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cheia

cheia

14
Nov22

As ruas

cheia

A minha rua

 

Em cada rua, cada casa tem dentro corações atentos

Na palpitação de quererem aproveitar os melhores momentos

Cada qual nutre-se dos melhores e encantadores sustentos

 Lá fora ninguém sabe o que se passa nos apartamentos

Nem todos os dias são longos, com discussões e cinzentos

Há dias em que brilha o vento, há beijos e abraços, há movimentos

Se as paredes falassem, poderiam contar como são celebrados esses eventos

A ternura, a delicadeza, a beleza para eternizar, do coração, todos os batimentos

As mãos entrelaçadas nos beijos das bocas queimadas pelos pensamentos

Os corpos diluídos, no calor de um grito contido, na explosão de todos os ventos

Não há tempo para rodopiar por todos os cantos e assentos

O amor é tão forte que consegue sobreviver até nos conventos

Por muito que o queiram pender, ninguém consegue conter os seus empolgamentos

A minha rua é dona da lua, nas noites quentes, frias e nos dias sonolentos

Cada um tem uma rua, a que chama sua, mesmo em dias de aborrecimentos

Enquanto a rua dorme não há beijos, nem abraços, nem cumprimentos

É como se todos tivessem assinado um acordo de paz e bons entendimentos

Para que a madrugada acorde alegre, contente, eufórica, para novos envolvimentos.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

10
Nov22

A sedutora

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Lisboa! A sedutora

3

As cidades são como as pessoas, vão envelhecendo, mas ao contrário das cidades, que raramente perdem o brilho, as pessoas não o conseguem conservar

Lisboa está tão diferente do que era antigamente, há menos de um século, está irreconhecível!

Era uma cidade triste, sem cor, onde não havia liberdade, havia medo de falar, não podíamos a nossa opinião revelar, não se sabia quem nos estava a espiar, uma cidade só para nacionais, transformou-se numa cidade universal, vestiu-se de novas cores, desabrochou, tornou-se numa bonita flor

No final dos anos cinquenta ainda havia algumas carroças pela cidade que, a pouco-e-pouco, foram totalmente substituídas pelos carros: a praga que não para de crescer, sufocando as cidades e as estradas, tornado o ar irrespirável, como aconteceu na avenida da Liberdade, em Lisboa

Não podemos passar sem eles, transformaram-se numa ferramenta de trabalho, tal como o computador e o telemóvel

A esperança está na nossa capacidade de inovação, fazendo-nos acreditar que em breve acabaremos com os motores de combustão. Mas não tenhamos ilusão, os desafios continuarão

Em 1958, ainda, havia uma olaria ao cimo da rua da Imprensa Nacional, mas o plástico viria para ficar e tornar-se numa das maiores invenções, e a olaria foi substituída por uma loja de plásticos

Nesse ano, o General Humberto Delgado, sem saber proferiria a sua sentença de morte, ao responder à pergunta dos jornalistas, o que faria a Salazar, se ganhasse as eleições presidências, que se supõe ganhou, cuja resposta foi: “obviamente, demito-o”

Mais tarde, disse que o regime só cairia com um golpe militar, o que veio a acontecer em 25 de Abril de 1974

Daí em diante tudo se precipitou, graves acontecimentos marcaram o País: a 25/01/1961 foi assaltado o paquete Santa Maria, a 4/02/1961, teve início a guerra em Angola, em dezembro do mesmo ano a União Indiana anexou o Estado Português da Índia: Goa, Damão e Diu, a 28/05/1963, no trigésimo sétimo aniversário da revolução de 1926, que deu origem ao Estado Novo, coincidência ou sabotagem, a cobertura das plataformas da estação ferroviária do Cais do Sodré, em Lisboa, abateu, causando 49 mortos e 69 feridos, a 13/02/1963 foi assassinado, pela PIDE, em Badajoz, o General Humberto Delgado, a 17/05/1967 foi assaltado o Banco de Portugal, na Figueira da Foz

