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17
Out24

O Império

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O Império  -  As teias que o Império teceu

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Ela não aceitou, dizendo que o trabalho não era demasiado, e o que pedia, era que se licenciassem e aplicassem a sua sabedoria e tenacidade no desenvolvimento da terra deles, no sentido de melhorar a vida dos seus povos

O Roberto agradeceu-lhe muito, a Marina também, e ambos prometeram tudo fazerem, para cumprirem o seu pedido

Ficaram mais tranquilos, deixaram de se culpabilizar pelo muito trabalho da Anastácia, sentiram que ela os ajudava por amor e que isso a fazia feliz

Viam que ela transpirava de felicidade por tomar conta do Afonso, fazer o jantar, para todos, tomar o pequeno-almoço com eles e o Elisiário, que viera completar o seu sonho: ter uma família, uma casa viva, cheia, sentir-se útil e muito amada, por todos, sem esquecer o Afonso, que cada vez que lhe chamava avó a floria de alegria, bem como ao Elisiário, a quem chamava avô

Dias de muito trabalho e também de muita felicidade, para todos, dava gosto ver como aquelas pessoas se amavam e se ajudavam, pareciam uma orquestra, bem afinada, em que cada um fazia o que houvesse, para fazer, sabendo que quanto mais depressa arrumassem a casa, mais tempo teriam para jogarem uma partida de cartas ou outras atividades, para descontraírem do longo e duro dia de trabalho

Precisamos de férias, de fins-de-semana, nem que sejam pequenos momentos, todos os dias, de descontração, que nos ajudem na arte de viver

 Em 1891, Gungunhana assinou com Cecil Rhodes um acordo relativo a direitos sobre a exploração de minério nas suas terras, a favor da Companhia Britânica Sul-Africana, a troco dum pagamento anual de cerca de 500 libras. Tornava-se claro para os portugueses que só uma acção militar poderia forçar o estabelecimento da autoridade colonial na região. Esta acção, conhecida na altura como "Campanha de Pacificação", foi despoletada pela recusa de Mahazula Magaia, um chefe tradicional da região de Marracuene, em aceitar a decisão do Comissário Residente sobre uma disputa de terras. A questão chegou a vias de facto, quando a guarnição militar portuguesa foi forçada a fugir para Lourenço Marques, perseguida pelos exércitos de Magaia, Zihlahla e Moamba, que cercaram a cidade entre Outubro e Novembro de 1894.

António Enes organizou as suas tropas e, no dia 2 de Fevereiro de 1895, perseguiu e derrotou (embora com dificuldade e pesadas baixas) os atacantes em Marracuene. Este dia continua a ser celebrado naquela vila com uma cerimónia chamada "Gwaza Muthine". Os chefes rebeldes refugiaram-se em Gaza, sob a protecção de Gungunhana. Depois de várias tentativas de negociações com o rei de Gaza, pedindo a extradição daqueles chefes, os portugueses resolveram atacar de novo. A 8 de Setembro, travou-se a batalha de Magul, onde se encontrava Zihlahla e, a 7 de Novembro, uma outra coluna proveniente de Inhambane defrontou-se com o exército de Gungunhana em Coolela, perto da sua capital. Em Dezembro, Mouzinho de Albuquerque cercou Chaimite e prendeu o imperador, que ali se tinha refugiado, mandando-o depois para os Açores, onde veio a morrer.

Continua

 

 

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