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cheia

cheia

12
Jan23

A sedutora

cheia

Lisboa! A sedutora

12

Três homens solteiros, num primeiro andar: o patrão, o irmão e o empregado

Uma casa forrada com peças de cairo, só a casa de banho não tinha matéria-prima para fazer os tapetes

Era uma casa pequena: um quarto, cozinha, casa de banho, sala e uma salinha muito pequena

Os empregados dormiam na sala, no local onde trabalhavam de dia

À noite, no cetro da sala, único espaço disponível, cada um fazia a sua cama, o soalho e uma peça de cairo faziam de colchão

Com o novo contrato, verbal, ganhava mais dez escudos: 200 escudos, por mês, oito horas de trabalho, descansava ao domingo, com a possibilidade de fazer horas extraordinárias, pagas à peça

Com moldes em papel, dois para cada modelo, um para a frente outro para trás, marcavam os cortes a fazer, para que assentassem bem e os pedais ficassem livres

Todos os cortes tinham de ser costurados com uma agulha, um pouco maior que uma sovela de sapateiro, com um buraco na ponta, para que o tecido não se desfiasse

Para além de fazer os tapetes, ia aos Bancos, entregar tapetes nos standes, de transportes públicos ou de táxi, dependendo da urgência ou da quantidade, e ainda despachar encomendas, para todo o país, por caminho-de-ferro, em alta ou pequena velocidade

As estações de caminho-de-ferro tinham um armazém onde guardavam as mercadorias recebidas ou para expedição, ainda era rara a entrega de porta a porta

Também chegou a ser incumbido de ir tirar moldes de modelos que não tinham, um trabalho delicado, porque o papel assentava melhor que o tapete, por isso era preciso saber compensar as diferenças, para que o fato assentasse bem

O patrão passava muitos dias, percorrendo o país, de comboio, visitando standes de automóveis, para angariar novos clientes

 

Em Tondela, travou conhecimento com uma rapariga que, como muitas outras, por este país fora, sem trabalho nem expectativas de vida, aguardava, na casa dos pais, por um príncipe, que um dia a desencantasse

Como bom vendedor, disse à rapariga que tinha mundos e fundos, e ela acreditou, namoraram uns meses e casaram

Depois de casados e da lua-de-mel, quando a trouxe para Lisboa, e lhe apresentou o palacete para onde ia viver, a rapariga ia desmaiando

 

  Triste, mas sem queixumes enfrentou a realidade, arregaçou as mangas e lutou ao lado dele

Tiveram duas meninas

Passados alguns anos, quando os tapetes de cairo, para automóveis, caíram em desuso, e apareceram outros materiais, era ela que, com uma máquina de costura industrial, fazia os tapetes

No primeiro carnaval, que  passou em Lisboa, mascaram-se: ela e o empregado trocaram as roupas, fizeram uma cegada, fazendo com as tristezas fossem esquecidas, mesmo que por pouco tempo.

 

Continua

 

 

 

 

17
Mai19

Rosas

cheia

Rosas de Maio

Nas asas da Natureza

Vejo toda a tua beleza

Lábios de rubro veludo

Como as Rosas de Maio

Todas as manhãs sigo os teus passos

Todos os dias vou no teu encalço

Para saborear o teu perfume

Que armazeno na memória

Para desfrutar dele a qualquer hora

Mas, tu não olhas para ninguém

Não tiras os olhos do telemóvel

Do eBook, onde lês os romances

E, andamos assim há anos!

E, tu sem saberes que vivo para te ver

Mas tu não tiras os olhos dos romances!

Nem sequer, para a cor, lhes ver

Hoje, ninguém tem tempo de olhar para o próximo

Absortos no seu mundo, de fones nos ouvidos

Dedos e olhos pregados nos telemóveis

Passamos todos os dias, quase uma hora

Lado a lado, no comboio, mas nem uma palavra!

Antigamente, conseguíamos entabular um diálogo

Nem que fosse a falar do tempo

Depois, todos os dias desabafávamos sobre a vida

Emprestávamos livros uns aos outros

Jogávamos às cartas

Agora nem os bons dias, damos uns aos outros

Como faço, para te dizer, que sem ti não passo?

José Silva Costa

 

 

 

 

Rosas de Maio

Nas asas da Natureza

Vejo toda a tua beleza

Lábios de rubro veludo

Como as Rosas de Maio

Todas as manhãs sigo os teus passos

Todos os dias vou no teu encalço

Para saborear o teu perfume

Que armazeno na memória

Para desfrutar dele a qualquer hora

Mas, tu não olhas para ninguém

Quanto mais para mim!

Não tiras os olhos do telemóvel

Do eBook, onde lês os romances

E, andamos assim há anos!

E, tu sem saberes que vivo para te ver

Mas tu não tiras os olhos dos romances!

Nem sequer, para a cor, lhes ver

Hoje, ninguém tem tempo de olhar para o próximo

Absortos no seu mundo, de fones nos ouvidos

Dedos e olhos pregados nos telemóveis

Passamos todos os dias, quase uma hora

Lado a lado, no comboio, mas nem uma palavra!

Antigamente, conseguíamos entabular um diálogo

Nem que fosse a falar do tempo

Depois, todos os dias desabafávamos sobre a vida

Emprestávamos livros uns aos outros

Jogávamos às cartas

Agora nem os bons dias, damos uns aos outros

Como faço, para te dizer, que sem ti não passo?

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rosas de Maio

Nas asas da Natureza

Vejo toda a tua beleza

Lábios de rubro veludo

Como as Rosas de Maio

Todas as manhãs sigo os teus passos

Todos os dias vou no teu encalço

Para saborear o teu perfume

Que armazeno na memória

Para desfrutar dele a qualquer hora

Mas, tu não olhas para ninguém

Quanto mais para mim!

Não tiras os olhos do telemóvel

Do eBook, onde lês os romances

E, andamos assim há anos!

E, tu sem saberes que vivo para te ver

Mas tu não tiras os olhos dos romances!

Nem sequer, para a cor, lhes ver

Hoje, ninguém tem tempo de olhar para o próximo

Absortos no seu mundo, de fones nos ouvidos

Dedos e olhos pregados nos telemóveis

Passamos todos os dias, quase uma hora

Lado a lado, no comboio, mas nem uma palavra!

Antigamente, conseguíamos entabular um diálogo

Nem que fosse a falar do tempo

Depois, todos os dias desabafávamos sobre a vida

Emprestávamos livros uns aos outros

Jogávamos às cartas

Agora nem os bons dias, damos uns aos outros

Como faço, para te dizer, que sem ti não passo?

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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