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cheia

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11
Mai23

O Império

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O Império - As teias que o Império teceu

8

Assim que o sol os voltou a iluminar, ele apertou-a nos braços, beijou-a, acariciou-a, tentando que ela percebesse que não lhe faria mal

Mas um dos grandes problemas era entenderem o que cada um dizia, recorriam aos gestos, que, também, não resolviam o problema, ainda que ajudassem, só o tempo ajudaria a que cada um aprendesse a língua um do outro

Não sabia o seu nome, batizou-a de Rosinha, era a sua Rosinha, que parecia mais calma, talvez já tivesse acreditado que ele não lhe queria fazer mal

Estavam cheios de fome, comeram os búzios, que ela tinha apanhado no dia anterior, que ela teria vendido, caso não tivesse sido raptada

Vendo que ele não a deixava voltar para junto da mãe e das irmãs, os irmãos e o pai tinham sido levados como escravos, encaminhou-se para um terreno com muitas árvores, conseguiu que ele percebesse que ia à procura de comida

Apanharam mangas, bananas e mandioca, no meio de toda aquela azáfama, em que ele parecia estar completamente perdido, por estar cansado, não ter dormido e estar sob uma grande pressão, com medo que aparecesse algum animal, que lhes fizesse mal, encontraram um grande embondeiro, cujo tronco, tinha uma grande cavidade onde podiam dormir

Comeram umas frutas, estavam muito cansados, na noite anterior não tinham dormido nada, para além de estarem, ambos, sob grande tensão, nervosismo e medo

Aquele tronco seria dali em diante a sua casa, enquanto não tivessem outra melhor

O Januário sabia que já não aguentava outra noite sem dormir, mas tinha medo que a sua Rosinha aproveitasse para fugir

Depois de estarem deitados lado a lado, o Januário, que já tinha tirado o cinto, passou-o por uma perna dela e outra dele, para que ela não fugisse

Foi uma noite muito tranquila, como estavam exaustos dormiram toda a noite e acordaram com muito boa disposição

O Januário achava que ela estava conformada, que não queria fugir, dava sinais de gostar da companhia dele

A maior dificuldade era não conseguirem dizer um ao outro o que queriam, tanto um como o outro desesperava por não se conseguirem entender, depois de muitos gestos e muito cansaço desistiam, já se conseguiam entender no que dizia respeito a comer, procurar comer e água

Ele já notava que os olhos dela brilhavam quando a beijava, a apertava contra ele, lhe afagava   os cabelos

Tanto que ela gostava de lhe fazer compreender que queria ir dizer à mãe e às irmãs que estava bem, que estava muito contente por ele a tratar tão bem e lhe dar sempre as frutas maiores, as mais maduras, que a tratava como uma princesa.

Continua

09
Mar23

A sedutora

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Lisboa! A sedutora

20

 

Estavas, Linda Inês, posta em sossego,

De teus anos colhendo doce fruito

Naquele engano da alma, ledo e cego,

Que a Fortuna não deixa durar muito,

Nos saudosos campos do Mondego,

De teus fermosos olhos nunca enxuito,

Aos montes ensinando e às ervinhas

O nome que no peito escrito tinhas. ( canto III, estrofe 120 de os Lusíadas)

 

Era a declamar estes versos, que ele os acordava

E, ficavam tão empolgados, que depois de saírem da aula, ainda iam para o Granada, um café ao lado da Escola, declamar mais versos

Os bons professores sabem como acordar, entusiasmar, interessar, motivar os alunos

Mesmo com os bons professores, não foi possível fazer o segundo ciclo liceal num ano (terceiro, quarto e quinto anos)

Candidatou-se a exame, mas reprovou. Para o ano escolar seguinte voltou a matricular-se, mas já não concluiu o ano letivo, foi chamado para cumprir o serviço militar obrigatório.

