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cheia

cheia

18
Nov21

Mar

cheia

A ver o mar

 

Todos os dias vamos ver o mar

De manhã, bem cedo, antes do sol nascer

Gostamos de beber o ar do mar

É salgado, fresco, puro, azul

Enquanto caminhamos vamos contando os barcos

Que andam na pesca, junto à costa

Enquanto está escuro vêem-se, todos iluminados

Quando desligam as luzes são mais difíceis de se verem

Escondem-se entre as ondas: são do tamanho das cascas das nozes

Ao longe, na linha do horizonte, vêem-se uns maiores

Apesar da distância, nota-se que são gigantes

Ou são cargueiros, ou paquetes

Temos encontro marcado com dois coelhos, ou coelhas, ou um casal, não sabemos

Alimentam-se junto ao canavial, para poderem, mais facilmente, esconder-se

Não vá a águia, que também tem encontro marcado connosco, querer apanhá-los

Ela posiciona-se sobre o candeeiro da iluminação pública, por cima da lâmpada

Fica ali, uns bons minutos, a observar tudo à volta, na esperança de um bom pequeno-almoço

À espera que, naquele lusco-fusco, um rato, uma cobra, um coelho, saía da sua toca

Vai mudando de candeeiro, observando tudo à sua volta, até desaparecer em direção ao pinhal

Um dia ou outro não aparecem, nem dão justificação

O que faz com que fiquemos preocupados com a sua situação

Amanhã, vamos ver se voltarão.

 

José Silva costa

 

 

 

16
Ago21

A calma

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A calma

Ruas perfumadas, flores caiadas

No calor da cal branca das casas

O sol fica nas entradas

Enquanto os habitantes

Dormem a sexta acalorada

Na hora da sexta o sol queima o ar

Ninguém o consegue respirar

Os 45 graus centígrados queimam as cordas vocais

Os postigos, de castigo, ficam fechados

Até a calma passar

Só mais tarde voltam aos poiais

 Para porem as notícias em dia

Não há jornais nem telefonia

São os vendedores ambulantes, que as trazem

Frescas ou atrasadas, são com atenção escutadas

Todas as populações gostam de estar informadas

Na lonjura das estradas as notícias ficavam desgastadas

Mas, para quem não as conhecia, estavam, sempre, em dia

Nos tempos em que o mundo dormia

Não se vivia na agonia de ver desgraças todo o dia

As de mais longe nem se sabia

Tudo, a outra velocidade, corria

 Não, por todos, se sofria

Como, hoje, acontece.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

27
Ago20

A semente

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A semente

 

Nas asas do teu sonho, deito o meu olhar

Juntos estamos mais perto de voar

Nos teus braços sinto-me como no mar

No vai e vem das tuas ondas, quero-me deitar

Não deixes o nosso barco naufragar

Enquanto saboreio este instante, que quero perpetuar

Não podemos deixar que os nossos sonhos se afoguem no ar

Juntos vamos lutar para os concretizar

Nas nossas mãos temos o futuro e o presente

A esperança que há no teu olhar não o desmente

Juntos vamos fecundar uma semente

Que nos vai fazer sorrir diariamente

Vamos passar a viver em função da sua alegria

Vai-nos ocupar noite e dia

Tudo, na esperança de que um dia sorria

E, depois de muitos meses, calada, a ouvir, para aprender a falar

Acorde, solte a língua e diga: Mãe! Pai!

Palavras de apenas três letras que, de alegria, nos fazem chorar

Sentindo-nos compensados de todas as canseiras, de todas as noites mal dormidas

É uma sensação que só conseguimos sentir, quando somos pais.

 

José Silva Costa

 

 

 

28
Abr20

Nova era

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Namorar

A Natureza está florida e perfumada

Quase todos os dias tem sido regada

Fica, ainda, mais bonita, depois de ser lavada

É a minha, perfeita, namorada

Como não podemos namorar abraçados e aos beijinhos

Namoramos pela janela, como antigamente

Ela tenta surpreender-me, todos dias, com a sua beleza

Tento corresponder

E, ela, todos os dias, confirma que está muito agradada

Quando assomo à minha janela, vem fresca, alegre, endiabrada

Como que a alegrar-me o coração

Dizendo-me, que temos de olhar para ela com olhos de ver

Porque a natureza não pode mais sofrer

Queremos água limpa e ar puro

Mas não queremos abdicar de nenhum dos nossos exageros

Queremos continuar a, todos os dias, rodopiar, por todo o mundo

Queremos continuar a consumir, o mais que pudermos, incluindo produtos, que têm de viajar milhares de quilómetros

Queremos pegar no nosso brinquedo individual, de 2 toneladas, e acelerar nas autoestradas

Queremos passar férias em todos os paraísos do mundo

Queremos tudo, só não queremos poluição, nem ruído, nem turistas a mais, no nosso burgo

Aceitam-se soluções, para mudar o mundo, mantendo todas as nossas contradições

De preferência, que sejam os outros a mudar, e que a nós não nos toque nada

Hoje, dizem para ficarmos em casa

Para o mês que vem, dirão para não sairmos de casa sem máscara, para colocarmos a máscara antes de sair de casa

A máscara vai fazer parte da nossa indumentária

É mais uma parte do nosso corpo, que temos de nos habituar a tapar

Como fazemos quando vestimos cuecas, calças, camisa, calçamos meias e sapatos

Segundo uma cientista, que participou no programa, prós e contras da RTP1., os vírus só vivem nosso corpo. Temos de evitar a sua propagação, com o uso obrigatório de máscara

Na lista das compras não se esqueçam de incluir as máscaras

Mas não façam como fizeram com o papel higiénico

Vai haver máscaras para todos

Boas entradas na nova era

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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