Lisboa, também, atraiu alguns Galegos, que procuraram, na nossa capital, uma vida melhor Eram donos de restaurantes, num deles tive oportunidade de ver que tinha um osso de vaca, preso ao teto, que descia para a panela da sopa, quando ela estava a ferver, para dar gosto, depois voltava a subir para perto do teto, não sei quantas vezes deu gosto à sopa

Também se destacaram como moços de fretes. Havia muitas mudanças, principalmente, as mulheres gostavam muito de mudar de casa, para transportar as mobílias, que eram muito pesadas, e os pianos, recorriam aos moços de fretes, em grande parte, Galegos

O que deu origem a que, quando alguém pedia a outro para carregar um peso considerado demasiado, o outro perguntasse: “sou algum Galego?”

 Um serviço leve e muito bem pago, para o qual, também, eram muito solicitados, era a entrega de cartas em mão, com a recomendação de que só as entregassem aos destinatários. (“cartas de amor, quem as não tem?”)    

 

Continua

 

 

 

22
Ago22

Fios de ouro!

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Fios de ouro!

 

Longos são os dias de verão

Cheios de raios dourados a escorrerem pelas montanhas

Vindos de um sol transpirado, ofegante, à procura do mar

Cansado de bronzear todos os corpos, que procuram o seu perfume

Ávidos de calor, de cor, de encanto, de brilho, de tudo o que seja amor

Os sonhos de verão estão a terminar, nem todos se concretizarão

Mas, o sol continua a beijar as esplanadas onde colocamos os sonhos a amadurecer

Longas são as horas de meditação, a ver o mar, a saborear o sabor a sal

À espera de um olhar, de um beijo salgado da cor do mar, de um abraço que nos consiga acordar

É assim o verão, um tempo de descanso, de reflexão, de calor, de sorrir, de descontrair

Até de a sexta dormir, para fugir às ondas de calor que nos estão a afligir

Depois, é tirar partido de toda a envolvência, da camaradagem da tarde e da noite

Das noites tropicais, que se agarram aos cais, dormem nos veleiros, nos braços dos arrais

No colo das velas, no silêncio da noite, dormem as luas amarelas, iluminando os corpos, que bebem a alegria de um sonho de magia

É por tudo isto, que o verão é tão bom, tão desejado, tão festejado, tão disputado!

Entra no doce setembro, como que preparando uma suave aterragem

Menos horas de sol, manhãs e noites mais frias, vão começando as correrias

O regresso às aulas, o trabalho, o ritmo acelerado, como que a testar o efeito do descanso nas férias

Todo um ritual, que a pouco-e-pouco se vai ajustando, acabando por nos fazer entrar na rotina

O que também não nos agrada, só imaginamos que estamos bem onde não estamos

Queremos que chegue, quanto antes, o Natal, mais um motivo para descompressão

E, está mais um ano acabado!

Saudamos o novo ano com toda a euforia e esperança, que nos vão ajudar a concretizar os sonhos de mais um ano.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

27
Jun22

Flores!

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Flores, 2022!

As tenras flores

Só querem amor

Crescer sem, violência, sofrer

A quem, alguns continuam a bater

Sabendo que não se podem defender

Não pediram para nascer

Querem ser homem ou mulher

Livres, para a vida entender

Quão difícil é crescer

No meio de tanta violência

Não só pela vizinhança

Mas, até por quem lhe deve segurança

Como é possível tanta vingança!

Tanta miséria e tanta ganância

A miserável imoralidade

De quem é capaz de uma flor matar

Por causa de uma dívida de serviços de bruxaria

Como é que ainda há quem acredite em bruxas!

Como vamos reduzir a violência?

Como vamos diminuir a violência doméstica?

