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18
Jan24

O Império

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O Império – As teias que o Império teceu

44

A chegada de portugueses e espanhóis às américas fez descer a temperatura da Terra

A colonização dos continentes americanos, que foi levada a cabo por portugueses e espanhóis provocou tantas mortes entre os povos indígenas que teve efeitos significativos no clima da Terra, levando a um drástico arrefecimento do planeta

Uma conclusão da University College London, Reino Unido

Dos cerca de 60 milhões de pessoas, que viviam nas Américas, no fim do século XV (cerca de 10% da população do mundo) diminuiu para apenas 5 ou 6 milhões, em cem anos (BBC/ZAP) (18/11/2023)

Este período de arrefecimento é conhecido por Pequena Era do Gelo, e foi uma época em que as tempestades de neve eram comuns em Portugal, e o Rio Tamisa, em Londres, congelava durante o inverno, com vários países europeus a viverem períodos de fome 

A Rosinha ouviu todos os membros das duas famílias, sobre o que pensavam ou sugeriam para modernizar os métodos de produção, para aumentarem a produção, uma vez que a cidade de Luanda, cada vez, precisava de mais produtos alimentares, devido ao aumento populacional

Por outro lado, queria aumentar o rendimento de todas as mulheres, que a eles se tinham  associado, acreditando nas qualidades da Rosinha, bem como da sua equipa, o que fazia com que todos estivessem muito empenhados, para não defraudarem as expectativas, que neles tinham sido depositadas

Começaram por construir novos utensílios para fabricarem a terra, todos contribuíram com as suas ideias, o que fez com que a produção duplicasse

Passado cerca de um ano, aquando da primeira colheita, foi muita a alegria, por verem os bons resultados

Nas sanzalas, ao redor da cidade, foram organizadas batucadas, para comemorarem e agradecerem àqueles dois casais as boas novidades

Mas a Rosinha, a Miquelina, o Januário, o Ezequiel e os seus filhos fizeram questão de dizer que não era obra deles, mas de todos os que se tinham associado, participando  naquela maravilhosa aventura

A Rosinha aproveitou os bons resultados, para numa assembleia geral, propor às suas associadas que se unissem noutras tarefas, como a construção das cubatas, os cuidados com os filhos, ou outras que elas considerassem que se podiam unir, para melhor funcionarem

Todas aplaudiram as suas propostas, prometeram pensar no assunto e, em nova assembleia, decidiriam, em conjunto, o que fazer.

Continua

 

 

11
Mai23

O Império

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O Império - As teias que o Império teceu

8

Assim que o sol os voltou a iluminar, ele apertou-a nos braços, beijou-a, acariciou-a, tentando que ela percebesse que não lhe faria mal

Mas um dos grandes problemas era entenderem o que cada um dizia, recorriam aos gestos, que, também, não resolviam o problema, ainda que ajudassem, só o tempo ajudaria a que cada um aprendesse a língua um do outro

Não sabia o seu nome, batizou-a de Rosinha, era a sua Rosinha, que parecia mais calma, talvez já tivesse acreditado que ele não lhe queria fazer mal

Estavam cheios de fome, comeram os búzios, que ela tinha apanhado no dia anterior, que ela teria vendido, caso não tivesse sido raptada

Vendo que ele não a deixava voltar para junto da mãe e das irmãs, os irmãos e o pai tinham sido levados como escravos, encaminhou-se para um terreno com muitas árvores, conseguiu que ele percebesse que ia à procura de comida

Apanharam mangas, bananas e mandioca, no meio de toda aquela azáfama, em que ele parecia estar completamente perdido, por estar cansado, não ter dormido e estar sob uma grande pressão, com medo que aparecesse algum animal, que lhes fizesse mal, encontraram um grande embondeiro, cujo tronco, tinha uma grande cavidade onde podiam dormir

Comeram umas frutas, estavam muito cansados, na noite anterior não tinham dormido nada, para além de estarem, ambos, sob grande tensão, nervosismo e medo

Aquele tronco seria dali em diante a sua casa, enquanto não tivessem outra melhor

O Januário sabia que já não aguentava outra noite sem dormir, mas tinha medo que a sua Rosinha aproveitasse para fugir

Depois de estarem deitados lado a lado, o Januário, que já tinha tirado o cinto, passou-o por uma perna dela e outra dele, para que ela não fugisse

Foi uma noite muito tranquila, como estavam exaustos dormiram toda a noite e acordaram com muito boa disposição

O Januário achava que ela estava conformada, que não queria fugir, dava sinais de gostar da companhia dele

A maior dificuldade era não conseguirem dizer um ao outro o que queriam, tanto um como o outro desesperava por não se conseguirem entender, depois de muitos gestos e muito cansaço desistiam, já se conseguiam entender no que dizia respeito a comer, procurar comer e água

Ele já notava que os olhos dela brilhavam quando a beijava, a apertava contra ele, lhe afagava   os cabelos

Tanto que ela gostava de lhe fazer compreender que queria ir dizer à mãe e às irmãs que estava bem, que estava muito contente por ele a tratar tão bem e lhe dar sempre as frutas maiores, as mais maduras, que a tratava como uma princesa.

