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10
Fev22

Pais(10)

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Pais (10) 

 

Ficaram, ainda, mais motivados para estudarem, esperavam que os pais se orgulhassem deles, queriam fazer o que lhes fosse possível, para ajudar os mais desfavorecidos

Ela escolheu ser professora e ele a advocacia. Foram, sempre, bons alunos

Assim, que acabaram a formação, criaram um colégio destinado a meninas e meninos, cujos pais não tinham possibilidades de custear o total dos estudos

Pagavam de acordo com as suas possibilidades, e os que não pudessem pagar, não pagavam nada

Conseguiram ajudar muitas crianças, a obter uma formação, que lhes permitiu conseguirem empregos, com melhores ordenados

Mas a grande crise, de 2008, fez com que o seu estabelecimento de educação não resistisse, tiveram de o fechar, com grande pena deles, e procurar outro meio de subsistência

Já tinham constituído família, ambos já tinham filhos, foram tempos muito difíceis, valeu-lhes o apoio dos pais, que estavam muito orgulhosos do que tinham feito, e muito felizes por já terem netos

As consecutivas crises do século XXI, e a pandemia vieram-nos mostrar, quanto é importante ter uma família coesa

Quando surgem os divórcios, quando perdemos o emprego, quando perdemos a casa, ou quando perdemos tudo, é nos braços dos nossos pais ou avós, que vamos chorar, e são eles que nos enxugam as lágrimas

Nestas crises e pandemia, muitos pais e muitos avós foram muito importantes, ajudando os filhos e os netos, prescindindo de dias mais desafogados, para ajudarem os seus descendentes

A Ana e o Francisco não escondiam o seu contentamento e felicidade, por terem adotado o Pedro e a Inês

A Ana dizia que o facto de não ter podido ter filhos, lhe tinha permitido experienciar a enorme felicidade de poder dar colo a duas crianças, que perderam o colo dos pais biológicos

Ambos sonhavam com o dia da reforma, para puderem estar mais tempo com os filhos e, principalmente, com as netas e os netos

Queriam aproveitar todos os momentos para estarem com eles, antes que crescessem e tivessem menos tempo para estar com os avós

Desejavam aproveitar ao máximo, o perfume daquelas lindas flores, vê-las, todos os dias, a crescerem, darem os primeiros passos, dizerem a primeira palavra, dar-lhes banho, mudar-lhes a fralda, dar-lhes o biberão, tudo o que não tinham tido oportunidade de experienciar com os filhos

Sonhavam acompanhar o seu crescimento, vê-los homens e mulheres, constituírem família, e conseguirem ver e beijar bisnetos.

Fim.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

07
Fev22

Pais (9)

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País (9)

Depois de ouvirem, com toda a atenção, os pais, tanto a Inês, como o Pedro perguntaram-lhes o que se podia fazer, para inverter a situação

Os pais disseram-lhes que pouco se podia fazer, porque os portugueses, para além de serem aventureiros, procuravam fazer fortuna fácil, viver de expedientes, não se importando de entregarem as suas poupanças a quem lhes prometesse melhor taxa de juro, sem quererem saber como o dinheiro era aplicado, para render o dobro do que era normal, convivem bem com as desigualdades, a corrupção, a cunha, não tendo brio no cumprimento das suas obrigações, vangloriando-se de não pagarem os impostos

Mas, se queriam fazer alguma coisa para inverter a situação, primeiro tinham de dar o exemplo, não fazendo nada que, moralmente, fosse condenável

Depois, tinham de se aplicar nos estudos, para poderem colocar os seus conhecimentos ao serviço do desenvolvimento do país, com a condição de que beneficiasse os mais desfavorecidos

Chamaram-lhes, mais uma vez, a atenção para as grandes desigualdades entre as cidades e o campo

Nas cidades, a maior parte dos habitantes têm emprego certo, férias, viajam pelo país e estrangeiro, ainda que alguns aproveitem as férias para fazerem outros trabalhos, porque os ordenados não chegam para as despesas, e outros, sem emprego, vivem da caridade

Nos campos, muitos não têm férias, não viajam, num país com muitas praias, nunca foram à praia, nem nunca puseram um pé num avião ou num barco

A luta por melhores condições de vida, de quem trabalha por conta de outrem, tem sido longa e dura

Primeiro foi a conquista das oito horas diárias de trabalho (48 horas por semana)

Depois a obtenção da semana à inglesa, de segunda a sexta, 40 horas, ao sábado, das 9 às 13 (44 horas)

A seguir a semana à americana (descanso ao sábado e domingo)

Alguns, já conseguiram 7 horas diárias (35 horas semanais)

Fala-se na semana de 4 dias, o que é muito bom, porque precisamos de tempo, para viver, e é possível, porque com as novas tecnologias, somos muito mais produtivos

A Ana e o Francisco disseram-lhes que o país, só depois da Revolução de 25 de Abril de 1974, se tornou num país democrático e, só com a Constituição de 1976, as mulheres obtiveram o direito a votarem, nem mesmo com a implantação da República, em 1910, o tinham conseguido

Um país com muitos analfabetos, em que só uma minoria tinha direito à instrução

Com o fim da segunda guerra mundial, os Governantes, viram-se obrigados a criarem escolas, em todo o país

Como não tinham nem professores nem escolas, decidiram criar postos escolares, até em casas particulares, e formaram professoras regentes, que tinham menos estudos que as professoras oficiais

Muitos pais não queriam mandar os filhos à escola, porque contavam com o trabalho dos filhos mais velhos, para ajudarem a criar os mais novos

Os casais tinham muitos filhos, as raparigas eram as mais sacrificadas, começavam com poucos anos a ajudarem as mães

Às que mostravam interesse em ir para a escola, era- lhes dito que as mulheres não precisavam de saber ler, nem escrever, tinham era de aprender a fazer a lida da casa

A Inês e o Pedro estavam horrorizados com o que os pais lhes tinham revelado, e disseram: “ ainda bem que nascemos quando já não havia essas desigualdades entre homens e mulheres!”

Continua

 

 

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