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cheia

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16
Out25

O Império

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O Império   -    As teias que o Império teceu

135

Alguns dias depois, os vinte e cinco heróis foram homenageados na cooperativa, onde todos se podiam reunir, onde havia lugar para todos, fossem ou não sócios. Mas, como a cidade compareceu em peso, o espaço foi insuficiente. Assim, todos tiveram de ficar na rua, para ovacionarem os que tinham conseguido a paz 

Todos lhes estavam muito gratos pelos esforços, por terem colocado as suas vidas em perigo, para conseguirem a paz com o vizinho Reino, a Norte de Luanda, porque a boa vizinhança contribuí para uma vida melhor, para todos, oportunidades de negócios, de experiências, de convivência, de amizades

O Tico, como presidente da cooperativa, deu-lhes as boas vindas, pediu desculpa por a cooperativa não ter instalações onde todos coubessem, o que seria, sempre, impossível, porque nunca se tinha assistido a uma reunião de todos os habitantes da cidade, o que dizia bem da sua importância

A cidade quis mostrar que quem trabalha, para o bem da comunidade, merece ser reconhecido e incentivado a continuar a trabalhar, para o bem de todos

Por fim, o Governador aproveitou a reunião de tão grande multidão para lhes agradecer e   dizer, que continuava a contar com todos para defenderem a Colónia, cajo fosse agredida fosse por quem fosse

Quanto à missão, agradeceu, mais uma vez, a todos os que o acompanharam, e especialmente a quem muito bem a preparou, fazendo com que tivesse o êxito, que teve, porque a paz é um bem tão importante, que todos os povos devem fazer o que estiver ao seu alcance, para preservá-la

Foi uma festa muito emotiva, houve muitos abraços e beijos, as mulheres dos que integraram a missão ainda continuavam nervosas, como se o perigo não tivesse passado, o facto de terem passado muitas horas sem saberem o desfecho de tão arriscada missão, algumas admitindo que tinham perdido o companheiro, para sempre, marcou-as, senão, para o resto da vida, pelo menos, por muitos anos

Nos encontros há olhares que se cruzam, que parecem ficar presos aos olhares das outras pessoas, por mais que a pessoa queira desviar o olhar, os olhos não deixam

Foi o que aconteceu a um dos dois guias, que orientaram o grupo de emissários até à casa do Rei, eles conheciam aqueles trilhos, como a palma das suas mãos. Um deles, o Aurélio calhou a ficar defronte da Jesuína, uma das duas filhas do anterior Governador, que ainda era solteira: os seus olhos ficaram pregados na rapariga e nunca mais se conseguiram soltar

A rapariga, vendo que o rapaz não deixava de olhar para ela, dirigiu-se para junto dele, cumprimentou-o e deu-lhe os parabéns pelo brilhante trabalho, que tinha feito, segundo a tinham informado

O rapaz ficou um pouco envergonhado, agradeceu-lhe as amáveis palavras e aproveitou para lhe perguntar o nome, ao que ela correspondeu, acrescentando que era filha do Manuel

A conversa continuou durante todoo caminho para a casa da Jesuína, onde se separaram, tendo ficado combinado que se voltariam a encontrar no dia seguinte.

 Continua

 

09
Out25

O Império

cheia

O Império   -   As teias que o Império teceu

134

Quando o sol se pôs, em Luanda, as mulheres e os filhos, dos homens, que tinham ido falar com o Rei, começaram a dirigir-se para o palácio presidencial, estavam preocupadas por os maridos, ainda não terem regressado. A Zulmira que, também, estava preocupada, tentou mostrar que estava calma, dizendo-lhes que o sol tinha acabado de desaparecer, era muito apertado, fazer tudo num só dia. Mas, sem local onde pernoitarem, tinham de voltar para casa, nem que tivessem de andar de noite

Não conseguiu acalmá-las, tinham receio que os maridos tivessem sido presos, ou muito pior, que tivessem sido todos mortos, porque eles tinham ido para um encontro suicida, sem primeiro o terem preparado, não sabendo como seriam recebidos, e o que pensava o Rei do seu pacto de amizade

