Ventos azuis!
Ventos azuis!
Ventos azuis sopram do firmamento
Setembro é um bom momento
Para apreciar o sol em movimento
As rosas perfumam o encantamento
Nas ruas há pessoas a viverem ao relento
Ninguém sabe disso no Parlamento
Foi uma grande prioridade, mas foi um pequeno arrebatamento
Depois, o promotor deixou-a cair no esquecimento
Foi como quem olhou para um catavento
É preciso não embandeirar em arco e estar atento
As promessas leva-as o vento
Prometem tudo para conseguirem um assento
Escondem-se atrás de um argumento
Cada vez há mais a viverem à sombra do Orçamento
Ganhar a vida é tão violento!
Tanto trabalho para tão pouco sustento
Uma perfumada flor pode-nos causar algum deslumbramento
Mas, mal murche cai no esquecimento
Noites lisas como quem vive num convento
Onde não entra o entendimento
Tudo é um imenso regulamento
Que não deixa ver a lua, nem escutar, do coração, o batimento
Um pequeno alívio para um grande sofrimento
Mais-valia nunca ter entrado em tal evento
O tempo é o melhor ensinamento
Não há nada que pague a liberdade de pensamento.
José Silva Costa