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28
Nov24

O Império

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O Império  -   As teias que o Império teceu

89

A Marina e o Roberto terminaram os estudos na Universidade de Coimbra, o facto de ser o primeiro casal a licenciar-se, na única Universidade do país, foi muito comemorado por todas as faculdades, com o desejo de um bom regresso a casa e de muitas felicidades

Em casa, a Anastácia fez um almoço especial, para comemorarem o acontecimento, que tinha tanto de alegria como de tristeza, devido à separação dos dois casais

Mas, primeiro era preciso festejar a alegria e a felicidade da Marina e do Roberto, por terem conseguido concretizar o seu sonho, e não menos alegria e felicidade de quem os ajudou a concretizá-lo: a Anastácia e o Elisiário

Assim que terminaram as licenciaturas, a Marina e o Roberto começaram a preparar o regresso a Luanda, se quando vieram para Coimbra, a viagem, entre Lisboa e Coimbra, tinha sido o cabo dos trabalhos, como seria com uma criança de quatro anos?

Valeu-lhes, o facto do Elisiário conhecer um Conde, que todos os anos se  deslocava a Lisboa, para tratar de vários assuntos, junto da Corte, a quem o  Elisiário pediu se podia dar boleia a um casal de Luanda, que se tinha acabado de formar na Universidade, e que queria voltar à sua terra natal, com o filho de quatro anos

O Conde disse que não só lhes dava boleia, como lhes ficava muito agradecido, por contribuírem para o engrandecimento do Império, esperando que mais jovens seguissem o exemplo deles, para que as colónias fossem mais desenvolvidas e prósperas

Assegurado o transporte para Lisboa, de onde esperavam embarcar para Luanda, era preciso pensar nas despedidas, que para o Afonso poderiam ser  muito traumatizantes

Havia quem defendesse que a despedida devia ser quando ele estivesse a dormir, mas a Anastácia não estava de acordo, porque era importante que se despedisse dos “avós”

Assim, explicar-lhe-iam que iria conhecer os avós de Luanda, e que os “avós” de Coimbra os iriam, quando pudessem, visitar, para conhecerem toda a família.

Continua.

 

05
Jan23

A sedutora

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Lisboa! A sedutora

 

11

A despedida foi muito triste, todas as separações são muito emotivas

Já uns dias antes, um Senhor, que passava muitas tardes no estabelecimento, a quem alcunháram de brasileiro, por ter estado muito tempo emigrado no Brasil, se indignou quando o informou de que se ia embora, para outro trabalho

“ É por isso que este país nunca progredirá, estará, sempre, na cauda da Europa, agora que estavas preparado para tomar conta de um estabelecimento, vais aprender outra coisa, foram quatro anos perdidos”

Um trabalho diferente: fazer tapetes para automóveis, o automóvel era um investimento muito caro, por isso era preciso protege-lo para que durasse o mais possível

Subiu um andar, passou dos rés-do-chão para um primeiro andar, na rua da Paz, com vista para a rua dos Poiais de São Bento, onde passa o famoso elétrico nº28, da Carris

Um conterrâneo, que trabalhou numa fábrica de tapetes para automóveis, decidiu arriscar e começou a trabalhar por conta própria

Alugou umas águas furtadas, de dia visitava os standes de automóveis à procura de encomendas, de noite executava-as, no dia seguinte ia entrega-las e angariar mais encomendas

Começou com duas peças de tapetes de cairo, uma para fazer os tapetes da frente e outra para os detrás, cuja fábrica era em Cortegaça

Para concorrer com o antigo patrão, encomendou peças com menos cinco centímetros de largura

Como o negócio começou por correr bem, alugou um primeiro andar, na Rua da Paz, contratou o irmão mais velho, que cumpriu o serviço militar como maqueiro, tendo-se voluntariado para ir para Macau, com a intenção de, quando passasse à disponibilidade, ficar lá a viver

Mas chegou à conclusão de que não podia concorrer com os chineses, que se alimentavam com um punhado de arroz, por dia

Passou à disponibilidade em Lisboa, onde ficou a trabalhar nas obras

O irmão não só o contratou, como lhe pediu, emprestadas, as poupanças

Não é nada fácil passar de operário para patrão, quando não se tem capital para comprar o essencial, mas há quem arrisque e com a ajuda de um e outro consiga criar bons negócios

Deixou o bairro chique de São Mamede e foi para a freguesia das Mercês, casas pequenas, muito antigas, com escadas estreitas, com a Assembleia Nacional a olhar para elas, cheia de deputados engravatados, como que nomeados para oprimir o povo

Calçada do Combro, Rua do Poço dos Negros, Rua dos Mastros, Largo Conde de Barão, como que a fechar a Rua de São Bento.

Continua

 

 

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