10
Jun21
Sul!
cheia
Sul
Meu sul azul, dourado, maduro
Agora, por todos, tão procurado
Mas, em tempos, muito abandonado
A um mar, de loiras espigas, atado
Um chão regado de suor salgado
No pó da planície embrenhado
Celeiro de Portugal, forçado
Graças à força dum povo indomado
Tantas vezes ameaçado
Mas, nunca vergado
Por mais que estivesse esfomeado
Não batia palmas a um Estado detestado
Por mais que fosse castigado
Ninguém lhe tirava o cajado
Com que guardava o gado
Na planície ou no montado
Agarrado à rabiça do arado
Na ceifa era empolgado
A adiafa era o momento mais desejado.
José Silva Costa