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20
Mar25

O Império

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O Império   -   As teias que o Império teceu

105

 Em 1853 registam-se diversas tentativas britânicas no sentido de contestar a soberania portuguesa sobre Ambriz e levar os chefes indígenas a assinarem tratados para a abolição da escravatura (State Papers do Foreign Office, volume XLIV, com a correspondência trocada em 1853 e 1854 ). Existe correspondência do Enviado em Londres, Conde de Lavradio, entre outros, sobre esta questão o ofício reservado nº 26, datado de Londres, de 6 de Novembro de 1854 (AHD caixa nº 67, folio 173)

Em 20 de Outubro de 1854, o Conselho Ultramarino, renovou o parecer que já antes apresentara ao Governo, no sentido de se proceder, com urgência à ocupação de Ambriz. A 20 de Janeiro de 1855, foram enviadas instruções ao Governador de Angola no sentido de ocupar aquele porto. Esta iniciativa provocou protestos britânicos.

Em 1855 o Governo Geral de Angola organiza uma expedição para garantir a ocupação efectiva do Ambriz. Esta decisão foi justificada pela mudança de posição britânica quanto ao reconhecimento da soberania portuguesa sobre aquele território.

Em 8 de Setembro, o Encarregado de Negócios britânico em Lisboa, entregou uma nota ao Ministro do Ultramar, na qual não reconhecia a soberania portuguesa e por conseguinte não consentia na ocupação de Ambriz.

O Governo português, quer em notas dirigidas ao representante britânico em Lisboa, quer em notas entregues pelo Ministro português em Londres, defendeu os direitos de Portugal. O Governo britânico, apesar de ter apresentado várias reclamações, acabou por aceitar a ocupação do Ambriz.

Em 15 de Junho de 1856 o parlamento português aprovou o decreto abolindo a escravatura no distrito de Ambriz e nos territórios de Cabinda e Molembo, o que contribui para a resignação britânica sobre a titularidade de Ambriz. Porém, quando as forças militares de Luanda passaram para o Quicembo, foram obrigadas a retirar por contingentes militares ingleses e norte-americanos.

O Governo britânico continuou, porém, a contestar a posse de Cabinda e Molembo até bem mais tarde vindo a questão a ser ressuscitada durante a Conferência de Berlim e anos seguintes. 

(Portal diplomático, Instituto diplomático)

 

O Manuel (ex-Governador de Angola) pediu para ser sócio da cooperativa, o que levou que as quatro filhas solteiras também o fizessem, todos queriam fortalecé-la, contribuindo para que conseguisse dar melhores condições de vida a todos os cooperantes

A cooperativa tornara-se numa instituição muito importante na cidade, tinha a escola do Roberto, o posto clinico da Marina, a creche, a venda de produtos alimentares aos cooperantes e ao público, e era responsável pela produção de alimentos: mandioca, milho, cana-de-açúcar, batata-doce, amendoim e, também, colheita de frutos silvestres.

Continua

 

 

27
Fev25

O Império

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O Império  -   As teias que o Império teceu

102

A Marina começou a trabalhar no seu tão desejado posto médico, todos os dias apareciam pessoas a pedir ajuda, ela tentava ajudá-las com os poucos recursos que tinha

Certos tratamento exigiam uma equipa, só uma pessoa dificilmente os faria nas melhores condições, perguntou, na cooperativa, se havia alguém que a quisesse ajudar, uma jovem, que trabalhava numa das secções da cooperativa, disse que a ajudaria sempre que fosse preciso, era só chamá-la, uma vez que estavam muito pertinho uma da outra

Sempre que aparecia alguém com um braço, uma perna, um pé partido, chamava a Alicia, que parecia ter muito jeito para enfermeira, faziam uma grande equipa, quando era necessário colocar os ossos no devido lugar e ligá-los, colocava talas, se necessário. As ligaduras eram feitas de trapos velhos

Cada doente, que lhes agradecia, pela ajuda, fazia com que ficassem orgulhosas do seu trabalho, felizes com os sorrisos daqueles a quem conseguiam aliviar as dores. Mas, como não há rosas sem espinhos, quando alguém lhes morria nas mãos, toda essa felicidade e sorrisos não chegavam, para suportar a tristeza de uma morte

