O Império
O Império - As teias eu o Império teceu
119
O sonho da exploração dos diamantes parecia, cada vez, mais longínquo. Assim, o Governador deu ordens, para que a agricultura fosse o motor de desenvolvimento da colónia de Angola
Para além dos bons indicadores dos jovens, que seguiam o Roberto, rapazes e raparigas, na procura de novas culturas e mais produção, coisa nunca vista, porque os homens nunca tinham trabalhado na agricultura, deixando esse duro trabalho, para as mulheres, era preciso pedir-lhes que transmitissem os seus conhecimentos aos mais novos, mesmo que eles, no impeto da juventude, achassem que já sabiam tudo
Para todas as mães era muito agradável ver os filhos, porque as filhas já sabiam o que as esperava, interessarem-se por um trabalho, tão importante, para a alimentação de todos, que os séculos tinham reservado só para as mulheres
As mães estavam muito gratas, pela criação da creche, fazendo com que tivessem deixado de andar com os filhos atados às costas, enquanto faziam o duro trabalho do campo, disseram ao novo Governador e à esposa que era muito bom, terem um local onde deixar os filhos, em segurança
Os governantes pediram-lhes para ensinarem os filhos, as filhas e a todos os jovens, que o quisessem, os conhecimentos, que tinham das lavras, porque todos viveriam melhor, quanto mais e melhores produtos conseguissem tirar da terra
A Zulmira e o Miguel aproveitaram aquele agradável encontro, na creche, para informarem as mães de que iriam continuar a trabalhar, para que todos tivessem uma vida melhor
Assim, contavam com as suas sugestões, para melhorarem o funcionamento dos serviços da cooperativa e os trabalhos nas lavras
A cooperativa já tinha serviços muito importantes, como o apoio à agricultura, o armazenamento e distribuição de alimentos, a creche e o posto médico, mas a Zulmira e o Miguel queriam saber se poderia prestar mais serviços ou se poderia melhorar os existentes
A Leopoldina, que era a presidente da cooperativa, disse-lhes que iam convocar uma assembleia geral, para proceder à nomeação de una nova direção, porque ela já se sentia cansada, sem força para imprimir um novo ritmo à associação, exigido pelos jovens agricultores
Alguns dos jovens que, aprenderam a ler e escrever com o Roberto, tinham paixão pela agricultura, queriam alterar os métodos de produção, armazenagem, comercialização e distribuição. Assim, a próxima assembleia geral, seria a oportunidade, para todos apresentarem as suas ideias, fazendo com que a cooperativa desse um passo em frente, no seu desenvolvimento e nomeasse uma nova direção
Como sócios, o Manuel e a Zulmira, poderiam, então, apresentar as suas sugestões e participar no novo rumo da cooperativa
O Manuel disse que, como Governador não queria interferir nos destinos da cooperativa, mas que tencionava apoiar todas as iniciativas, que contribuíssem para o progresso da Colónia
A Zulmira informou que iria participar na discussão, apresentação de sugestões e escolha da nova direção.
Continua.