Dor
Os teus olhos não me saem do pensamento
Não queria presenciar mais um horrível momento
Mas, por que razão matam crianças e as atiram ao vento?
É tão grande a dor, que não há palavra para classificar este tormento
Este domingo o sol não apareceu, porque não quer ficar associado a assassinato, tão violento
Infelizmente, todos os dias, muitas crianças são assassinadas, mas finjo que não sei, porque os seus olhos, não entram por os meus adentro
Mas, hoje não consigo fingir, porque o teu doce olhar, não deixa de me atormentar
Mas como é que alguém é capaz de matar uma inocente indefesa!
Como é que os meus dias poderiam não ser cheios de tristeza
Se só vejo vingança, maldade e muita inveja
Uma flor frágil, tão delicada, que sonhava ser filha do amor
Foi vítima de quem menos esperava
O seu avô materno, muito chorava, foi, também, a morte dele, antecipada
Como é que existe tanta gente, com tanta maldade acumulada!
O meu coração ficou como se, também, tivesse levado uma facada
Preferia não ver televisão, não saber das notícias, mas pouco adiantava
Poderia não sofrer tanto. Mas, para o mundo isso não significava nada
Porque as mortes, as guerras, a fome, as doenças e os restantes horrores não acabavam
Para todos, a quem roubaram a vida, o meu amor
Ninguém tem o direito de tirar a vida, seja a quem for.
José Silva Costa