Sempre que tinha um pouco de tempo livre, espreitava as aulas do Roberto

Sabia como ele e o filho chegavam, todos os dias, a casa: derreados, mas muito felizes

Ficava encantada com a alegria, que todos estampavam nos rostos, quando participavam nos jogos, nas acrobacias, nas danças, levantavam uma nuvem de pó que mal se viam

Outras vezes era um silêncio ensurdecedor, com toda a atenção a ouvirem o que o Roberto lhes dizia, ou ajoelhados no terreiro a fazerem as letras, a construírem as palavras, a aprenderem as contas, a decorarem a tabuada

Notava-se, que todos os dias iam para a sua adorada escola, descontraídos, alegres, felizes, como se fossem para a brincadeira. Na verdade, mais de metade do tempo passavam-no a brincar, o que fazia com que depois estivessem muito atentos e interessados em aprender

Ficava embebecida ao ver aquele espetáculo, sem dar pelo tempo passar, como se também estivesse a participar, muitas vezes, recordando trinta por uma linha, que fazia com as suas irmãs

À tarde, uma hora ou duas antes de escurecer, iam à baía, de Luanda, tomar um banho, como estava calor, fazia com que chegassem a casa, secos, prontos para uma merecida noite de descanso.

Continua

 

13
Fev25

O Império

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O Império  -  As teias que o Império teceu

100

A Marina e o Roberto estavam muito contentes pelo carinho com que tinham sido recebidos por todos, e que continuavam a receber todos os dias

Ela falou ao pai, no espaço, para o posto médico, estava ansiosa, queria começar a trabalhar, mas ele não se mostrou recetivo à sua proposta, disse-lhe que era melhor falar com a cunhada, para que o posto médico ficasse, também, junto da cooperativa, perto da escola

Acrescentou que o Palácio do Governo, de um dia para o outro, poderia ter um novo inquilino, porque havia muitos fidalgos, que cobiçavam o cargo de Governador de Angola,  o Rei precisava do apoio deles, por isso tinha de os compensar com cargos, que gostassem de exercer

A Marina, que não contava com o não do pai, depois da explicação, achou que ele tinha razão. Mas, quando regressou a casa, o Roberto notou que ela estava muito triste, tentou saber a razão, ao que ela respondeu que tinha criado expetativas muito altas, em relação ao exercício da medicina, numa cidade onde ela não existia, o que fazia crer que não era necessária

O marido tentou animá-la, dizendo-lhe que em breve se sentiria muito útil, muito gratificada por ajudar a salvar vidas, evitar sofrimentos, ajudar nos nascimentos, que tantas mulheres matavam

Quanto ao espaço para abrir o posto médico, poderia ficar com espaço cedido para a escola, caso os cooperantes estivessem de acordo, por ser pequeno para tantos alunos, sem condições, sendo preferível dar as aulas ao ar livre, debaixo de uma frondosa árvore, localizada muito perto da cooperativa

Ficou mais animada, sabia que tinha um marido muito amigo, que a adorava, que gostava que ficasse a trabalhar perto dele, que não se importava de lhe ceder o espaço que tinham destinado para ele

Foi falar com a Leopoldina, que se mostrou radiante, confidenciou-lhe que já tinham abordado o assunto, na assembleia geral, tendo todos dito que o posto médico deveria ficar na cooperativa, era uma mais-valia para os cooperantes e para toda a cidade, desde que fosse de acesso livre

A Marina agradeceu-lhe, dizendo que estava totalmente de acordo, o que mais queria era ajudar as pessoas, evitar-lhes todos os sofrimentos, que fossem evitáveis, livrá-las das dores, contribuir para a redução da mortalidade das mulheres, no parto

Ambas ficaram muito felizes, a Marina disse que iria começar a trabalhar imediatamente, estava ansiosa por pôr em prática o que tinha aprendido, iria fazer o que soubesse com o que houvesse, como se o seu posto médico fosse um bebé, cresceria com o tempo, com a continuação da sua aprendizagem, como acontece com todas as profissões, só que a dela lidava com a vida, o que lhe exigia muita atenção e responsabilidade.  