Continua

19
Mai21

Migrantes

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Ceuta

 

O desespero atravessou a fronteira

Milhares de migrantes: a família inteira

Derrubaram a linha que separa a barreira

Se pensam que impede a procura de melhor sorte, é asneira

O problema da fome é outra pandemia, só se cura com solidariedade

Ninguém pense que só dum lado está a verdade

A fome mata em qualquer idade

O condomínio fechado está muito enganado

Não adianta pagar aos porteiros para lhe guardarem as entradas

Mais valia ajudarem os esfomeados a melhorarem a sua economia

Preferem o imediato, parece mais barato, mas não resolve o problema

Estão dependentes dos humores de quem recebe a gorjeta

Mas, enquanto o Mundo não estiver mais equilibrado

O esfomeado vai continuar a tentar abrir o cadeado

O tesouro nunca estará bem guardado

Era preferível ensinar a pescar, a dar o pescado

Não somos donos do nosso telhado

Ceuta, já teve muitos donos, nada está acabado.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

25
Jan21

Vidas!

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Vidas!                (1)

 

Recusou-se a nascer antes do fim da segunda guerra mundial

Os pais muito pobres, num tempo em que era tudo racionado e com senhas

Tinham-se juntado no outono de 1944

Era o que a maioria, dos casais, fazia

Alugaram parte de uma casa, onde também funcionava a Escola Primária e vivia a professora

Ele com 29 e ela com 17 anos, há muito que andava de olho nela

Muito bonita, com uns longos cabelos até ao fundo das costas

Conhecera, porque o pai dela alugara uma casa e uma courela, no monte dele

Para onde os irmãos iam com as ovelhas, durante uma temporada

E, ela, de vez em quando, ia lá dar-lhes assistência

Teve um parto difícil, uma grande hemorragia

Um curioso, ainda, por cima, receitou-lhe uma sangria

Era assim, naquele tempo, sem médico nem parteira, pelo menos, para os mais pobres

Eram as outras mulheres quem lhes acudia

O pai dela, com medo de perder a segunda filha e o primeiro neto, levou-os para casa dele

Para a mãe e as irmãs tomarem conta deles

Não havia escolas! As Mestras ensinavam a ler, escrever e fazer contas

Numa das saídas de Almodôvar, está uma placa a indicar o Monte das Mestras

Foi só um dia a casa da Mestra, para aprender a ler

Não pode ir mais, porque tinha de tomar conta dos irmãos: 7 ( no mesmo mês em que ela teve o segundo filho, a mãe teve o nono)

Sofreu muito por não saber ler nem escrever, dizendo que não sabia uma letra do tamanho de um burro

Naquele tempo diziam que as mulheres não precisavam de saber ler nem escrever, tinham era de saber coser meias

O marido, o mais novo de quatro rapazes, sabia muito bem ler, escrever e fazer contas

Aprendera com uma Mestra, à noite, depois dos trabalhos no campo

Aos homens só era permitido que trabalhassem no campo

Nenhuma mãe queria ver um filho a lavar a loiça, as fraldas, o chão……………

As raparigas podiam trabalhar em casa, no campo, que ninguém ficava incomodado

Ao longo dos séculos, as mulheres têm sido discriminadas, contra isso, muito têm lutado.

Continua

 

 

24
Out20

A cidadania

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A cidadania

A França reagiu à altura ao condecorar o professor, que foi degolado por lecionar a disciplina de cidadania

É preciso que os que defendem os valore da República: igualdade, fraternidade, liberdade

não se deixem intimidar por os que não defendem estes valores, querendo impor, a todos, os seus valores

As religiões, as ceitas, as igrejas não podem querer que a Escola Pública, ensine, apenas, os seus valores e a sua visão de cidadania

A Escola Pública tem a obrigação de ensinar, a todos, que ninguém nos pode tirar o direito de nos exprimirmos em liberdade, mesmo que alguns não gostem do modo como o fazemos

Por que razão alguns pais não querem que os filhos assistam à disciplina de cidadania?

Será que não querem que, aos seus filhos, seja ensinado que todos somos iguais perante a lei, sejamos brancos, verdes, azuis, vermelhos, pretos, ciganos, alentejanos ………….!

Antes da implantação da República é que os estudantes, que quisessem ir para a Universidade, tinham de assinar uma declaração em como eram católicos

Foi para que todos tivessem direito à educação, à liberdade………, que os republicanos se bateram, morreram, e não foi só aquando da implantação, nos anos seguintes, alguns morreram, porque não tinham emprego, e recusavam-se a viver à mesa do Orçamento, contra o que tinham lutado, acabando por morrerem de fome, na miséria

Aqui, bem perto de mim, há uma Escola, quase centenária que, foi Primária, atualmente Jardim de Infância, tem na fachada, em letras grandes: Escola Pública

Só com a criação da Escola Pública, todos passaram a ter direito à educação, mas levou quase meio século até que chegasse a todos

Antes, só tinha acesso à educação os que, a administravam, quisessem

Também não existia o Registo Civil, eram os padres que, nos Batismos, elaboravam o registo de nascimento.  

