O Império
O Império - As teias que o Império teceu
35
Entretanto, a Miquelina já tinha dado à luz o Zacarias. O parto tinha corrido bem, dando muita alegria a toda a família, depois de terem esperado, tanto tempo, para que a Miquelina engravidasse
Todos ficaram muito felizes, com a chegada de mais um membro, para a família
O Ezequiel e a Miquelina estavam felicíssimos, bem como os primos do Zacarias, a Leopoldina e o Roberto
Os irmãos e as esposas estava desejosos de regressarem à capital, mas estavam muito preocupados com a segurança e a tenra idade do Zacarias, que teria de ser levado às cavalitas, devido à sua tenra idade
Longos dias e noites, muitos quilómetros percorridos, foram muitos os meses, para conseguirem voltar a Luanda
Dias que não pareciam ter fim, pernas que se recusavam a andar, fazendo com que todos tivessem de acampar, para que descansassem e recuperassem, de modo a conseguirem continuar a sua grande aventura
Quando parecia que já não aguentavam mais, que nunca conseguiriam alcançar o seu objetivo, avistaram a grande cidade, o que lhes deu força, para um último esforço, fazendo com que os pés chegassem, onde já tinham os olhos
Recebidos com muita alegria, todos eram bem-vindos, porque eram precisos braços para defenderem a cidade
Estavam exaustos, descansaram durante algumas horas, só depois foram dar uma volta pela cidade
Luanda estava diferente, os holandeses tinham transformado a cidade, em tão pouco tempo, muito tinha sido mudado
A casa deles estava ocupada, como era de esperar, não sabiam onde ficar, dirigiram-se para o palácio do Governador de Angola, onde os receberam muito bem e lhes deram todo o apoio, arranjando-lhes onde ficarem até organizarem as suas vidas
Quando o Governador soube da chegada dos dois casais, quis falar com eles, saber se queriam colaborar com ele, como tinham feito com o Governador do Forte de Massangano
Ficaram muito contentes e honrados, por terem visto reconhecido o seu trabalho, durante aqueles anos, e poderem continuar a fazê-lo, em Lunada, para reforçar a segurança da cidade
É sempre útil estar nas boas graças de quem governa, porque quem se aquece é quem está ao pé do lume
Para o Januário foi ainda melhor, por ter intenção de lhe pedir ajuda, para a sua grande missão de libertação dos irmãos e do pai da Rosinha
O Governador concordou com a sua missão e disse-lhe que no próximo carregamento de escravos, para o Brasil, podia fazer parte da tripulação
Dizendo-lhe que era uma missão quase impossível, mas se não a iniciasse, nunca saberia se era ou não possível concretizá-la
Para ajudá-lo escreveu uma carta, dirigida ao Governador do Brasil, solicitando-lhe que desse todo apoio ao Januário, para que este conseguisse encontrar os familiares.
Continua.