  Continua

 

06
Fev25

O Império

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O Império  -  As teias que o Império teceu

 

99

A Marina e o marido não perderam tempo, no dia seguinte foram visitar a cooperativa, acompanhados do Afonso, tiveram uma receção muito calorosa, foram cumprimentados por todos, que lhes desejara muitas felicidades e saúde

A Marina e o Roberto aproveitaram o momento para perguntarem o que é que eles mais precisavam, para que a cooperativa continuasse a progredir

Todos disseram que precisavam de uma escola, era bom que houvesse alguém que soubesse ler e escrever, para ajudar a gerir a cooperativa

O Roberto mostrou disponibilidade para fundar uma escola e ensinar a ler, escrever e fazer contas, tudo o que quisessem aprender e ele soubesse, desde que tivesse um local e quem quisesse aprender, poderiam ser crianças, jovens e adultos

A irmã, a Leopoldina, que era a dirigente da cooperativa, disse-lhe que iam marcar uma assembleia geral, para saber se os cooperantes aprovavam a proposta dele

A Marina também queria um espaço, para começar a trabalhar, mas não quis pedi-lo à cunhada, teve receio de que os cooperantes sentissem que eles estavam a pedir de mais à cooperativa

Assim, iria falar com o pai, talvez ele lhe conseguisse arranjar um espaço, para consultar os pacientes. Estava muito apreensiva, porque já sabia que a população acreditava mais nos curandeiros do que nela

Os curandeiros eram uma espécie de pessoas sagradas, muito conceituadas, a quem todos recorriam, não só por motivos de saúde, mas para tudo o que os atormentava

É difícil suportar a dureza dos dias, sem que tenhamos a quem recorrer, em quem acreditar, para nos ouvir, para nos ajudar a refletir, e até partilhar

O Roberto ficou tão empolgado com a receção ao seu plano, à criação de uma escola, que daí em diante o seu cérebro estava, sempre, ocupado, tentando encontrar métodos e meios, para cumprir o sonho de todos: saber ler, escrever, contar.

Continua

 

     

 

 

 

12
Dez24

O Império

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O Império  -   as teias que o Império teceu

91

Ficaram tristes por ainda faltarem tantos meses para a saída das naus, tinham tempo para percorrerem toda a Lisboa, ver as suas ruas e becos, sentir o pulsar de uma cidade muito diferente de Coimbra

Todos os dias calcorreavam uma parte da cidade, descansavam nos miradouros a observar o frenesi da cidade, não podiam fazer grandes caminhadas, como quando não tinham o Afonso, depois do almoço passavam umas horas, na pensão onde estavam hospedados, para ele dormir, descansar

O Afonso não se esquecia da Anastácia e do Elisiário, queria ir vê-los, os pais iam-lhe dizendo que em breve os iriam ver, sabendo que tão cedo não os iria esquecer

À tardinha, iam para a beira do rio, ver a chegada e partida dos barcos: canoas, varinos, fragatas, que transportavam muitos dos víveres que alimentavam os habitantes de Lisboa

Foram meses a percorrer os becos, ruas e ruelas de Lisboa, tudo foi passado a pente fino, a Marina aproveitou para observar o que havia à venda de utensílios de medicina, comprou alguns para levar para Luanda

Tencionava abrir um posto médico, aberto a toda a população, formar enfermeiros e enfermeiras para a poderem ajudar e atenderem os utentes com casos menos complicados, enquanto ela estivesse a tratar de doentes com exigências de mais conhecimentos

Em Luanda desesperava-se por notícias, já sabiam que raramente tinham notícias, da Metrópole, mais de uma vez por ano, quando as naus, com destino à Índia, aportavam em Luanda, para deixarem e apanharem passageiros, entregarem o correio, mercadorias, fazerem pequenas reparações, reabastecer as naus, para continuarem a viagem

A Rosinha esteve muito doente, receou não conseguir resistir até o neto chegar, queria tanto conhecê-lo, voltar a ver a Marina e o Roberto, não queria morrer sem os ver em Luanda, felizmente melhorara, encheu-se de coragem e foi visitar o compadre, queria saber se tinha notícias, para quando é que ele previa a chegada dos barcos vindos da Metrópole

Ele, para a animar disse-lhe que o tempo passava depressa, que em breve teriam os filhos e o neto com eles, seria um dia muito feliz, para toda a família, todos ficariam encantados com o Afonso

Até ela ficou como que rejuvenescida, o compadre tinha conseguido convencê-la de que ainda ia viver muito tempo, que iria ver crescer os netos, o que fez com que ela voltasse para casa muito feliz e confiante na sua longevidade

No dia seguinte, quando chegou à cooperativa, todos notaram que estava diferente, tentaram saber a razão, disse-lhes que tinha feito uma visita ao compadre e que tinha gostado do que ele lhe tinha dito.