A esposa voltou para a casa dos pais, e não queria voltar a viver em Lisboa

Na terceira semana da recruta, num exercício, rachou o calcanhar direito

No fim desse ano nasceu a filha mais velha, no dia do seu primeiro mês, não a pode ver, fez-lhe os primeiros versos

Esteve cerca de um ano no depósito de indisponíveis, na Graça, em Lisboa

Foi presente a uma junta médica, que o declarou apto para todo o serviço militar

Voltou outra vez para as Caldas da Rainha, para fazer a recruta, como instruendo do curso de sargentos milicianos

  Acabada a recruta, foi colocado na Escola Pratica de Cavalaria, em Santarém, onde concluiu o curso de sargentos miliciano, tendo sido graduado no posto de primeiro-cabo miliciano

Em Janeiro de 1969, foi colocado em Lisboa, no Regimento de Cavalaria nº7, onde deu instrução aos soldados, que foram com ele para Angola.

Foi obrigado a recensear-se, havia eleições Presidenciais, quando se realizaram já estava em Angola, e como não teve oportunidade de votar, talvez alguém tenha votado por ele

Calçada da Ajuda acima e abaixo, até Monsanto, onde eram treinadas as táticas de guerra, no Regimento de Lanceiros, 2 tinham à sua disposição uma pista de obstáculos, para se prepararem, para o que em Angola os esperava. Fizeram tiro com balas reais na Serra da Carregueira

Os derradeiros preparativos foram efetuados na Fonte da Telha e na Serra da Arrábida

Em Setúbal, bonita princesa do Sado, na sua avenida Luísa Todi, desfilaram, para que todos se despedissem dos jovens, e vissem como estavam saudáveis, forçados a irem para mais uma guerra sem sentido, como são todas as guerras

As pessoas aglomeram-se nos passeios, para dizerem adeus e desejarem boa sorte, às duas centenas de homens, que nunca mais voltariam a ver, todos, porque a alguns esperava-os a má sorte

Nas vésperas do dia de embarque, foi graduado no posto de furriel miliciano, o que fez com que a esposa recebesse quase 2.800 escudos, referentes aos dois terços do seu vencimento, o máximo que podia ser recebido na Metrópole

Juntaram quase 100.000 escudos, que serviram para remodelar a casinha de 50 m2, que não tinha casa de banho, nem água canalizada, nem eletricidade

A ligação da eletricidade, do exterior ao interior da casa, foi paga com os últimos 7.000 escudos, que recebeu como militar

Valeu a pena ter estudado, vale sempre a pena estudar, mais que não seja, para de outro modo, o mundo apreciar

Em Angola teve um aumento de vencimento, a que só os sargentos e oficias tiveram direito, uma vergonha revoltante, que só poderia ter acontecido num regime ditatorial

Os soldados, com toda a razão, ficaram revoltados, chegando a dizer aos graduados que fossem sozinhos para o mato, mas ninguém corrigiu a injustiça

 Perdeu o Tejo, Lisboa, a Serra de Sintra: tudo, o Atlântico era a nova morada  

Ia fazer 24 anos, fez em Angola os 24, 25 e 26 anos. A tropa roubou-lhe 4 anos de convívio com a família. Felizmente, não lhe roubou a vida, o que aconteceu a muitos

Uma guerra que poderia ter sido evitada, como acontece com todas as guerras, que só servem para causar destruição, dor e morte.

Continua

 

21
Dez21

Renovação

cheia

Renovação

 

Renovei o Cartão de Cidadão, sem sair de casa

Sessenta dias antes de terminar a validade, enviaram-me uma SMS, dizendo que me iam enviar uma carta, onde constariam os códigos, que se devem guardar durante a validade do cartão

A importância a pagar e os dados para o pagamento, no Multibanco

Poucos dias depois do pagamento, o Carteiro entregou-me o novo Cartão, tendo, apenas, de lhe dizer o número do Cartão, que tem uma duração o dobro do outro: 10 anos

As novas tecnologias ao serviço das pessoas: evitei fazer 25 Km, cada deslocação à sede de Concelho, poupei tempo, dinheiro e, ainda, contribui para uma menor pegada ecológica