 

José Silva Costa

 

 

 

  

19
Jun20

Adeus

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Adeus Primavera!

 

 

 Adeus Primavera!

Até para o ano

Que venhas, ainda, mais encantadora

Cá ficamos à tua espera

Vamos tentar viver mais de acordo com a Natureza

Para que venhas, ainda, com mais beleza

Sem máscaras, nem tristeza!

Nos próximos doze meses, prometemos viver de acordo com os teus desejos

Reciclar, reduzir, reutilizar

Nos esgotos, óleos alimentares e de carros, não deitar

Alimentos e outros produtos não desperdiçar

Andar de carro, temos de reaprender a andar

Os transportes públicos temos de privilegiar

As infraestruturas temos de apoiar

As obras de fachada, só para o dinheiro estragar, temos de detestar

Temos tanto em que pensar e nos ocupar

Doze meses para tanto, não são suficientes!

Mas, já é tempo de sabermos escolher entre o trigo e joio

De semear sementes para o futuro

Neste presente, muito duro!

Em que temos de desenhar um mundo melhor

Onde todos tenham direito a um lugar seguro

Não há tempo a perder

Porque todos os dias os filhos nos pedem de comer

Infelizmente, há quem, com a fome dos outros, se goste de entreter

Hoje, ainda, vão entreter-se com a discussão: “ casa onde não há pão, todos ralham, ninguém tem razão”

Não têm pressa, não é deles a aflição!

Se não, não precisavam de, tanto tempo para tomarem uma decisão

É por isso que muitas coisas são feitas tarde e a más horas.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

26
Abr19

Campanhas eleitorais

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Esbanjar

Indiferentes aos vinte por cento de pobres, deficientes serviços públicos, baixos salários

Os partidos continuam surdos e mudos aos sinais dos tempos

Não aceitaram que os diferentes atos eleitorais se realizassem todos no mesmo dia!

Preferem meio ano de campanhas eleitorais, porque já produzimos demais!

Quanto se poderia poupar? Parece que temos muito, para esbanjar

Vão gastar cinco milhões, só para as europeias

Não admira que falte, para tantas coisas, também, muito importantes

Tornaram-se máquinas opressivas, que só veem e ouvem os que os apoiam

Quem discordar ou opinar é imediatamente insultado e expulso

No Governo e em algumas autarquias criaram centros de emprego

Primeiro para os familiares, para os outros só se sobrar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

03
Nov18

Século XXI

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Século XXI

Dormimos descansados

Ao lado dos esfomeados

Dos que morreram de fome

Dos que deixaram tuto para trás

Quando na realidade não deixaram nada

A única coisa que tinham

Eram balas a zumbirem-lhes aos ouvidos

Agarraram-nos filhos e partiram

Na esperança de encontrarem segurança e pão

Mas, os que têm o poder na mão

Votam naqueles que lhes dizem não

Que num dia dizem que vão mandar os soldados atirar

No outro dia a opinião pública fá-los recuar

Nunca se sabe com o que se pode contar

Morrer, por morrer, vale mais enfrentá-los

Tudo, menos ver os filhos, de fome, morrer (Iémen)

Como podemos, na humanidade, crer!

Para onde quer que nos viremos

Só vemos mães e pais com os filhos nos braços

Sem saber o que fazer

Desesperados, atiram-se ao mar, aos rios, ao arame farpado

Mas, ainda há que durma descansado!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

30
Jun18

OIM

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Migrantes

Os vinte e sete países da União Europeia estão cada vez mais desunidos sobre os refugiados

Às 4h35 da madrugada de 29/06/2018 chegaram a um acordo, que mais parece um desacordo

Com o que todos estão de acordo é continuarem a passar férias baratas, nos países dos migrantes, que querem entrar na Europa

Com o que todos estão de acordo, e ninguém se indigna é com a continuação da exploração de mão-de-obra barata, nas fábricas de confeções, que produzem produtos de marca, de que tanto gostam os europeus, não se importando que sejam manufaturados por crianças, sem quaisquer condições, numa exploração desumana

A Europa, através das suas colónias, explorou muita gente dos outros Continentes

Mais tarde ou mais cedo teremos de pagar a pesadíssima fatura de todos os séculos de exploração

Os novos defensores de muros, na Europa, não têm qualquer visão, tem saudades das guerras, e para isso estão a utilizar os refugiados

Querem acabar com a União Europeia, associando-se a Putin e Tramp, que têm o mesmo objetivo

A Europa não se pode fechar no seu egoísmo, deixando morrer, os desesperados, no cemitério do alto mar

Todos, nasçam onde nascerem, têm direito a procurar melhores condições de vida

Os portugueses, em todos os tempos, sempre procuraram, dentro ou fora do país, melhores condições de vida

No dia, do matutino acordo, que mais parece um desacordo, o doutor António Vitorino foi aclamado Diretor-Geral da Organização Internacional das Migrações, a quem desejo o maior êxito, nas suas novas funções, porque do seu saber e determinação, dependem muitos milhões de vidas.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

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