Hoje, mata-se por dá cá aquela palha

Como se a vida não fosse o único bem que temos

Por mais comissões de acompanhamento que criem

Enquanto a opinião pública tolerar a violência

Seja no desporto, no trânsito, por todo o lado

A violência não vai diminuir

Se a sociedade, contra ela, não se unir

O que não pode acontecer é continuar a fingir

Que não há violência, que está tudo bem.

José Silva Costa

 

 

 

 

24
Jan22

Pais (5)

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Pais (5)

O amor vence tudo!

O Francisco conseguiu, nos dias em que ela não podia, tomar conta dos filhos, para que ela descansasse

Foram dias de menos encantamento e de muito trabalho, até por que os miúdos começaram com birras, que são naturais, mas que os pais não desejam

As férias escolares traziam-lhes, sempre, muitos problemas, como acontece a todas as famílias que não têm apoios familiares

Não tinham nenhuns familiares em Lisboa, tinham vindo da província, para estudarem

Bem gostavam que os pais estivessem mais perto, para que se familiarizassem com os netos, e os ajudassem a criá-los

Assim que adotaram os filhos, foram visitar os pais, para que a Inês e o Pedro conhecessem os avós, tanto do lado da mãe como do pai

Foi um fim-de-semana em casa dos avós maternos e outro em casa dos avós paternos, não foi o suficiente para criar a intimidade, que os pais desejavam que houvesse entre avós e netos

Queriam evitar o que, infelizmente, acontece com tantos avós e netos, que mal se conhecem, ou nem se conhecem!

Sabiam que não era fácil, porque não era com três ou quatro visitas por ano, que iriam ter a intimidade, como se lhe tivessem mudado a fralda ou dado o biberão

Estes netos, ainda-por-cima, tinham aparecido já crescidinhos, com três anos, e não eram filhos dos filhos

Para que os filhos passassem mais tempo com os avós, a Ana e o Francisco queriam aproveitar as férias de verão, para passarem mais tem com os seus pais

Tanto os pais da Ana como os do Francisco viviam no campo, tinham as terras para amanhar e os animais para tratar, mesmo assim tentavam receber o melhor possível os filhos e os netos

Não tinham muito tempo para lhes dar atenção, tentavam ser simpáticos, mas não eram aqueles os netos que esperavam

Com o passar dos anos, foram afeiçoando-se aos miúdos, que gostavam muito de ir passar as férias grandes com os avós, correr por os campos, em liberdade, e dizerem que queriam ajudar os avós

A Ana e o Francisco não podiam estar mais contentes, por os filhos e os avós se entenderem tão bem, passavam um mês em casa dos avós maternos e outro na dos avós paternos

Para os pais era muito importante que convivessem com os avós, que se apercebessem das diferenças entre a vida no campo e na cidade, que tivessem atividades extra curriculares

Mas não são daqueles pais, que acham que os filhos devem passar os tempos livres a correrem, de um lado para o outro: do balé, para esgrima, para a natação, para o judo, para o futebol……sem tempo para brincarem e fazerem o que realmente gostam. 

Continua

02
Mai21

Dia da Mãe

cheia

Dia da Mãe

 

Mãe, que palavra tão doce!

Tu és amor, colo, formusura

Tu és ternura

Tu és calor

No teu ombro

 Descanso a dor

Os teus beijos têm sabores

 Curam todas as dores

Tu és magia

Os teus olhos são alegria

São eles que alegram o meu dia

És a mais bela flor

O meu primeiro amor.

 

Feliz dia para todas as Mães.

José Silva Costa

 

09
Abr21

Sol

cheia

Sol

Na madrugada perfumada

É cada vez mais cedo a tua chegada

Todos os dias apareces de cara lavada

Vais subindo com a alvorada

Distribuindo calor e amor

A toda a humanidade

Sem exceção nem vaidade

Vais iluminando o campo e a cidade

A uma grande velocidade

Aqueces tudo, até a amizade!