Assim, não precisamos de nos preocupar com a validade do Cartão de Cidadão, porque seremos avisados com sessenta dias de antecedência

Também já tratei da renovação, Online, das nossas cartas de condução: minha e da minha mulher

Cada vez mais, os Serviços públicos têm de se desburocratizar, substituindo o papel pelo digital

E, para os cerca de dois milhões, que não têm uma morada digital, nas Juntas de Freguesia tem de ser criado um Balcão do Cidadão, onde essas pessoas possam tratar de tudo o que diga respeito aos Serviços Públicos

Não é admissível que continuemos a ver pessoas a dormirem ou em filas intermináveis à porta das Repartições Públicas

Temos de aproveitar e bem, tudo o que a ciência nos dá, incluindo a inteligência artificial

Exijamos aos Governantes, que todas essas ferramentas sejam colocadas ao serviço das pessoas, permitindo reduzir os horários de trabalho, para que tenhamos tempo para a família e lazer, em vez de encherem os bolsos dos donos das grandes empresas tecnológicas.

Não é a tecnologia, que nos rouba os postos de trabalho, é o uso que fazem dela!

 

José Silva Costa

 

  

 

  

 

 

 

 

 

 

29
Out21

Renovação

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Cartão de Cidadão

 

A renovação por SMS do Cartão de Cidadão foi descontinuada e substituída pela renovação automática com entrega do cartão em casa. 

As pessoas com 25 anos ou mais, que tenham o Cartão de Cidadão caducado ou quase a caducar, já podem renovar o cartão sem sair de casa.

Quem tem o Cartão de Cidadão caducado, ou a caducar, vai receber em casa a carta PIN da renovação automática sem alteração de dados. 

carta PIN contém os códigos do cartão e uma referência Multibanco válida durante 60 dias. Depois de fazer o pagamento, o seu cartão é enviado para casa por correio registado.

 

Renovação automática do Cartão de Cidadão com entrega em casa

 

Quem pode renovar

Qualquer pessoa com 25 anos ou mais pode fazer a renovação automática do Cartão de Cidadão, desde que: 

  • o seu Cartão de Cidadão esteja caducado, ou a caducar dentro de 60 dias, e ainda não tenha pedido a renovação por outra via (online ou presencial)
  • na última renovação tenha atualizado os dados biométricos (fotografia e impressões digitais)
  • não esteja abrangido pelo regime do maior acompanhado
  • tenha nacionalidade portuguesa e resida em Portugal.

 

Recebeu duas cartas PIN?

Pode acontecer receber duas cartas PIN se reunir as condições para a renovação automática, mas já tiver feito a renovação por outra via (online ou presencial). Nesta situação deve manter apenas a carta PIN da renovação do Cartão de Cidadão (sem referência MB), uma vez que o cartão já se encontra pago e emitido, ignorando a carta da renovação automática.

 

Não é elegível para a renovação automática do Cartão de Cidadão:

 

 

Como pode renovar

Cartão de Cidadão caducado

Se o seu Cartão de Cidadão está caducado e ainda não pediu a renovação, o IRN vai enviar-lhe a carta PIN para fazer a renovação automática, sem alteração de dados.

 

Cartão de Cidadão a caducar

Se o seu Cartão de Cidadão caducar a partir de junho de 2021, o IRN vai enviar-lhe a carta PIN para fazer a renovação automática, sem alteração de dados.

A carta PIN é enviada por correio quando faltarem 60 dias para o fim da data de validade do cartão. Por exemplo, se o seu Cartão de Cidadão expirar no dia 15 de dezembro, a carta PIN é enviada a 15 de outubro e, em cerca de cinco dias úteis, deve chegar à sua morada.

Caso o seu cartão tenha caducado e não tiver recebido a carta PIN da renovação automática, pode pedir uma 2.ª via por telefone, através da Linha Cartão de Cidadão (+351) 210 990 111.

 Se tiver o número de telemóvel associado ao Cartão de Cidadão é notificado por SMS

Vai receber um SMS de CCIDADÃO a avisar que o seu Cartão de Cidadão expirou, ou vai expirar, e que vai ser enviada para a sua morada a carta PIN que lhe permite fazer a renovação automática. 

