O Império
O Império - As teias que o Império Teceu
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O sono venceu-os, os pais tiveram de os ir deitar, a Milene, filha da Leopoldina e do Jeremias, acabou por pernoitar no palácio
As três crianças, bem como os familiares e os que desembarcaram, em Luanda, tinham enfrentado um dia longuíssimo, não admira que todos estivessem muito cansados, as crianças foram as primeiras a adormecer
Os adultos continuavam na euforia de conseguirem resumir cinco anos em uma noite. Mas, também, eles acabaram por ter de ir dormir, com a promessa de continuarem no dia seguinte
A Rosinha, devido à sua avançada idade e debilidade, dormiu, pela primeira vez, no palácio do compadre, perto da neta e do neto, acontecimento, que tanto tinha esperado, para que acontecesse
Já o dia lavava os olhos, quando decidiram ir dormir, o Manuel, Governador de Angola, convidou todos, para o almoço, porque tinham de continuar a dissecar o que se tinha passado, naqueles cinco anos, em África e na Europa
Como se deitaram muito tarde, já a lua se tinha ido embora, pediram que o almoço não fosse muito cedo, o anfitrião desejou-lhes boa noite, quando o sol já tudo iluminava, acrescentando que dormissem bem, que a hora do almoço seria atrasada, para que todos descansassem da dura jornada
O Afonso e as primas é que não conseguiram dormir tudo, tinham de continuar a fazer o que o sono tinha interrompido
Assim que acordaram, não fossem os criados tê-los obrigado a tomarem o pequeno-almoço, nem teriam sentido a sua falta, tal era a vontade de saberem tudo, uns dos outros, para ensinarem uns aos outros tudo o que sabiam
O almoço prolongou-se por várias horas, nunca o palácio tinha visto tanta alegria, tanta troca de ideias, sobre os dois continentes
Antes de cada um ir para seu lado, o Governador propôs que fizessem uma grande festa, para comemorarem o regresso da Marina, do marido e do filho, mas esta disse que não queria festa, pediu que com o dinheiro, que se gastaria, fosse criado um posto médico
O pai disse que concordava, que teria todo o seu apoio para arranjar um local onde pudesse ajudar a população, com os conhecimentos, que tinha adquirido na Universidade de Coimbra.
Continua