O Império
O Império – As teias que o Império teceu
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Os fazendeiros brasileiros precisavam de expulsar os holandeses de Angola e restabelecer o tráfego de escravos
Os soldados brasileiros foram os primeiros a cruzar o Atlântico, para guerrear no velho mundo
Havia vários anos que os fazendeiros se debruçavam nos parapeitos das janelas dos seus casarões, olhando os terreiros, à espera de melhores dias
Faltava movimento naqueles terreiros, magotes de escravos e escravas, jovens novas e bonitas, que faziam arregalar os olhos dos fazendeiros
Os engenhos de cana-de-açúcar, para funcionarem, precisavam de mão-de-obra negra
Tinham de encontrar uma estratégia, um meio de expulsarem os holandeses de Angola, e retomarem o negócio dos escravos
- Dom João IV autorizou as expedições, mas a Coroa Portuguesa não pôde contribuir nem com homens, nem dinheiro, porque estava empenhada nas batalhas da independência
A 8 de Maio de 1645, saiu do Rio de Janeiro, uma expedição comandada por Francisco Souto Maior, formada por alguns índios e 300 soldados, transportada em cinco navios
Da Baia, saíram mais três navios com uma tripulação de duzentos homens
Desembarcaram na enseada do Quicombo, caíram nas mãos dos jagas, uma tribo canibal, aliada dos holandeses
Os jagas fizeram um banquete, devorando quase duas centenas de brasileiros
Em Massangano, a nova capital de Angola, nem tudo corria bem, era difícil acomodar e alimentar tanta gente, apesar de todos os esforços
A Miquelina andava muito triste por não conseguir engravidar, e até que a ciência tenha conseguido dizer que a culpa da mulher não engravidar, não é só dela, as mulheres foram apontadas, como sendo, sempre, elas as causadoras de não engravidarem
O Ezequiel nunca a culpou por não engravidar, pelo contrário, sempre lhe disse, que mais tarde ou mais cedo engravidaria, pedindo-lhe para não pensar nisso, porque não gostava de a ver triste
A primeira expedição para expulsar os holandeses teve um trágico desfecho, mas os brasileiros conseguiram levar, para o Brasil, dois mil escravos, dando alento, aos donos dos engenhos, para a organização de uma nova expedição.
Continua