Ruas e casas
30/03/2020
Ruas e casas
Um silêncio profundo
Por todo o Mundo
Ruas desertas
Como nunca se viu
A procurarem a razão
Do desvio
A chorarem, devido à maldição
Que tanto as puniu
Sem pessoas, nem animais
Quando a Primavera floriu
Nos jardins, só se ouvem os pardais
As crianças não voltaram mais
O cheiro dos tubos de escapes acabou
O borborinho, que acordava as cidades, não voltou
Tudo parou!
As casas sentem-se incomodadas
Noite e dia, nunca são abandonadas
Nem se quer para serem arejadas
Estão desesperadas
Não sabem o que aconteceu
Para que as pessoas tenham de estar resguardas
As poucas que saem à rua
Quando se cruzam na entrada ou nas escadas
Vê-se que estão desconfiadas
Fogem umas das outras, como se tivessem sido mal tratadas
Tempos difíceis para todos
Que ninguém imaginou vir a presenciar
Esperarmos ver, como vai acabar.
José Silva Costa