Caso não tenha o número de telemóvel associado ao Cartão de Cidadão, não será notificado, mas recebe à mesma a carta PIN por correio.

 

Pode pagar a renovação automática do seu Cartão de Cidadão no Multibanco ou em casa

A carta PIN da renovação automática contém uma referência Multibanco com validade de 60 dias. Pode fazer o pagamento no Multibanco ou em casa, através do seu homebanking, na opção Pagamento de serviços.

  • entidade 21898 (Instituto Registos Notariado, IP) 
  • referência MB que consta na carta PIN
  • valor 16,20 euros.

Depois de fazer o pagamento, o cartão é emitido e enviado para a sua morada por correio registado.

Se tiver o número de telemóvel associado ao Cartão de Cidadão, vai receber um SMS de CCIDADÃO a confirmar o pagamento e o envio do Cartão de Cidadão para a morada de casa por correio registado.

Se não fizer o pagamento dentro do prazo de 60 dias, o cartão não é emitido e vai ter de o renovar online ou presencialmente

Caso não pretenda fazer a renovação automática do seu Cartão de Cidadão, basta não fazer o pagamento. Pode optar por renovar online ou presencialmente.

 

O Cartão de Cidadão é enviado para a morada de casa e apenas pode ser entregue ao titular

A entrega do Cartão de Cidadão em casa é feita apenas ao titular do cartão. No momento da entrega, apresente:

  • a carta PIN, necessária para o funcionário dos CTT fazer a leitura do código QR que se encontra no exterior da carta
  • um documento oficial com fotografia (Cartão de Cidadão, mesmo se estiver caducado, passaporte ou carta de condução), necessário para a confirmação presencial da identidade.

No dia anterior à entrega (se tiver o número de telemóvel no sistema) vai receber um SMS dos CTT com o número de objeto postal, que permite seguir ou alterar a entrega.

Se não estiver em casa no horário da entrega, os CTT deixam-lhe na sua caixa de correio o aviso para que possa levantar o seu Cartão de Cidadão numa loja CTT. 

Com o aviso dos CTT  pode:

  • reagendar um novo pedido de entrega, numa data posterior, para a mesma morada
  • pedir o reencaminhamento para uma nova morada
  • pedir o reencaminhamento para levantar numa Loja CTT.

Onde renovar

Pode renovar o Cartão de Cidadão sem sair de casa.

O Cartão de Cidadão renovado automaticamente é enviado para a sua morada, mas apenas pode ser entregue a si. Se não estiver em casa, pode levantar o cartão numa loja CTT no prazo indicado no aviso de entrega.

No momento da entrega pelos CTT, seja em casa ou na loja CTT, vai ter de apresentar:

  • a carta PIN, necessária para o funcionário dos CTT fazer a leitura do código QR que se encontra no exterior da carta
  • um documento oficial com fotografia (Cartão de Cidadão, mesmo se estiver caducado, passaporte ou carta de condução), necessário para a confirmação presencial da identidade.

Se o cartão não for entregue pelos CTT, será enviado para o balcão do IRN mencionado na carta PIN, podendo agendar o levantamento para esse balcão.

Se precisar de usar os certificados digitais de autenticação e assinatura digital do Cartão de Cidadão pode agendar a sua ativação num balcão do IRN. Tem ao seu dispor o agendamento online ou por telefone, através da Linha Cartão de Cidadão  (+351) 210 990 111, ou dos contactos dos balcões.

 

Quanto custa

A renovação automática do Cartão de Cidadão com entrega em casa custa 16,20 euros.

A referência Multibanco da carta PIN tem validade de 60 dias. Antes de fazer o pagamento, confirme neste formulário os dados da referência MB da sua carta PIN.

Alterar a morada de entrega tem custos. Consulte as condições do serviço no site dos CTT.