Produzes eletricidade

Amadureces os frutos e a mocidade

Encantas a beleza, sem idade

Só as nuvens te impedem de beijares a novidade!

Têm ciúmes da tua popularidade

Mas, também querem mostrar a sua bondade

Fazendo valer a sua utilidade

Lavando as nuvens da saudade

Tirando-te o véu de vez em quando

Deixando passar alguns dos teus radiosos raios

Para limparem a má fama

De nuvens negras.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

11
Dez20

11, de Dezembro

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11, de Dezembro

Tornaste-te, num dia, inesquecível!

Deste-me uma Rosa encantada

Há muito desejada

Foi em Dezembro, a sua chegada

Linda, encantadora, pura e perfumada

Muito frio, neve e geada

Prenda de Natal, para sempre, antecipada

 

Estrela brilhante a anunciar o Natal

Meu anjo encantado, meu futuro

Por ti, chorei e ri, perto e longe

Quando voltei, a mais bela flor sorria

 

O serviço militar roubou nos o convívio

Dos teus radiosos, primeiros, quatro anos

Guerra, palavra mais negra e trágica

Levaste-me, em flor, para longe do amor

Tanto calor, tantas saudades, tantas crueldades

Longos anos, meses, dias, minutos. Tanta dor!

 

José Silva Costa

 

 

08
Dez20

Terceiro Milénio

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Março de 2003

 

Terceiro ano e milénio

O Mundo está tão conturbado e abatido

Com tanto medo das novas pestes em que está envolvido

Com o ar muito poluído, por causa dum desenvolvimento sem sentido

As crianças esfomeadas procuram abrigo

Não sabem ler, nem escrever, ignoram o juízo

O Mundo, colorido, com a internet, em pouco tempo é percorrido

O Mundo, do mesmo tamanho, está cada vez mais reduzido

Em português, abraço o Mundo inteiro

Falar português é abraçar o Mundo, beijar a alma portuguesa

Oito países amigos, numa língua, unidos

Por todo o Mundo distribuídos

Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Brasil, Moçambique, Timor Leste, Portugal, São Tomé e Príncipe 

O Mundo bem poderia ser um lugar de alegria, com amor, que bom seria!

Com trabalho, pão, habitação, educação, tínhamos um Mundo são, sem eles não

Terceiro milénio, com todo o nosso génio, vivemos com medo

Viajo no espaço com petróleo e aço, a fome mata as crianças, nada faço

Com tanta sabedoria, recorro à alquimia, para curar a pneumonia

A criança gemia, a pedofilia não existia, agora está na ordem do dia

Com a internet, que belo desafio, poder ver o mundo, sem fio

No terceiro milénio, quem admitiria, que tanta gente, de fome, morreria

Com tanta tecnologia haver analfabetos é uma anomalia

Estão impedidos de ler a magia

Embalado pelo mar, na Europa nasceu um povo plebeu, que tudo ao Mundo deu.

 

José Silva Costa

 

 

01
Set20

Setembro

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Olá, Setembro

Bem-vindo

Como te estou grato e contente

Por me teres expulsado dum ventre

Para uma grande aventura, até ao presente

Viver é  uma grande experiência

Que requer a ajuda de muita gente

De uma mãe sempre presente

Que passa por dores, que só ela sente

Para ela, o mais importante, é proteger a sua semente

Dar vidas à vida é o melhor presente

Querido setembro foste o primeiro a abraçar-me

Foste o primeiro a levar-me a ver o sol e o luar

Como poderia deixar de estar grato, depois de tanta simpatia

Nunca te esqueço, em cada ano, em cada dia

Gosto muito da tua bonomia

Festejamos juntos, dois dias!

O que vim ao mudo

O que casei com uma flor para celebrarmos o amor

Para adorarmos a lua e beijarmo-nos na rua

Abraçados, vencemos o passado

Continuamos, no futuro, esperançados.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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