só conseguem perceber, o que se escreve num jornal desportivo
Que, para o lerem têm de fazer muito esforço
Podemos até dizer, que muitos adultos, que mal sabiam, algumas palavras soletrar
Foi, nos jornais desportivos, devido à muita vontade de, notícias do seu clube, saber, que aprenderam a ler!
Por este andar, em breve teremos tantos diários generalistas como desportivos!
Este jovem século continua a matar muitas instituições centenárias
Umas vezes, com a ajuda da mais fabulosa descoberta de todos os tempos: A Internet
Outras, com a ajuda de pessoas, que por todos pareciam ser admiradas
Mas, que os novos tempos, mostraram que tinham tanto de capacidade, como de irresponsabilidade.
Adeus amigo, custa muito dizer adeus aos amigos, mas a ti muito mais, porque foram muitos mais anos de companhia.
José Silva Costa