Organismo responsável

Instituto dos Registos e do Notariado

Linha Cartão de Cidadão (+351) 210 990 111

 

Fonte: https://justica.gov.pt/servicos/Renovar-online-o-Cartao-de-Cidadao

01
Mai21

Dia do trabalhador

cheia

Dia do trabalhador

 

Tantas lutas ao longo dos séculos

Tantos trabalhadores explorados

Nas dores, desesperados!

De dias sem horários

Como se fossem trabalhos forçados

Nas duras lutas, por tralho digno

Contra o capital, que quer, sempre, mais dividendos

Uma luta, em que os trabalhadores são mais, mas valem menos

Pressionados por quem tem o poder de lhes dar ou tirar o comer

Muitas vezes têm de aceitar trabalhar em indignas condições

Muito trabalhando, para não morrerem de fome

Alguns dos que constroem as casas, não têm direito a casa

Enquanto outros têm mais que uma!

Um eterno problema, sem emenda

Em que os mais fortes exploram os mais fracos

Sejam pessoas ou países

A ganancia não tem limites

Todos queremos acumular riqueza

Seja ou não à custa da tristeza

Por que não reduz a pobreza?

Enquanto não recusarmos o barato

 Que foi fabricado pelo explorado

E, o ambiente não foi respeitado

Não poderemos viver com agrado.

 

José Silva Costa

 

 

04
Fev21

Vidas (8)

cheia

Continuação (8)

A terceira classe, terceira professora, três professoras em três anos! Na terceira classe havia exame para passar para a quarta classe. No seguimento das anteriores, esta professora, também queria que os seus alunos fizessem boa figura.

Numa tarde, depois de entrarem, após o intervalo para o almoço, a professora apercebeu-se que estava a cair neve, foi à rua certificar-se do que estava a ver, correu para a sala de aulas, dizendo : “agarrem nas vossas coisas e corram para casa. Não se entretenham a brincar com a neve, porque está a nevar muito, o que pode provocar muita dificuldade para chegarem a casa”

No dia seguinte estava tudo branquinho: telhados, campos, o que fez com que Francisco tivesse de ir cortar uns ramos de oliveira, para a cabra comer. Estávamos em 1954, o ano em o país ficou pintado de branco de alto-a-baixo  

Pouco antes do ano escolar acabar, a professora foi incumbida de fazer uma lista dos alunos mais pobres, para irem uma semana de férias, para a beira-mar, junto a uma praia

A professora disse-lhe que o nome dele fazia parte da lista. Dias depois, informou-o de que o seu nome tinha sido riscado, pelo Regedor, por o pai não apoiar o Salazar

José ficou muito revoltado, já sonhava com o mar, as brincadeiras com os colegas e com a praia. Parece que para os pais não foi grande surpresa, mas não deixaram de mostrar a sua indignação!

Francisco, não falava de política! Mas, ao contrário de outros pais, não tirava o filho da escola, para ir guardar as bestas, dos Senhores, quando começava aceifa

Dizia que ali ninguém passava da cepa torta. Por isso, tudo faria para que os seus filhos fossem para lisboa

Quando o ano escolar estava a terminar, foram a São Miguel do Pinheiro, para fazerem o exame da passagem para a quarta classe. Acabaram o exame e saíram, uma rapariga mais velha que ele, de quem gostava muito, e ela dele, correu para ele, dizendo que não tinha feito os problemas, estava tão nervosa que se esqueceu de tudo. Ele tentava acalmá-la, quando surgiu o pai dela 

Leu-o lhe a sentença:” não voltas para a Escola, estás uma mulher, vais trabalhar.” Ela, lavada em lágrimas, pediu-lhe que a deixasse ir mais um ano, queria, pelo menos, fazer a terceira classe, mas ele estava irredutível, agarrou-lhe na mão e seguiram para casa, nem tiveram tempo de se despedirem! José ficou com os olhos pregados nela, até deixar de os ver, nunca mais se viram!

