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30
Mar23

O Império

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O Império – As teias que o Império teceu

2

Os descobrimentos portugueses foram um grande empreendimento, não foi menor o sofrimento, lutar no oceano contra o vento, o imprevisto, o desconhecido, tudo foi tão sofrido

Não foram só os elementos naturais, que tiveram de enfrentar, também a alimentação foi uma grande preocupação: falta de alimentos, alimentos estragados, água cheia de bichos, um inferno, de muitos, desconhecido

Nem com a primeira estação de serviço, na Ilha Terceira, em Angra do Heroísmo, os problemas foram resolvidos, seriam precisas muitas mais estações de serviço entre Lisboa e Nagasaki

Contra ventos e marés, os portugueses nunca viraram a cara ao perigo, e com arte e engenho lá foram criando fortalezas, feitorias, erguendo padrões, tudo para conseguirem controlar o comércio da seda e das especiarias da Índia

Oh imenso mar, se pudesses falar, muito poderias dizer, sobre a bravura dos portugueses!

Tanta gente que morreu, de um país tão pequeno, para saberem o que havia para além de ti

Criaram um Império, que ia de onde o sol nasce até ao pôr, e também o meio-dia o via

Para ficarmos famosos, para nos livramos” da lei da morte” tudo fazemos, de todos os sacrifícios somos capazes, querermos ser famosos, faz-nos ser audazes

Vasco da Gama ficou famoso por ter conseguido ir à Índia, mas fala-se menos dos custos, de quantas vidas foram perdidas, de quantos filhos ficaram órfãos, de quantas mães perderam os filhos, de quantas noivas ficaram por casar, de quantas mulheres ficaram sem marido

No regresso da sua primeira viagem, o seu irmão, Paulo da Gama, adoeceu, diz-se com o mal de Luanda, (o escorbuto) outra designação, porque tanto as naus que saíam de Lisboa, em direção à Índia, como as que saíam da Índia em direção a Lisboa, antes de chegarem a Luanda, já todos os alimentos frescos tinham acabado, quase tudo já estava estragado, e a doença aparecia

O irmão tentou salvá-lo, ordenou que se dirigissem para a Ilha Terceira, para Angra do Heroísmo, sendo que a uma das naus foi dada ordem de que seguisse para Lisboa, para darem a boa nova ao Rei

Não resistiu, chegou morto ou muito doente, ficou sepultado na Ilha Terceira, em Angra do Heroísmo, no meio do Atlântico, foi o preço pago por ter tido a oportunidade de participar na primeira viagem à índia

Os anónimos, os que não têm nome, aqueles que ninguém sabe quem são não tiveram tanta sorte, não tiveram sepulturas eternas, foram atirados ao mar.

 

Continua

 

 

 

 

02
Jun19

A vingança

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A vingança

A Internet, de que sou grande admirador

Por nos proporcionar contatar com todo mundo

Como aconteceu, na participação do maior poema escrito em língua portuguesa

O Fulgor da Língua e o estado do Mundo, integrado na programação de Coimbra, Capital Nacional da Cultura

Com 1.715 versos, cerca de 25% dos 6.902 recolhidos, escritos por 114 autores

Poder ler, comentar, escrever no Sapo Blogs, confraternizando e aprendendo

Com tantas amigas e amigos, que certamente, nunca virei a conhecer pessoalmente

Com os 113 autores do poema, aconteceu o mesmo: muita interação, debates, à distância

Mas, a Internet, infelizmente não tem só coisas boas!

Uma rapariga de 27 anos, que namorava com um colega, enviou uns vídeos por Whatsapp, onde aparecia sozinha, a auto satisfazer-se, sem imaginar que esses vídeos viriam a ser a causa da sua morte!

Trabalhava numa fábrica de camiões, onde trabalha, também a cunhada

Mais tarde casou e teve dois filhos. Agora com quatro anos e nove meses

Alguém, por vingança, segundo os jornais, publicou um vídeo no Whatsapp e nas redes sociais, onde 2.500 partilharam as imagens

Desapontada, por ser, constantemente, pelos colegas, apontada, como a rapariga dos vídeos

Pediu ajuda à empresa, a qua la aconselhou a fazer queixa à polícia

Mas, tudo o que ela queria era não dizer nada a ninguém!

Ter o poder de apagar todas aquelas cópias e voltar a ter paz

O digital, depois de começar a circular, ninguém o consegue parar

Há sempre uma cópia, escondida, pronta a disparar

O papel, podia-se rasgar, queimar, ou mesmo comer, como aconteceu com um Autarca, no Algarve!

No dia em que soube que a cunhada – cunhadas são unhadas – tinha enviado uma cópia ao irmão, teve um ataque de pânico,

Teve de abandonar o local de trabalho, tendo sido acompanhada, a casa, por um amigo.

O desespero foi tanto que se esqueceu que tinha dois filhos para criar

Pôs termo à vida!

Assim se desfez uma família, se provocou um suicídio e duas crianças ficaram órfãos de mãe

A polícia quer levar a julgamento 2.500

A notícia continua a provocar ondas de choque, não faltando carros virados

Este caso já foi comparado à “manada”

Quem é que disse que uma imagem vale mais que mil palavras?

Por que razão humilhamos os nossos irmãos?

Quando disparamos as armas: publicar ou reenviar

Nem nos apercebemos os danos que podemos causar.

José Silva Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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