O Império
O Império - As teias que o Império teceu
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O Manuel, pai da noiva, queria que a festa fosse realizada no palácio do Governador, como acontecera com as das irmãs, até já tinha a autorização do seu sucessor, seu genro. Mas, os noivos não aceitaram, dizendo que preferiam que fosse na Cooperativa, onde se sentiam mais à vontade e o queriam era a confraternização de toda a cidade
Pela primeira vez, estaria presente uma representação do vizinho reino a Norte de Luanda, que foi convidada pelos noivos, por intermédio do Tico, Presidente da Cooperativa, para cimentarem a amizade conseguida entre os dois vizinhos, depois de os dois Governos terem firmado um acordo de paz, e na sequência da visita do Tico, para trocar ensinamentos, sobre a agricultura, com os seus colegas do reino a Norte de Luanda
O Rei do reino a Norte de Lunada ficou muito sensibilizado, pelo convite aos seus agricultores, para participarem no casamento da Jesuína e do Aurélio. Aproveitou esse contacto, entre os povos dos dois reinos, para enviar uma mensagem ao Governador de Angola, pedindo que se voltassem a encontrar, onde ele quisesse, tanto podia ser em Luanda, como no seu reino. Tinha uma proposta para lhe fazer, que muito agradaria aos dois povos
Os noivos, à semelhança do que tinha acontecido nos casamentos das irmãs da Jesuína, convidaram toda a cidade, para o seu casamento. Estavam orgulhosos por serem os primeiros a ter convidados do reino vizinho, devido ao acordo de paz entre os dois reinos
Os convidados de fora, vieram na véspera do dia da boda, foram recebidos pelo Tico, que foi o primeiro a apresenta-los ao Miguel, aquém transmitiram a mensagem de que tinham sido incumbidos pelo seu Rei. O Miguel agradeceu-lhes a mensagem e pediu-lhes para dizerem ao seu Rei, que estava convidado para vir a Lunda, quando quisesse, que seria muito bem recebido
De seguida, o anfitrião foi apresentá-los aos noivos, que lhes apresentaram, também, as boas-vindas e lhes agradeceram terem aceitado o convite, para estarem presentes no dia mais feliz das suas vidas
Pernoitaram nas instalações da Cooperativa, a convite do seu Presidente, que os tinha convidado, para o casamento, em nome dos noivos
No dia do casamento a cidade acordou alegre, airosa, formosa, como nunca se tinha visto, não tinha sido decorada, a sua beleza estava no sorriso de cada um dos seus habitantes
Todos estavam imbuídos de uma alegria contagiante, via-se que a cidade estava muito feliz por participar nas cerimónias do casamento de uns noivos muito queridos, por todos
Os olhares eram flores atiradas ao ar, com um brilho e perfume, que só a África tem. Tinha chovido, como diz o ditado: casamento abençoado. Toda aquela multidão estava envolvida no cheiro a terra molhada, quente.
Continua