Continua

 

31
Out24

O Império

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O Império  -  As teias que o Império teceu

85

Quando a Mité e o Leopoldo lhe disseram que ia ter mais outro neto ou uma neta, os olhos do Governador incendiaram-se de um brilho, que a filha nunca tinha visto, a tristeza que o perseguia tinha desaparecido, para ela tinha acabado de nascer uma nova era, e a confirmação veio pouco depois, quando o pai lhes disse que queria uma grande festa, para comemorar o nascimento do bebé deles

Quando as irmãs souberam das novidades ficaram muito contentes, saltaram, dizendo que já era tempo de acabar com o luto naquele palácio, sempre fechado, sem vida, e elas, quase como freiras, privadas de contatar com pessoas da idade delas, a não ser com as empregadas e os empregados

Começaram logo a engendrar planos: era preciso convidar gente de todas as idades, mas mais rapazes da idade delas, para ver se conseguiam arranjar pretendentes e continuar a dar muitas alegrias ao pai 

As quatro solteironas estavam muito agradecidas à Mité por ter conseguido abrir o palácio, quando se juntou ao Leopoldo, ao contrário do que aconteceu com Marina e Roberto, que foram para a Metrópole estudar, não causando nenhuma alteração no comportamento do pai, que continuava a cumprir um luto carregado, depois de tantos anos da morte da mãe delas

Com o nascimento do bebé da Mité e do Leopoldo tudo iria mudar, como se vira, aquando do anúncio da gravidez, que fez o pai dizer que queria uma grande festa, para comemorar o nascimento do novo membro da família

Ainda faltavam uns meses, e isso é que seria mais difícil de suportar, quando não estamos à espera do acontecimento não medimos o tempo, mas se queremos muito que o acontecimento, esperado, chegue, as horas, os dias, os meses passam mais devagar, e essa espera, por vezes, desespera

O Governador foi dar a boa nova à comadre, a Rosinha, encontrou-a na cooperativa, onde passava a maior parte do seu tempo, transmitindo os seus conhecimentos aos mais novos

Quando o viu entrar, ficou muito contente, eram bons amigos, sempre que a visitava, era para lhe trazer notícias do filho, da nora e do neto

Mas, desta vez não havia notícias de Coimbra, mas não deixaram de se interrogar como estariam a Marina, o Roberto e o Afonso, sem resposta, confortava-os o facto de, pelas contas deles, já não faltar muito para os verem

Sem conseguir guardar por mais tempo o motivo da visita, disse-lhe que a filha mais velha estava grávida, a comadre ficou muito contente e deu-lhe os parabéns, acrescentando que quando as outras quatro casassem, ficaria com a casa cheia de netas e netos.

Continua

 

 

25
Abr24

O Império

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O Império – As teias que o Império teceu

 

57

A união faz a força, foi essa força que fez com que a cooperativa tenha contribuído para melhorar a vida de todos os cooperantes

Cada vez produziam mais, produção que estava sempre vendida, porque a procura era superior à produção, fazendo com que continuassem a desmatar mais terreno, para aumentar a produção

Era com entusiasmo que todos, novos e velhos, se dedicavam ao trabalho, sentiam uma enorme alegria ao verem as suas sementeiras a nascerem, crescerem, colherem os produtos de que alimentavam era uma sensação indescritível

Com o aumento da produção e o funcionamento da cooperativa, as famílias passaram a ter sempre que comer, deixaram de estar abandonadas à sua sorte, imperava a solidariedade, não sendo permitido o açambarcamento, porque enquanto houvesse, era dividido criteriosamente e proporcionalmente às necessidades de cada família

A Rosinha e o Januário estavam muito orgulhosos de toda aquela família, que constituía a cooperativa, por acreditarem que a sua obra continuaria pelos séculos fora