A Zulmira bem tentava que não tirassem conclusões antes de se saber o que tinha acontecido. Mas, as outras mulheres questionavam-na sobre como é que saberiam se foram mortos ou presos. Respondeu-lhes que mais tarde ou mais cedo, alguma coisa se saberia, por agora, era aguardar com serenidade

Mas, à medida que as horas avançavam, todas foram ficando mais nervosas e desesperadas, algumas reagiam como se os maridos já tivessem sido mortos: chorando, dizendo que não tinham nada que ir para aquele massacre, que o culpado era o Governador

Entretanto, as crianças já tinham adormecido, o sono venceras, as mães, no seu desespero, no aflito choro, nem deram por falta do choro delas, nem das suas incómodas perguntas, às quais não sabiam como responder, sendo melhor assim: o descanso interrompeu-lhes a tristeza e a dor de verem as mães em tão grande aflição

As mulheres estavam, cada vez, mais convencidas de que os seus maridos não voltavam, a Zulmira, não o dizia. Mas, também, achava que já devia ser muito tarde, que já deveriam ter chegado, não conseguindo esconder a preocupação, fez de conta que não ouviu as que culpavam o seu marido, pelo sucedido

Quando, já nem a Zulmira acreditava que voltassem, ouviram barulho, abriram a porta e viram os seus maridos a arrastarem os pés de tão cansados, mas os seus olhos brilhavam como as estrelas, como que a anunciar que tinha sido uma missão muito bem cumprida

As mulheres correram para os seus braços, continuavam a chorar, mas de alegria, no breu da noite, todas queriam certificar-se se tinham par, não fosse algum não ter aguentado tão dolorosa jornada. Todos tinham regressado sãos e salvos, no meio dos beijos e abraços iam dizendo às mulheres, que tinha chegado a um acordo de paz, selado com um aperto de mão, entre todos

Esgotadas as energias criadas pela receção das esposas, os pais foram buscar energia às reservas, para levarem os filhos pequenos, para as suas casas. Exaustos, só queriam cair nas suas camas, para um merecido descanso de um longo dia de muitas emoções e não menos dores físicas.

Continua

 

25
Set25

O Império

cheia

O Império    -    As teias que o Império teceu

132

No dia aprazado, muito cedo, duas dezenas e meia de homens, incluindo o Governador, meteram pés ao caminho, para uma missão muito difícil e perigosa

Nunca, os portugueses tinham conseguido entrar naquele território, tendo sido, sempre, repelidos com grande ferocidade

O que a maior parte daqueles homens não sabiam é que o Governador e um dos sobas tinham um segredo, que ambos se tinham comprometido a não revelar a ninguém, nem às esposas, daí o Governador ter avançado para uma missão, por muitos, considerada impossível

Nem sonhavam, nem lhes passava pela cabeça que aquele encontro tinha sido preparado por um dos Sobas, a pedido do Governador, quando num encontro este lhe revelou que era muito amigo do Rei, com o qual o Governador queria fazer um pacto de amizade

O Soba, que não sabia que o Governador estava interessado em encontrar-se com o Rei, seu amigo, foi surpreendido com o pedido de conseguir agendar um encontro entre os dois governantes. O governador aproveitou a oportunidade e o Soba ficou um pouco atrapalhado

Disse que apesar de serem amigos, nunca tinham discutido o assunto, não sabia qual seria a reação dele, que sempre defendeu a saída dos portugueses de todos os territórios ocupados pela força. Mas, que iria falar com ele, desde que tivesse propostas concretas, para lhe apresentar, no sentido de o fazer mudar de ideias, sendo que uma das condições era que o assunto ficasse só entre os dois, até à concretização do encontro, ninguém poderia saber do mesmo, para além deles

Ambos concordaram, o Soba disse que ia encontrar-se com o amigo, para saber se ele aceitava o encontro, para um acordo de paz, e assim que obtivesse uma resposta, transmitir-lha-ia. Passaram-se meses, o Governador já estava a duvidar da promessa, mas não podia comentar com ninguém, o assunto, que prometera manter em segredo

Quando já não esperava que a promessa fosse cumprida, nunca mais tinha visto o Soba, desde o dia do pedido. Não sabia se estava morto ou vivo, já se tinha deslocado ao seu povoado, para perguntar se sabiam o motivo da sua ausência, mas ninguém sabia nada dele, o que fazia com que todos estivessem muito tristes, o emissário apareceu e com boas notícias

Confidenciou ao Governador que, quando estava na casa do amigo, ficou muito doente, por isso é que tinha estado tanto tempo ausente

Quando o Miguel disse à Zulmira que se ia encontrar com aquele Rei, já sabia o dia, mas nada lhe poderia revelar.