Agradeceu ao pai, mentalmente, por ele ser diferente e dizer sempre que os estudos eram o mais importante para os seus filhos

No início do último ano escolar, regressou a professora do segundo ano, a Senhora da telefonia sem fios. Já a conheciam, sabiam que iria ser muito exigente com os três, que chegaram à quarta classe: dois rapazes e uma rapariga. Dos que entraram no início da Escola, só dois chegaram à quarta classe. A rapariga viera de outra Escola, depois de ter feito os dois primeiros anos

Nos dois últimos meses, a professora deu-lhes aulas aos sábados e domingos, queria que estivessem bem preparados para o exame a realizar na sua Vila, onde todos a conheciam

 Num sábado, deixou-os na sala de aulas e saiu. Eles fizeram trinta por uma linha: escreveram no quadro, saltaram por cima das carteiras, partiram um tinteiro. Quando regressou e viu a sala de aulas naquele estado, deu-lhes doze palmadas em cada mão e mandou-os sair

José, que morava ao lado da Escola, entrou em casa a esfregar as mãos, sentou-se à mesa, mas não pegava no garfo, fazendo com que a mãe preguntasse o que tinha acontecido. Mas o José continuava sem querer dizer o que tinham feito.

Continua  

 

 

 

 

  

 

 

   

 

 

   

  

 

    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

15
Mar20

Gratidão

cheia

Gratidão

Como estou grato, por poder estar em casa descansado!

E, poder agradecer a todos os que, todos os dias, enfrentam este momento

Para que nada nos falte, para que o Mundo não pare

Põem em perigo a vida deles e dos seus, nas diversas profissões

Nos Hospitais, nas padarias, nas farmácias, nos supermercados, nas forças de segurança, na agricultura, nas fábricas, e nas restantes, essenciais à vida

Como todos eles gostariam de estar na minha situação!

É por isso, que quero demonstrar-lhes a minha grande admiração

Porque há muito quem honre a sua profissão

E isso estão a demonstrá-lo nesta ocasião

Em que todos temos a vida em suspensão

Estou-vos muito grato pela vossa dedicação

Fica, para depois, o aperto de mão.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

06
Mar20

Lágrimas

cheia

Dia Internacional da Mulher

 

Tantos séculos a sofrer

Este século veio-vos ver

A voz levantar

Contra quem fez de vós terra mole

Contra tanto uso e abuso

Como se fosse tudo normal

A mulher não ser companheira

Ser humilhada para subir na carreira

Calar a vida inteira

Abrir a boca era asneira

Porque ninguém lhe daria razão

Quando o que está em cima da mesa é o pão

Uma mãe faz das tripas coração 

Esfrega, com as lágrimas, o chão

Para que o amor não seja em vão

As mulheres engolem o afrontoso

Foi durante muito tempo muito doloroso

Felizmente, neste século, alguma coisa tem mudado

O seu testemunho já não é desacreditado

Instituições e individualidades têm sentido o resultado

Em todo o Mundo, os direitos das mulheres, têm avançado

Não está tudo conquistado

Longe disso, não podem esquecer o passado

Têm de continuar, todos os dias, a lutar

As mulheres! Para conseguirem o seu lugar

Sem violência! Antes ou depois do altar

Só o amor nos devia, a todos, acompanhar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

                

 

 

26
Abr19

Campanhas eleitorais

cheia

Esbanjar

Indiferentes aos vinte por cento de pobres, deficientes serviços públicos, baixos salários

Os partidos continuam surdos e mudos aos sinais dos tempos

Não aceitaram que os diferentes atos eleitorais se realizassem todos no mesmo dia!

Preferem meio ano de campanhas eleitorais, porque já produzimos demais!

Quanto se poderia poupar? Parece que temos muito, para esbanjar

Vão gastar cinco milhões, só para as europeias

Não admira que falte, para tantas coisas, também, muito importantes

Tornaram-se máquinas opressivas, que só veem e ouvem os que os apoiam

Quem discordar ou opinar é imediatamente insultado e expulso

No Governo e em algumas autarquias criaram centros de emprego

Primeiro para os familiares, para os outros só se sobrar.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

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