Seria muito importante, que continuasse, para melhorar a vida de muita gente, que tanta alegria estava a proporcionar àquelas mulheres e homens, jovens e velhos, que tanto se orgulhavam daquele trabalho, honesto e produtivo, arrancando da terra os seus alimentos

A Rosinha, desde a criação da creche, que ela, sempre que tem tempo, ajuda na creche:  fala com as jovens mães, dá-lhes algumas dicas, como cuidarem dos bebés

Contava a sua experiência, como mãe e avó, tenta desdramatizar o papel da mãe e do pai, dizendo que ser pai e ser mãe aprende-se ao longo da vida, e nunca se sabe tudo

As jovens contavam com ela para desabafarem, revelando-lhe as suas dúvidas, alegrias, medos, a todas dava atenção, tentando convencê-las das suas muitas competências, para serem mulheres e mães

O Januário, cada vez, tinha mais dificuldade em andar, tinha receio de ficar acamado, todos os dias fazia muito esforço para fazer uma caminhada, gostava de ir ver as lavras, ver como estavam as plantações, falar com quem andava a tratar delas, lembrar o tempo em que esse era o seu trabalho

Não gostava de ir sozinho, gostava muito da companhia da neta, a Milene, acompanhava a Rosinha, quando ela ia para a creche, sempre, com o fim de conseguir que a neta, depois, fosse com ele

Nem sempre o conseguia, mas muitos dias ela foi a sua companhia, gostava de ir ver os pais e as outras pessoas, que com eles trabalhavam nas lavras

Para o avô, era como se fosse uma borboleta, sempre a saltar e correr, e ele a querer que lhe desse a mão, com medo que caísse e se magoasse

Nos dias em que tinha a sua companhia, esquecia-se das dores, o tempo passava a correr, as lavras tinham outro encanto, aquela borboleta, como ele dizia, a correr, ao longo das plantações, a falar com os pais e todos os que lhe dessem atenção, parecia uma  estrela cintilante, da qual não conseguia desviar o olhar

No regresso, quando chegavam a casa, a avó beijava-a e mimava-a muito, como se estivesse a agradecer-lhe por ter feito companhia ao avô, e ela percebia que eles ficavam muito contentes, com a sua companhia. 

 

Continua

 

 

11
Abr24

O Império

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O Império – As teias que o Império teceu

 

55  

Em 1761, no reinado de D. José I, foi proibida a importação de escravos em Portugal Continental e na Índia, não por razões humanitárias, mas por ser mão-de-obra necessária no Brasil

Ao mesmo tempo foi estimulado o comércio de escravos negros para aquela colónia, foram fundadas, com o apoio e envolvimento direto do Marquês de Pombal, duas companhias: a Companhia do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, cuja atividade principal era o tráfico de escravos, na maioria  africanos, para terras brasileiras

Na lista de acionistas contavam-se, além do Marquês, muitos nobres e clérigos

Entre 1757 e 1777, foram importados 25.360 escravos negros, para o Pará e Maranhão, vindos dos portos africanos

As medidas protecionistas, adotados por Portugal, afastaram os negociantes brasileiros para outros portos menos controlados

Os comandantes da marinha portuguesa receberam ordens para apreenderem os navios negreiros, tendo sido premiados, pelo Reino de Portugal, pelas apreensões

Em 1840, cessou o tráfego através do porto de Luanda

A escravização de populações africanas começou a perder folgo, no início do XIX, quando ingleses e franceses abandonaram o tráfico e começaram a pressão para a sua extinção  

Passaram a afundar os navios negreiros, que cruzavam o Atlântico, as fazendas, que produziam café, no sudeste do Brasil, ainda usavam mão-de-obra escrava proveniente de África, ou descendentes de escravos africanos

Implementada a creche, as cooperantes sentiram a necessidade de um refetório, uma cozinha: um sítio onde pudessem cozinhar e comer as refeições, dar de comer aos filhos, à medida que iam deixando de ser amamentados

Outras acrescentaram que deviam, também, ter uma loja para venderem os seus produtos

Umas queriam fazer tudo de seguida, para outras, estavam a andar muito depressa, era preciso ir mais de vagar, fazer uma coisa de cada vez

Numa próxima assembleia geral, tinham de decidir, saber o que queria a maioria, para que a cooperativa continuasse a funcionar com o apoio de todas.

 

Continua

 

 

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