Continua

 

16
Dez21

Sonhar!

cheia

Sonho!

 

Sonhava ser poeta

Mas, a musa não foi descoberta

Assim, lá se foi a meta

Deve estar em parte incerta

A blogosfera é uma seta

Para chegarmos à hora certa

Temos de aproveitar a reta

Porque o tempo aperta

Corrermos como um atleta

Ficar, sempre, alerta

À mensagem correta

Aos bons textos de que a blogosfera está coberta

À amizade, nela, tão concreta.

 

José Silva Costa

13
Ago19

As mãos

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As mâos

Nas nossas mãos, nuas

Está o selo da confiança

Quando as apertamos com a esperança

De que a amizade nunca morrerá

Nas nossas mãos está a segurança

Do sorriso de uma criança

Quando caminhamos de mão dada

Por uma perigosa estrada

À procura de uma aventura encantada

Nas nossas mãos está a ambição

De abraçarmos todo o Mundo, todos os nossos irmãos

Com o maior aperto de mão

Nas nossas mãos está a sensibilidade

De as dúvidas acariciar

Quando alguém nos procurar

Para o ajudarmos a suportar

A dor, que sozinho não está a conseguir aguentar

As nossas mãos, também podem tocar um coração

Que esteja em grande sofrimento

Apertemos a mão, a todos, como sinal de amizade e igualdade.

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

18
Jan19

A beleza da vida

cheia

A beleza da vida

Arautos das audiências

Que aos burros pedem licença

Para matarem a liberdade

E moerem-nos a paciência

Não entrem por essa ciência

Não recorram a tudo, para a vossa sobrevivência

Não contribuam, para que, a liberdade, fique despida

Lembrem-se do antigamente, recente

De que “da liberdade, só nos restava a avenida”

Não espezinhem a liberdade, para a vossa subida, na vida

Porque ela, a muitos custou, a vida

Sem liberdade, não teriam essa boa vida

Nem enxovalhariam, os outros, com essas línguas, queridas

Não entupam, com a vossa violência, as avenidas

A liberdade deve ser, por todos, vivida

Na diversidade, com que todos contribuem, para a sua alegria

Sem racismos, nem excluídos, com amizade, como se fosse uma romaria

Todos temos necessidade de respirar, todos os dias, em liberdade

Sem ela não vale a pena viver, nem fazer nada

Liberdade, minha rica amada!

 

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

14
Jun18

Natalidade

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Junho

No sorriso do teu amor

Santos Populares em andor

Faz com que todas as terras

Tenham um padroeiro

As marchas são do povo, inteiro

Todas querem ficar em primeiro

Numa festa que mexe com a localidade

Todos os Bairros querem publicidade

Contam com o encanto da sua mocidade

Numa promessa de vitalidade

Em que todos gostam de se enganar

Sabendo que não há natalidade

Que consiga suportar a terceira idade

Que não para de aumentar

Enquanto, nos nascimentos, não param de poupar

Assim, não conseguiremos, os dez milhões, aumentar

Veremos, cada ano, a população, a baixar

A não ser, que o Santo António, nos consiga ajudar

Com os casamentos em série

Que há cinquenta anos foram seis dezenas

E, este ano não chegaram a duas dezenas

Só nos resta uma esperança

Que os migrantes mudem de ideias

Queiram no nosso país, ficar

Para nos ajudarem a crescer.

 

José Silva Costa

 

 

 

08
Dez16

Feliz Natal

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Feliz Natal

Com amor e tolerância

Mesmo que não seja na abundancia

A não ser no amor e na amizade

Que nunca são demais

E nunca perdem a validade

Com renovada esperança

De que um dia haja paz

Mesmo que seja quando

O ser humano seja capaz

De ver em todos os outros

Um seu igual.

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